PUCRS sedia primeiro encontro da Rede Iberoamericana de Senescência Celular

Envelhecimento da população é tema atual: em 2050 população mundial com mais de 65 anos deve chegar a 16%

Por: Profa. Florencia Barbé-Tuana

12/12/2023 - 10h44

No dia 30 de novembro, ocorreu o primeiro encontro da Rede Iberoamericana de Senescência Celular (IberoICSA). Ela faz parte da organização Internacional de Senescência Celular (ICSA), que tem como objetivo promover a pesquisa, cooperação e troca de informações entre todos os interessados em qualquer aspecto da senescência celular. O evento, que foi realizado no auditório do prédio 40, na PUCRS, e também de forma remota, contou com a participação de mais de 120 pessoas da Iberoamérica, que realizam pesquisas em universidades ao redor do mundo.

PUCRS sedia primeiro encontro da Rede Iberoamericana de Senescência Celular

O encontro foi organizado pela Profa. Florencia Barbé-Tuana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, juntamente com os professores Manuel Collado do Instituto de Investigaciones Sanitárias de Santiago de Compostela (IDIS) na Espanha, Eduardo Arzt e Florencia Herbstein do Instituto de Investigaciones em Biomedicina de Buenos Aires, sede do Max Planck Institute na Argentina e Mónica Cáceres da Universidad de Chile.

A senescência celular é um assunto extremamente relevante e atual, uma vez que o envelhecimento da população é uma realidade global. Estima-se que a proporção de pessoas com 65 anos de idade ou mais aumente drasticamente, passando de 10% em 2022 para 16% em 2050, e as projeções indicam que uma em cada quatro pessoas terá 65 anos ou mais em 2100.

Em nível celular, as células senescentes param de se dividir, mas permanecem metabolicamente ativas, o que leva à produção e secreção de uma série de moléculas bioativas que caracterizam uma mudança em sua função. A noção de que células senescentes impactam na expectativa de vida tem sido demonstrada em modelos experimentais pré-clínicos e em indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis (DCN) como obesidade, doenças cardiovasculares, de origem psiquiátrica, câncer e doença de Alzheimer e Parkinson, entre outras. Por esse motivo, tendo em consideração a alta prevalência do envelhecimento agravado por sua associação com DCN na nossa sociedade contemporânea, o aprofundamento e discussão sobre o assunto em uma perspectiva celular, molecular e sistêmica torna-se um assunto altamente relevante.

Pesquisas recentes têm explorado o uso de terapias que visam modular as células senescentes ou a sua remoção, dando origem a uma nova área da biologia, as senoterapias. Atualmente, há em andamento dezenas de ensaios clínicos cujo objetivo é avaliar o impacto de senoterapias em diferentes doenças humanas. O grupo responsável pelo evento tem interesse no estudo de células senescentes e em entender como processos inflamatórios crônicos podem induzir células senescentes e como esse aumento pode desencadear o envelhecimento precoce do indivíduo.

O IberoICSA é o segundo evento organizado pelo grupo. Em setembro deste ano, também organizaram de forma presencial o Primeiro Simpósio Internacional em Senescência aqui na PUCRS, junto com colegas da UFRGS. Eles têm se mobilizado para congregar, divulgar e estimular entre a comunidade científico-acadêmica a interação de estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores de diversas áreas que atuam na área da senescência celular. Nosso intuito é promover o diálogo científico e debater sobre estratégias de estudo da senescência no contexto de diversas doenças.

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