Motion Design: conheça quatro dicas de como entrar nesse mercado

17/01/2024 - 17h10

Conheça a técnica que está sendo buscada em profissionais na área da animação, entenda a importância dela no seu negócio e, ainda, confira 4 dicas de como iniciar nesse ramo que vem crescendo no mercado.

 

Motion design, você já conhecia esse termo?

Embora o termo motion design possa soar estranho para muitos, com certeza você já se deparou com a sua aplicação. Essa forma de design está presente, diariamente, na vida de todos, principalmente daqueles conectados às redes sociais, repleta de vídeos e publicidades animadas.

Mesmo que o termo não esteja popularmente difundido, a crescente demanda por profissionais desta área pode se tornar uma oportunidade lucrativa para quem sonha em trabalhar com produção de vídeos e também para as empresas que desejam aumentar sua visibilidade através das mídias audiovisuais.

O que é o Motion Design?

O termo motion design significa design em movimento. Ele é uma técnica usada para contar uma narrativa por meio do movimento de ícones, textos e formas geométricas, com princípios de animação. Ele pode ser usado para transmitir informações e explicar conceitos de uma forma fluida e divertida.

Quando o Motion Design surgiu?

O motion design tem suas raízes no cinema, mas não há um consenso sobre a sua origem exata. Alguns estudiosos acreditam que a primeira obra utilizando a técnica tenha surgido em 1940, com o vídeo “Dots”, de Norman McLaren. Outros creem que o marco tenha se dado na década de 50, com Saul Bass, considerado o então precursor da técnica, que criou os créditos animados nas produções cinematográficas de filmes famosos, como O Homem do Braço de Ouro (1955), Um Corpo que Cai (1958) e Psicose (1960).

Após a grande repercussão da técnica, o motion design foi amplamente utilizado no cinema e, posteriormente, usado em programas televisivos, com seus “fly logos”,  logos que se movimentam na tela, dando a impressão de “entrarem na tela”, muito comuns em aberturas e chamadas na televisão.

Com o surgimento e aperfeiçoamento da computação gráfica, o recurso foi se tornando cada vez mais comum e, hoje, permeia o cotidiano de grande parte do conteúdo que é consumido pela população nas produções cinematográficas, televisivas, nos conteúdos digitais nos celulares e em mídias externas.

 

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Animação x Motion Design x Design Gráfico

Guilherme Parolin

Foto: Sílvia Dapper

A semelhança entre os 3 termos pode gerar confusão na área da comunicação (audio)visual e por mais que os conceitos estejam conectados (até mesmo unidos, em muitos casos), cada um é usado para propósitos distintos. O professor de Design da Escola de Comunicação, Artes e Design (FAMECOS), Guilherme Parolin, traz uma distinção entre os termos.

As animações, em sua maioria, possuem personagens e objetos que compõem a narrativa, e a história delas normalmente é clara e sequencial.

Já o motion design, mesmo seguindo em alguns casos um storyboard, usa majoritariamente elementos visuais, como grafismos e formas para comunicações diversas, normalmente se destinando a produtos ou serviços.

Enquanto a animação se destaca pelo movimento de personagens e narrativas, o motion design enfatiza a estética visual em movimento, muitas vezes buscando transmitir informações de maneira concisa e atraente.

“Na prática profissional, é difícil traçar uma linha exata que delimite quando um começa e termina. Acredito, no entanto, que podemos pensar no ‘motion design’ como uma aplicação específica desse campo maior que é a ‘animação’. Ou seja: todo motion designer é animador, mas nem todo animador é motion designer.”, explica Parolin .

Por fim, o design gráfico trabalha com projetos gráficos, artísticos e visuais para uma ampla variedade de mídias, mas não necessariamente inclui animações e movimentos. Já no design motion, isso é um pré-requisito, uma vez que todos os projetos envolverão efeitos que rompam com a estática.

 

Impacto do Motion Design na experiência do usuário (User Experience)

A técnica do motion design torna-se essencial nos dias de hoje, em meio à sobrecarga de informações e estímulos que buscam cativar ao máximo a atenção do usuário.

