“Estou feliz e realizado”

Clotet despede-se após 12 anos à frente da Reitoria

Por: Revista PUCRS

08/12/2016 - 12h56
Joaquim Clotet

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

O Reitor da PUCRS, Joaquim Clotet, transmite nesta sexta-feira, 9 de dezembro, o cargo para o atual Vice-Reitor, Evilázio Teixeira. Na mesma ocasião, o diretor do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer/RS), Jaderson da Costa, assume como Vice-Reitor. A cerimônia será realizada às 10h30min no Centro de Eventos da Universidade, prédio 41 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

O Ir. Joaquim Clotet, 70 anos, nasceu na Catalunha (Espanha), mas passou quase a metade da vida na PUCRS. Assumiu a Reitoria em 2004, tendo como bandeira a inovação e o empreendedorismo. Na entrevista, manifesta suas realizações e afirma que deixa o cargo feliz e realizado. “Dediquei-me à função com entusiasmo e sem reservas, contando sempre com a ajuda de Deus e do círculo de colaboradores mais próximos”. Leia abaixo a entrevista completa concedida à Revista PUCRS:

 

Quais as suas principais realizações à frente da PUCRS?

Em primeiro lugar, o cumprimento da missão, que destaca a excelência, a qualidade e os diferenciais de uma universidade católica dirigida e administrada pelos irmãos maristas. Outro aspecto a ser ressaltado é o modelo de gestão que priorizou o trabalho em equipe: reitor, vice-reitor, pró-reitores e assessores participaram ativamente no colegiado da reitoria. Ainda que com posicionamentos díspares, por meio do diálogo, chegamos sempre à decisão que julgamos ser a melhor para a Universidade. Os resultados têm mostrado a qualidade do nosso modo de proceder.

 

Quais os períodos mais difíceis de sua gestão e como os enfrentou?

Em qualquer processo de gestão de pessoas, são comuns os conflitos e a tomada de decisões. Questões difíceis têm sido tratadas com atenção, prudência, respeito e de forma colegiada.

 

Quais são os momentos mais felizes?

As incontáveis horas de trabalho com o colegiado da reitoria, pautadas pelo estudo, diálogo, compreensão, respeito, criatividade, inovação e unidade na diversidade. Disse muitas vezes: “Não me assustam os problemas, por mais difíceis que eles sejam, quando há uma equipe de pessoas honestas, eficientes e comprometidas com a missão”. Outro momento foi a nota 7 da Capes, máxima pontuação, ao Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde. Também sinto-me satisfeito com os frequentes encontros de diálogo com os professores e as associações dos funcionários e dos docentes, sempre num clima de respeito. Projetos como Reflexões, Energizar e Recepção aos Novos Docentes propiciaram uma aproximação entre os gestores, os professores e os técnicos administrativos. Além disso, estar ao lado dos alunos no Open Campus, no Stand Calouros e no Momento Formandos foi um privilégio.

 

O senhor fez a PUCRS dar um salto em termos de internacionalização.

Um dos nossos objetivos, no início, foi a internacionalização, hoje uma característica imprescindível para uma universidade de qualidade. Todos os anos, acompanhado de um grupo de gestores, visitei as melhores universidades de países diversos. Isso produziu inúmeros ganhos, como melhoria da qualidade do ensino e, de modo especial, da pesquisa. Há intercâmbios de professores e de alunos, bem como colaboração em projetos e empreendimentos. Cabe destacar que a PUCRS é reconhecida como parceira de numerosas universidades internacionais.

 

Qual o legado que recebeu do Ir. Norberto Rauch e manteve na sua gestão?

O Ir. Norberto foi um gestor incansável, empreendedor, austero, correto e objetivo. Foram notáveis suas contribuições e sua dedicação para o crescimento da Universidade. As sementes por ele plantadas nas áreas da pesquisa e da pós-graduação são hoje uma realidade reconhecida pela excelência tanto no Brasil quanto no exterior. Seu empenho na inauguração e no desenvolvimento do Centro de Extensão Universitária Vila Fátima também merece ser lembrado.

 

Como quer que sua trajetória seja reconhecida?

Tem sido um período de grande esforço em busca de qualidade, de aproximação e cooperação com a sociedade, bem como de ênfase e visibilidade da identidade católica e marista. Um ex-reitor de Harvard descreve a universidade contemporânea como a instituição que vai além da Torre de Marfim. A PUCRS abriu-se para o mundo. Hoje a Universidade é uma alavanca para a transformação de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Estes 12 anos foram um tempo de interação nacional e internacional, por meio da inovação e do empreendedorismo científico e tecnológico, com apoio dos governos e do mundo empresarial. Uma época de mobilidade docente e discente e um tempo fecundo de pesquisas em parceria com instituições e universidades do exterior. Uma fase de formação institucional católica e marista de professores e técnicos administrativos.

 

A que projetos o senhor renunciou para ser reitor?

A continuação de meus estudos e pesquisas nas áreas da ética e da bioética. Também, lamentavelmente, do cultivo pessoal, no grau que sempre desejei, da minha vida espiritual, religiosa, intelectual e social.

 

Onde o senhor atuará a partir de 2017?

Estou planejando um período sabático, que irei concretizar nos próximos dias. Contatei as Universidades de Oxford e de Cambridge, para estágio pós-doutoral.

 

O senhor volta para a PUCRS?

Pretendo retornar. Não seria este o momento de deixar o País. Sou cidadão brasileiro e porto-alegrense. O Brasil é minha segunda pátria, ou melhor, após 32 anos é quase a primeira, onde me sinto feliz e realizado.

Compartilhe

Outras notícias Veja todas as notícias

  • Últimas publicadas
  • Mais lidas