Pesquisa com células-tronco abre chamada para voluntários portadores de epilepsia

Estudo está em fase clínica

Por: Cristiane Weber / InsCer

26/01/2017 - 10h41
Cérebro, Raios, Brain

Foto: PeteLinforth / pixabay.com

As epilepsias constituem o distúrbio neurológico crônico mais comum em todo o mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Epilepsia, cerca de 8 milhões de pessoas sofrem com a síndrome na América Latina. A epilepsia do lobo temporal (ELT) é a forma mais prevalente de epilepsia sintomática refratária, ou seja, resistente à medicação. A ELT é geralmente associada a uma lesão cerebral inicial seguida de um período variável sem manifestação clínica, até que se iniciem as crises convulsivas.

Este processo conduz eventualmente a convulsões recorrentes de difícil controle farmacológico. Segundo os pesquisadores, cerca de 30% dos pacientes apresentam resistência à terapia medicamentosa. Na busca de novas alternativas terapêuticas, o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) realizou, entre os meses de julho de 2008 e maio de 2012, a primeira fase do estudo Transplante Autólogo de Células-Tronco da Medula Óssea na Epilepsia do Lobo Temporal Refratária ao Tratamento Medicamentoso, para analisar a factibilidade e a segurança do transplante autólogo de células-tronco da medula óssea (retiradas do próprio paciente) para o tratamento da epilepsia do lobo temporal (ELT). Na avaliação de seis meses, 40% dos pacientes não tiveram mais crises convulsivas, 25% tiveram redução entre 70 e 99% no número de crises, 15% tiveram redução entre 50 e 69% no número de crises e 20% apresentaram redução no número de crises menor que 50%.

Após a primeira fase, se inicia uma nova etapa da pesquisa, com chamada aberta para pacientes voluntários. Esta fase inclui a participação de três centros: PUCRS – Hospital São Lucas, Programa de Cirurgia da Epilepsia, Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul; Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Departamento de Neurologia; e Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Hospital de Clínicas – Serviço de Epilepsia e EEG. O projeto, que possui recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem coordenação geral do diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa, tendo como coordenadores na Unicamp o professor Fernando Cendes e na UFPR o professor Carlos Eduardo Soares Silvado.

 

Pré-requisitos para participação na pesquisa:

  • Ter idade entre 18 e 60 anos
  • Ser portador de Epilepsia Temporal resistente ao tratamento medicamentoso
  • Concordar com a participação no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

 

Interessados em participar podem entrar em contato somente através do e-mail [email protected].


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