“Como sociedade, nossa cultura visual nunca foi tão elaborada. Isso quer dizer que as pessoas hoje, no geral, não somente estão melhor capacitadas para consumir conteúdos visuais mais elaborados do que antigamente, mas também que seu nível de exigência com relação ao detalhamento e sofisticação desse mesmo conteúdo também aumentou”, comenta Parolin.

O movimento nos conteúdos informativos e comunicacionais dão dinamismo à narrativa construída, ou seja, o movimento aumenta a atratividade do conteúdo para o público, se tornando um aliado para despertar interesse sobre um produto ou marca.

Foto: Giordano Toldo

O professor de publicidade e propaganda da Famecos e Coordenador de Marketing da PUCRS, Tiago Luis Rigo, explica sobre a tendência.

“Estudos apontam que conteúdos em vídeo tem potencial 30% maior de conversão de vendas do que estáticos. Nesse sentido, ganha protagonismo os conteúdos produzidos especificamente para as redes, sobretudo vídeos.”

Tiago e  Guilherme ainda ressaltam a importância da visão das empresas e dos profissionais da comunicação para a produção de conteúdos oriundos da animação, para que rompam com a estática e, assim, aumentem sua visibilidade ao público.

“Mesmo os conteúdos que até então eram cards estáticos podem e devem ser animados. Minha recomendação é que, nas empresas e agências, os times de criação contemplem profissionais que atuem com motion design para potencializar os conteúdos produzidos”, comenta Tiago.

“Hoje, os profissionais da comunicação que não estiverem capacitados para explorar a animação e o movimento como ferramentas de comunicação estarão largando atrás na corrida para captar a atenção das pessoas.” completa Guilherme.

 

4 dicas para ingressar e se especializar no Motion Design

1- Conheça os fundamentos básicos e estilos para depois explorar seus “pontos fortes”

No cenário do design de animação, a aplicabilidade das técnicas são quase infinitas. Haverá sempre um elemento de novidade em cada trabalho feito, e para isso é importante conhecer seus pontos fortes.

Portanto, para se destacar no mercado, busque se permitir explorar vários estilos e técnicas para encontrar aquelas em que se destaca. Entretanto, é válido ressaltar que o motion designer deve dominar os conhecimentos básicos primeiro, como os fundamentos da animação, tais como timing, easing, squash and stretch, entre outros.

Além disso, é crucial desenvolver familiaridade com princípios de design, como cor, tipografia e composição.

2- Saiba usar poder do storytelling

Ao criar suas animações, concentre-se em transmitir uma mensagem clara e emocionalmente envolvente, utilizando elementos de design e movimentos estratégicos. Um motion design eficaz conta uma história, envolvendo o espectador e deixando um impacto duradouro.

A utilização do storytelling se revela uma poderosa ferramenta para estabelecer conexões emocionais.

3- Explore competências da área do cinema, publicidade e marketing para seu projeto ser mais assertivo.

Um profissional do motion design precisa, muito além de dominar as habilidades técnicas do design, ter um olhar panorâmico para o meio em que ele está inserido, afinal, ele lidará com produções para televisão, cinema, redes sociais ou campanhas publicitárias.

Portanto, é necessário que o profissional conheça os princípios da Publicidade e Propaganda, abrangendo habilidades em:

  • Funil de vendas;
  • Criação de personas;
  • Técnicas de copywriting;
  • TV e cinema;
  • incluindo habilidades;
  • Direção;
  • Fotografia;
  • Elaboração de roteiros;
  • Construção de narrativas;
  • Organização;
  • Metodologias ágeis;
  • Ferramentas de produtividade;
  • Relacionamento com o cliente;
  • Gestão eficaz de clientes;
  • Negociação;
  • Capacidade de educar.

4– Conheça as melhores ferramentas para o seu trabalho

Para se especializar como um bom profissional, é necessário conhecer as ferramentas que irão ajudar na carreira. Primeiramente, todo profissional precisa conhecer ferramentas básicas como o Photoshop Illustrator, assim como ferramentas mais avançadas, muito úteis ao Motion Design, como: Adobe After Effects, Cinema 4D, Adobe Premiere Pro, Wacom Tablet.

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Recapitulação

É possível concluir que um profissional de ilustração e motion design precisa ter diversas habilidades e interesses que vão além dos conhecimentos técnicos.

 

(Patrick Piedade, estagiário voluntário do Hub da Indústria Criativa, Famecos, PUCRS).
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