Decana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida pesquisa sobre relação entre humanos e animais de estimação

Debate sobre benefícios proporcionados pelo convívio com animais de estimação divide pesquisadores / Foto: Pexels

O Brasil é o terceiro país do mundo com maior população de animais domésticos, de acordo com a Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Os dados do primeiro semestre de 2021 apontam que são mais de 139 milhões de bichinhos de estimação presentes no lar de cidadãos brasileiros. Por conta disso, tornou-se mais que fundamental ser discutido como se estabelecem as relações entre os humanos e os animais de estimação.  

A decana e professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Psicologia Tatiana Irigaray dedicou sua trajetória acadêmica a investigar os aspectos psicológicos na relação humano-animal e outros desdobramentos a partir disso. A docente aponta que existem diversas pesquisas que buscam investigar se o convívio com os animais de estimação proporciona benefícios físicos ou psicológicos para o ser humano, porém o debate é dividido entre os pesquisadores.  

“Enquanto alguns estudos relatam que existem benefícios relacionados ao convívio com os animais, outras pesquisas não encontraram esses mesmos benefícios, e algumas ainda sugerem que a presença de um animal pode ser prejudicial para a saúde mental das pessoas”, destaca.   

Determinantes para a saúde mental 

Entre os benefícios encontrados, Tatiana destaca o aumento do bem-estar, autoestima e felicidade, além do papel protetivo dos animais contra a solidão, depressão, ansiedade e estresse. Mas que também existem casos que relatam que os animais estão associados com o aumento dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse.  

“Diversas pesquisas avaliaram apenas o fato de as pessoas possuírem ou não um animal de estimação, sem considerar as diferenças individuais de cada relação humano-animal”, explica.  

Para a docente, as características específicas do indivíduo, como aspectos de personalidade, assim como o modo de interação com o animal, podem ser mais determinantes para a saúde mental das pessoas do que a simples presença do animal.   

A mestranda Nathália Saraiva de Albuquerque, do grupo Avaliação, Reabilitação e Interação Humano-Animal (ARIHA) do PPG de Psicologia da PUCRS, contribui para o debate com sua pesquisa intitulada Fatores de personalidade e nível de apego em tutores de cães e gatos. Seu projeto realizou comparações dos fatores de personalidade entre pessoas que possuíam cães ou gatos e os indivíduos que não tinham animais de estimação. Além disso, investigou se existia associação entre fatores de personalidade e nível de apego do tutor pelo animal.  

Apego emocional a animais de estimação 

Para a professora, os tutores que são muito apegados aos seus animais apresentam uma maior vulnerabilidade psicológica

Personalidade do indivíduo deve ser considerada nos estudos sobre o vínculo humano-animal / Foto: Sam Lion/Pexes

Os principais resultados encontrados mostraram que os participantes que possuíam animais de estimação, independentemente da espécie (cão ou gato), eram mais extrovertidos do que aqueles que não tinham animais. A extroversão engloba o modo como o indivíduo se relaciona com os demais, sendo que pessoas que apresentam uma pontuação maior nesse fator costumam ser mais ativas, comunicativas, sociáveis, otimistas e afetuosas.  

Por outro lado, verificou-se que o fator de personalidade neuroticismo, que se refere a uma maior instabilidade emocional, estava relacionado a um maior nível de apego pelo animal. Os indivíduos com uma pontuação alta em neuroticismo possuem maior probabilidade de vivenciar um sofrimento emocional mais intenso, e, geralmente, são mais ansiosos, depressivos e impulsivos.  

Como explica a professora Tatiana Irigaray, com a pesquisa pode-se concluir que os tutores que são muito apegados aos seus animais apresentam uma maior vulnerabilidade psicológica. Além disso, ela destaca que, com estes resultados, torna-se evidente que a personalidade do indivíduo é uma variável que deve ser considerada nos estudos que visam a compreensão do vínculo humano-animal.  

“A personalidade das pessoas, por exemplo, pode influenciar no modo como o indivíduo interage com o animal e também na forma como ele usufrui das vantagens envolvidas nesse relacionamento. Isso pode explicar por que nem todos os tutores se beneficiam igualmente da convivência com um animal de estimação”, explica.

Atuação do ARIHA 

O grupo de pesquisa ARIHA, sob a coordenação de Tatiana Quarti Irigaray, tem a finalidade de desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão nos quais aborda diferentes temas relacionados à avaliação e reabilitação psicológica, envelhecimento, saúde mental, aspectos da interação humano-animal e o uso de animais em terapia. O objetivo principal é desenvolver estratégias de avaliação e intervenção que possibilitem ações preventivas e de tratamento.

