InsCer terá novo equipamento para pesquisas e tratamento de doenças

Aparelho utiliza técnica de estimulação eletromagnética não invasiva para analisar o tempo de condução motora no sistema nervoso central

05/11/2020 - 16h40
InsCer, Instituto do Cérebro

Novas tecnologias e serviços fazem parte das ações ampliação do InsCer

Como parte das ações de ampliação do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), um moderno equipamento de estimulação eletromagnética transcraniana foi adquirido pela instituição. Utilizada para exames, tratamentos e estudos, a técnica consiste no estímulo não invasivo para analisar o tempo de condução motora no sistema nervoso central e ampliará as possibilidades de pesquisa no InsCer das doenças que acometem o cérebro. 

Referência no desenvolvimento de estudos multidisciplinares e soluções na área da neurociência, o InsCer terá sua ampliação inaugurada no dia 9 de novembro, data em que a universidade completa 72 anos. O evento também marca a primeira entrega do Campus da Saúde da PUCRS. 

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Tecnologia de ponta em benefício da sociedade 

estimulação eletromagnética transcraniana (EMT) pode favorecer o estudo de doenças como esclerose múltipla e o tratamento de condições psiquiátricas como depressão, esquizofrenia, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático. Na neurologia, pode ser empregado na reabilitação do acidente vascular cerebral e no tratamento de espasticidade, cefaleia e zumbido.  

O potencial da EMT ainda está em estudo na maioria dessas situações, porém, essa técnica já é aprovada em determinadas condições, como depressão refratária a outras terapias. O Conselho Federal de Medicina aprovou em 2012 como prática médica para o tratamento de pacientes que sofrem com a depressão e não apresentam resposta satisfatória aos tratamentos convencionais. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde estima que o Brasil é o país da América Latina com o maior número de pessoas acometidas pela depressão, com mais de 12 milhões de brasileiros com a doença. 

Técnica não invasiva e indolor 

O exame é praticamente indolor, sendo percebido pelos pacientes como pequenos petelecos na região do estímulo. Para analisar o tempo de condução central (TCC), ou seja, o intervalo de tempo que a informação trafega no sistema nervoso central, precisamos ter um registro em algum músculo no lado oposto ao estímulo. Para o cálculo do TCC, também é utilizado um eletromiógrafo que calcula o tempo de condução periférico, ou seja, o tempo gasto para o estímulo percorrer as estruturas do sistema nervoso periférico”, explica o professor da Escola de Medicina da PUCRS e pesquisador do InsCer Jefferson Becker. 

O professor também destaca que a EMT é realizada com o estímulo não invasivo de uma área específica do cérebro por um estimulador que emite pulsos magnéticos que atravessam o couro cabeludo e o crânio. Os estímulos podem ser únicos ou repetitivos, sendo essa última técnica a mais útil para tratamentos. A estimulação promove efeitos cerebrais similares ao mecanismo de formação e consolidação das memórias, conhecidos como long-termo potentiation (LTP) e long-tem depression (LTD). 

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