Cuidado e olhar humanizado movem o jornalismo, afirma repórter da Globo, Marco Aurélio Souza, em aula para o Curso de Jornalismo

Por: Marinah Nogueira

02/06/2022 - 17h54

Marco Aurélio Souza visita a Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos e fala sobre o “jornalismo de personagem”. Foto: Pedro Street

A história da mãe que narra uma partida de futebol para um filho com deficiência visual correu o mundo. Em 2019, Silvia Grecco, a mãe, ganhou o prêmio da Fifa Fan Award, dedicado exclusivamente a torcedores. Mas, foi nos bastidores do jogo que a história foi escrita, ou melhor, descoberta pelo olhar atento do jornalista Marco Aurélio Souza, repórter do Grupo Globo.

Na última quarta-feira, 1º de junho, a Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos recebeu a visita do jornalista. Os alunos tiveram uma aula de comunicação marcada pela visão humana e pelo tato profissional. Entre vídeos e falas, Marco aponta que para fazer jornalismo é preciso ver além.

“Não sei se existe uma escola ou teoria que fale sobre o ‘jornalismo de personagem’, mas eu sou adepto. Temos que olhar de verdade para as coisas que acontecem à nossa volta”, declara o repórter.

Marco Aurélio Souza e Amanda Kolling. Foto: Marinah Nogueira

Durante a conversa, Marco discute o papel fundamental do jornalista em todas as pautas, sejam elas previstas ou descobertas. E não faltou exemplo. Quanto mais o repórter se aprofundava nas histórias por detrás das reportagens, mais se percebia o cuidado e o processo de produção minucioso que é necessário para a pauta não cair. E ele o faz com maestria.

São histórias, pessoas e episódios que se tornam pauta porque alguém os olhou e viu a importância que existe ali. Foi o que trouxe Amanda Kolling, jornalista de formação, ao auditório da Escola. Portadora de deficiência visual, ela acompanha o repórter desde a repercussão da pauta da mãe narradora.

“As pessoas acham que inclusão é só colocar piso tátil e coisas em braile. Não. É também mostrar que existem pessoas cegas e que nós somos parte da sociedade também”, afirma Amanda.

Por meio de uma metáfora, Marco agradece aos comunicadores. “Deus deixa o livro aberto, enquanto o diabo o fecha. Nós somos os responsáveis por mantê-lo aberto. Sigamos na luta” conclui o jornalista.

A palestra ocorreu no Auditório do Prédio 7, contou com a abertura de Ivone Maria Cassol, professora da Escola, e foi mediada por André Fagundes Pase, também professor da Escola.

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