Integrantes da Liga do Trauma ministraram oficinas de primeiros socorros em 11 escolas / Foto: Divulgação

Uma medida que pode salvar vidas, os primeiros socorros são procedimentos prestados a vítimas de mal súbito ou acidentes com o objetivo de evitar o agravamento da condição. Com o objetivo de transmitir o conhecimento sobre o tema para a comunidade, a Liga do Trauma da Escola de Medicina da PUCRS promoveu oficinas em escolas de Porto Alegre. Ao todo, 11 oficinas foram realizadas entre os meses de outubro e novembro, de forma presencial, em instituições públicas e privadas. As atividades foram realizadas em instituições da Rede Marista e da Rede Calábria.

Estudante do 9º semestre do curso de Medicina e idealizadora do projeto, Valentina Müller destaca que o grande propósito da iniciativa foi retribuir para comunidade alguns dos ensinamentos recebidos na Universidade. Ela conta que ideia de fazer um voluntariado com oficinas de primeiros socorros surgiu a partir da percepção de que boa parte dos jovens não possui conhecimentos básicos de primeiros socorros.

“São informações relevantes de saúde que toda população deveria saber, algo que deveria ser aprendido desde cedo. Nós começamos esse projeto pois acreditamos que esse é um tema que deveria ser amplamente abordado nas escolas. Foi a maneira que encontramos de começar a trazer os primeiros socorros para pauta nesses ambientes”.

Docente da Escola de Medicina e diretor da Liga do Trauma, o professor Ricardo Breigeiron destaca que a participação de estudantes nas atividades aumenta o conhecimento técnico, intensifica a noção de organização e trabalho em equipe e contribui para a formação comprometida com a prevenção e a comunidade.

“A importância de uma liga não está somente no aprimoramento do conhecimento técnico. Os ligantes também devem exercer atividades de extensão além dos muros da universidade, principalmente no que se refere à prevenção e às informações na área da saúde. Essas atividades são fundamentais na disseminação do conhecimento médico para a população em geral, formando um vínculo importante entre a Universidade e a comunidade”.

Aluno do curso de Medicina e presidente da Liga, Marcello Freymuth ressalta que a experiência contribuiu de forma positiva para estudantes e o público. “As oficinas foram uma troca de conhecimentos bem rica e instigante. Conseguimos levar informação de qualidade e sanar dúvidas dos participantes, que compartilharam suas experiências e motivação em aprender”.

A iniciativa contou com a participação voluntária de 15 alunos e alunas da Escola de Medicina, integrantes da Liga do Trauma: Arthur Angonese, Bruno Brocker Nunes, Carolina Siciliani Aranchipe, Gabriela de Azevedo Bastian de Souza, Giulia Frantz Silveira, Guilherme Paza Ferreira, João Pedro Zortéa da Campo, Laura Gomes Pereira, Luisa Fossati Chisté Florian, Marcello de Almeida Freymuth, Martina Lopez Torres, Renata Baumann Simões, Sofia Augustin Rota, Valentina Schneider Müller e Vitor Rech Ulrich.

Sobre a Liga do Trauma

As ligas acadêmicas são uma estratégia extracurricular, com o objetivo de promover um aprofundamento teórico-prático das atividades aprendidas em sala de aula. Desse modo, uma liga acadêmica é uma associação sem fins lucrativos, que busca complementar a formação de alunos e alunas.

Criada em 1997, a Liga do Trauma da PUCRS é voltada para o estudo de tópicos relacionados a trauma e emergência dentro da medicina. Entre as atividades realizadas estão palestras, simpósios, cursos e aulas internas com o intuito de aprimorar conhecimentos.

A Liga também promove iniciativas voltadas à comunidade através do voluntariado, como plantões no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, e oficinas.

Cirurgia de Parkinson

Foto: Hospital São Lucas/Divulgação

Cerca de 1% da população acima de 65 anos possui Doença de Parkinson, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Essa condição é ocasionada por uma degeneração de células responsáveis por produzir uma substância chamada dopamina, que realiza a comunicação entre neurônios. Sua falta ocasiona os principais sintomas do Parkinson: tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações tanto na fala quanto na escrita. 

Pensando em melhorar a vida desses pacientes, Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) agora oferece a Deep Brain Stimulation, uma cirurgia para os portadores da doença. Nela, são implantados eletrodos para modular os estímulos elétricos nas regiões afetadas pelo Parkinson. Com isso, o paciente pode manter seu desempenho motor por mais tempo.  

Quem pode fazer a cirurgia?  

A Doença de Parkinson não possui cura, entretanto, o uso de medicamentos é capaz de manter a vida do paciente mais estável. “A maioria das pessoas responde bem aos medicamentos nos primeiros anos e depois o remédio começa a causar complicações, provocando distúrbios de movimentos em decorrência da medicação”, explica o neurocirurgião do HSL Paulo Petry Oppitz. Nesses momentos, os médicos podem precisar aumentar a dose dos medicamentos e, em alguns casos, isso já não é suficiente para controlar os sintomas de forma satisfatória: é aí que entra a cirurgia.  

