Escola de Medicina debate o comportamento nas redes sociais

Evento alertou para as implicações éticas do meio virtual

18/04/2017 - 17h54
Palestra, medicina, redes sociais

Foto: Eduarda Pereira – ASCOM/PUCRS

A Escola de Medicina promoveu nesta segunda-feira, 17 de abril, uma palestra que tratou sobre a relação entre as redes sociais e a ética médica. Os ministrantes foram o professor e coordenador do Núcleo de Ética e Bioética da Escola de Medicina, José Roberto Goldim, e a professora Maria Lúcia da Rocha Oppermann, da Faculdade de Medicina da UFRGS, ouvidora do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers). A legislação e o código de ética médica, os comportamentos que se esperam de profissionais da área e a maneira como devem se portar no ambiente virtual foram alguns dos tópicos abordados, em clima de conversa com o público presente.

Para o professor Goldim, a necessidade de discussões do tipo se dá devido ao volume de equívocos e mal-entendidos que vêm sendo diagnosticados no uso das redes sociais. “Precisamos, também, tentar diminuir essa ‘demonização’ do uso das redes, que não é totalmente ruim. É possível utilizá-las de maneira benéfica”, complementou. Ele exemplificou os efeitos positivos citando grupos de WhatsApp criados por equipes médicas para trocas de informações e contatos internos. “Desde que tenham o mesmo cuidado que os prontuários, não tem problema nenhum. Mas é aquela velha história da utilização adequada”, explicou.

Para a professora Maria Lúcia, o maior exemplo de uso inadequado das redes é a superexposição de pacientes. “Isto está previsto no código de ética médico. Mesmo que o paciente autorize expressamente, não se pode fazer uso da sua imagem. Para fins científicos, a exposição deve ser a mínima possível e requer autorização expressa. Qualquer outro caso é absolutamente vetado”, ressaltou. Outras exposições, como fotos durante cirurgias – principalmente quando a instituição de saúde é identificada –, também podem expor os profissionais a problemas legais.

Os professores dizem que a conscientização acerca dessas violações deve ser priorizada, principalmente no meio acadêmico. “Dentro de toda a tarefa educativa que estamos começando com o Núcleo de Ética e Bioética da Escola de Medicina, vamos fazer atividades como esta regularmente. Precisamos trazer os alunos para contextos de adequação em que eles já entendam a ética médica como uma estrutura básica”, afirmou Goldim. Maria Lúcia finalizou: “Médicos, ao tirarem o jaleco, não deixam de ser médicos. E acadêmicos serão profissionais em muito pouco tempo. Precisam estar cientes do tipo de postura que devem ter e saber que também estão sujeitos a penalidades, mesmo que ainda não sejam administrativas disciplinares”.

Código de Ética MédicA

Segundo Maria Lúcia, a última edição do Código de Ética Médica foi publicada em 2009 e, agora, está sofrendo algumas alterações, provavelmente estimuladas por temas como as redes sociais, ainda muito novos.

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