Conheça a trajetória inspiradora de estudantes que iniciaram ou retomaram os estudos após os 40 anos

Recolocação no mercado de trabalho ou mudança total de carreira é o principal objetivo destes alunos

18/08/2023 - 15h59

Tathyana Tonniges é formada em Administração pela PUCRS e atualmente cursa Enfermagem na Universidade/ Foto: Giordano Toldo

Nunca é tarde para voltar a estudar ou incluir essa rotina no dia a dia. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), houve um crescimento de 93,84% de pessoas com mais de 40 anos que entraram na universidade no período de 2011 a 2022. Atualmente, elas representam 13,4% de todos os estudantes universitários do país. Embora possa parecer intimidante retornar à sala de aula, essa decisão demonstra coragem e passa pela busca do autodesenvolvimento contínuo. 

Conciliar compromissos como trabalho e família com as demandas acadêmicas pode ser uma das maiores dificuldades para os alunos 40+. Para facilitar essa experiência, a líder de Talentos do PUCRS Carreiras, Bruna Lira, destaca que é importante saber gerir o tempo da melhor maneira possível. 

“O aluno precisa elencar prioridades e criar uma lista de tarefas para melhorar o gerenciamento de tempo, anotando tudo o que precisa ser feito. Organizar as atividades a partir de um cronograma também contribui neste momento. E, claro, também é importante ser flexível consigo mesmo, sabendo que os contratempos podem acontecer”. 

Por já possuírem uma vivência profissional e terem acumulado diversas experiências ao longo da vida, os estudantes dessa faixa etária possuem diferentes motivos para retornar ao mundo universitário: cursar uma graduação que aperfeiçoe ainda mais a carreira, realizar um sonho que ainda estava no papel ou mudar totalmente de profissão são algumas delas. Na semana em que comemoramos o Dia do Estudante, a PUCRS apresenta a história de alunos/as que, aos 40+, optaram por ingressar no mundo universitário. 

Foi a partir da organização do seu tempo que Tathyana Tonniges, estudante do Curso de Enfermagem da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, conseguiu voltar para a Universidade. Formada em Administração em 2014, também pela PUCRS, decidiu mudar para a área da saúde. Para ela, a disciplina é uma estratégia fundamental para conciliar a vida pessoal e a universitária.  

“Eu fiz uma escolha no momento em que decidi estudar. Precisei conciliar uma rotina com emprego, afazeres domésticos e vida pessoal. Todos nós, em algum momento da vida, passamos por uma fase que exige um pouco mais de sacrifício, e onde é necessário abrir mão de alguma coisa, porque no final sempre vem a recompensa. Tenho certeza de que o caminho que eu escolhi já está rendendo bons frutos. A troca de experiências com as pessoas de todas as idades, sejam mais jovens ou mais velhas, sempre é válida. Tenho colegas maravilhosos na minha turma, com pensamentos diferentes, mas com uma conexão e sinergia que andam juntas”. 

A satisfação de Tathyana hoje é tão grande que a futura enfermeira quer continuar na vida acadêmica, cursando mestrado e doutorado na área. 

Apoio é fundamental para os estudantes nessa faixa etária 

Laura Medina é jornalista e hoje cursa Psicologia na PUCRS/ Foto: Giordano Toldo

Voltar a estudar depois dos 40 anos é um desafio pela rotina corrida entre trabalho, aulas e vida pessoal. No entanto, contar com o apoio da família torna esse trajeto bem mais fácil. Marilda Blauth é formada em Turismo pela PUCRS. Em 1986 ela trabalhava em uma agência de viagens e resolveu investir nos estudos na área. Apesar das dificuldades financeiras, finalizou a primeira graduação otimista. “Mesmo sendo difícil conciliar estudo, trabalho e família terminei o curso pensando que faria tudo novamente, pois me apaixonei por este ambiente acadêmico, de pesquisa e convivência com os colegas. 

Cerca de 20 anos depois, durante a pandemia da Covid-19, ela decidiu que retomaria os estudos. Hoje é aluna do Curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e se prepara para fazer a mobilidade acadêmica em Portugal ainda neste semestre. Com o apoio da família, conseguiu dar continuidade a essa etapa, que iniciou de forma online. 

“Foram eles que me incentivaram e me ajudaram muito nas questões tecnológicas. Pensamos juntos em um local onde eu pudesse assistir às aulas sem distrações. Também nos revezávamos nas tarefas diárias. Quando voltei ao modelo presencial, tive que me readaptar novamente, mas continuei tendo todo o apoio necessário”. 

Bruna Lira reforça a importância de contar com uma rede de apoio que funcione como uma base para que os/as estudantes possam continuar na procura pelo conhecimento. É claro que neste momento de vida o tempo destinado a essas atividades é mais curto que na juventude, por isso, além da organização, é preciso buscar suporte em uma rede que auxilie no cuidado com os filhos, com a casa e com as atividades da vida adulta”, ressalta. 

O retorno aos estudos após uma carreira consolidada em outra área  

Laura Medina decidiu mudar o foco profissional aos 50 anos. Depois de uma carreira de sucesso, tendo passado por diversos veículos e sendo reconhecida pela apresentação de programas com foco em saúde, a jornalista resolveu apostar em uma nova paixão: a psicologia.  

“Dividir o meu tempo com pessoas mais jovens me renova e me faz sentir em um processo de transformação. Aos 56 anos de idade percebo um novo caminho na minha fase de vida. É um momento que serve como um dispositivo para iniciar uma construção amorosa da minha velhice”. 

Voltar à universidade após os 40 anos é poder aproveitar toda a experiência de vida para apostar novas fichas em diferentes possibilidades. “A psicologia é uma profissão que permite entrar no mercado de trabalho em qualquer fase da vida. O curso também é um campo inesgotável de estudo, basta querer”, destaca Laura. 

Atualmente com uma rotina flexível de trabalho, a jornalista também ressalta a importância de uma organização que facilite a vida. “Não tenho uma carga horário fixa, mas atendo algumas empresas e eventos. Em casa, possuo horários para as tarefas e um tempo para curtir a família. Não é fácil conciliar tudo. Quando não consigo, respiro fundo e está tudo bem, sigo em frente, com calma, sem cobranças como eu fazia no passado. Viva a maturidade!”, brinca. 

Para Laura, a troca com professores e colegas contribui na formação, possibilitando um aprendizado além da grade curricular. 

“É enriquecedor a troca de saberes, o aprendizado com a experiência do outro e o compartilhamento de ideias. Está sendo uma bela experiência de vida conviver com colegas bem mais jovens do que eu”.

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