Projeto da PUCRS desenvolve plataforma digital sobre políticas públicas de cultura no RS

Iniciativa da Escola de Humanidades e do Tecnopuc busca difundir ações culturais no Estado

24/11/2022 - 15h10

A PUCRS é, também, um polo de cultura no Rio Grande do Sul. Em diferentes espaços do Campus há murais que formam uma Galeria a Céu Aberto Foto: Bruno Todeschini

Desde sua implementação, em 2004, a Política Nacional de Cultura Viva foi desenhada para valorizar a cultura de base comunitária, a articulação em rede e a gestão compartilhada, com base nos princípios da diversidade, autonomia, protagonismo e o pleno exercício dos direitos culturais. No Brasil, foram mapeadas mais de 4.297 organizações e coletivos culturais da sociedade civil e sem fins lucrativos, reconhecidos e certificados através do Programa por suas ações de base comunitária, envolvendo arte, cultura, educação e cidadania. 

De acordo com a professora da Escola de Humanidades, Tatyana de Amaral Maia, este programa se trata de uma importante política pública dedicada à cultura, valorizando a diversidade cultural do país, assim como do Rio Grande do Sul, que conta com mais de 200 pontos de cultura. A docente dedica seus estudos em políticas culturais no Brasil Republicano e atualmente coordena o Projeto “Políticas Culturais e Cidadania Cultural: o Programa Cultura Viva no RS (2005-2022)” mais recentemente contemplado pelo Edital Pró-Humanidades CNPQ.  

Com a participação de pesquisadores da PUCRS e pesquisadores parceiros nacionais e internacionais, o projeto busca proporcionar melhor conhecimento sobre a Política Nacional de Cultura Viva, valorizar os pontos de cultura, ampliar a difusão das ações culturais por meio de uma plataforma digital que pretende armazenar os registros audiovisuais que serão realizados ao longo do projeto. Para Tatyana, esta plataforma de História Pública Digital de livre acesso pretende impactar as áreas do ensino, da pesquisa e da extensão, sendo amplamente acessado e utilizado por toda a sociedade gaúcha e brasileira.  

Saiba mais sobre o projeto 

Quem visita o Campus da PUCRS, além de assistir a shows, peças de teatro e participar de oficinas de arte, também pode prestigiar obras como essa, localizada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS Foto: Bruno Todeschini

O projeto coordenado por Tatyana é desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em História, da Escola de Humanidades, e conta com a participação dos professores Cláudia Musa Fay, Luciana Murari e Luís Carlos dos Passos Martins. Como parceiros integram representantes da Associação Brasileira de História Oral (ABHO), da Rede Brasileira de História Pública, do Laboratório de História Oral da Universidade Federal Fluminense, da Federação Internacional de História Pública, do Laboratório de Imagem, Memória, Arte e Metrópole da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Università Ca’Foscari Venezia, da Itália.   

A professora explica que o projeto da PUCRS surgiu diante da necessidade de avaliação do Programa Cultura Viva no Rio Grande do Sul numa dimensão dialógica, ou seja, não apenas através dos atos normativos e números quantitativos, mas através do reconhecimento dos coletivos culturais como protagonistas e beneficiários desse programa. Neste processo será fundamental a parceria com uma Start-up do Parque Tecnológico e Científico da PUCRS (Tecnopuc), que será responsável pela construção da plataforma e na inserção dos conteúdos, favorecendo a divulgação para um público mais amplo. 

Ainda no processo inicial, o projeto pretende iniciar um diálogo com as secretarias estadual e municipais de cultura para compreender o impacto dos pontos de cultura na construção das identidades locais e regionais e os desafios projetados para o próximo ano. Para a coordenadora, é fundamental pesquisar as políticas públicas em execução, compreender seus avanços e limites, produzir uma escuta empática e ativa com os beneficiários dessas políticas pública e compartilhar com toda a sociedade desse conhecimento produzido. 

“A Universidade tem um papel fundamental nesse processo e as Humanidades quando associadas aos usos das novas tecnologias podem contribuir para essa avaliação, mediação e divulgação. Serão dois anos de muito trabalho, mas as possibilidades de retorno e as potencialidades de novos projetos são imensas”, finaliza a docente.   


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