De acordo com a neurologista Sheila Trentin, existem alguns critérios aos quais o paciente deve atender para estar apto a realizar o procedimento cirúrgico:  

Em relação a esse último critério, ela ainda explica que, mesmo nos casos mais graves de Parkinson, a medicação faz efeito. No entanto, o tempo de efeito do remédio diminui. “Existe, ainda, uma exceção que é o caso do tremor: esse sintoma pode não responder bem aos remédios e costuma ter excelente resposta à cirurgia. Inclusive, além dos pacientes com Parkinson, aqueles que possuem Tremor Essencial também podem ser beneficiados por esse procedimento”, complementa.  

Como funciona o atendimento no HSL? 

Para ter certeza de que o paciente está apto a realizar a cirurgia, é importante realizar uma avaliação médica com um neurologista, que o encaminhará para um neurocirurgião. Esses atendimentos são realizados pelo Ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital São Lucas. O agendamento de consultas particulares ou por convênio podem ser realizadas através do telefone (51) 3320-3200, do WhatsApp (51) 98502-1128 ou do site do Hospital 

saúde, bem-estar

Foto: iStock

Em parceria com o Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG), a startup Dieta Vida realizou recentemente a etapa final do seu projeto-piloto. A atividade contou com um grupo de 30 pessoas, entre 65 e 83 anos, e integra o programa online de reeducação alimentar e qualidade de vida desenvolvido pela startup.  

A plataforma apresenta aulas gravadas, curtas e práticas sobre nutrição funcional, terapia holística e gastronomia. Além disso, os usuários podem tirar dúvidas, baixar e-books em PDF e assistir, ao vivo, mentorias sobre como montar uma dieta de forma individualizada 

Embora a startup já houvesse validado a sua metodologia de um ponto de vista técnico, a usabilidade da plataforma e a efetividade para pessoas que procuram uma melhora da saúde por meio da alimentação, a intenção do projeto é legitimar esse modelo para o público 60+ e outros grupos segmentados, como o público empresarial.  

Resultados na prática 

A nutricionista e empreendedora Ana Júlia Canfild conta que o projeto teve muita participação e engajamento do público. Essa foi a primeira vez que a startup trabalhou com um grupo nessa faixa etária.  

“O piloto foi importantíssimo para provar que mesmo sendo uma solução totalmente online, funciona também para idosos. Outro aprendizado é que tínhamos a impressão de que o engajamento só existia quando a pessoa pagava, mesmo que um valor simbólico, para esse tipo de serviço. Mas vimos que o grupo mobilizou a todos, fazendo com que houvesse um aproveitamento de quase 100%”, pontua.  

Ana Júlia ainda comenta que a startup se mostrou uma oportunidade para empresas que querem oferecer esse tipo de serviço como benefício aos funcionários ou que identificaram a necessidade de melhora da saúde e peso de um grupo específico. 

Nair Mônica do Nascimento, de 67 anos, conta que perdeu dois quilos em uma semana utilizando a plataforma da Dieta Vida. “Foi supertranquilo acessar a plataforma, aprendi muito com a nutricionista e senti muita segurança. A integração com o grupo também me ajudou nesse processo” 

Irany Salete Coelho, de 66 anos, exalta sua participação no projeto Dieta Vida.  

A startup 

A Dieta Vida é uma healthtech investida e acelerada no HealthPlus, centro de inovação liderado pela GROW e pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). A estrutura é conectada ao BioHub, iniciativa que reúne toda a expertise da PUCRS nas áreas de saúde, tecnologia e inovação, envolvendo as Escolas da Universidade, Hospital São Lucas, Tecnopuc e Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).  

A coordenadora do BioHub, Diana Jardim, destaca a importância de viabilizar esse tipo de conexão, que entrega mais saúde para as pessoas e aumenta a autoestima e a longevidade.  

“Este case em especial foi lindo de ver! A melhor idade exaltando energia e felicidade com os resultados alcançados! A Dieta Vida transformou a experiência com a tecnologia em algo acessível e prazeroso, oportunizando escala e inovação em saúde e bem-estar”.

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Um sistema de Inteligência Artificial capaz de ler milhares de exames, prescrições médicas e textos clínicos em segundos. Com essa tecnologia, a NoHarm.ai auxilia profissionais de saúde da área de Farmácia Clínica Hospitalar na tomada de decisão, trazendo maior agilidade nos processos e segurança para os pacientes. Presente em mais de 30 hospitais de todo País, a startup sem fins lucrativos já impactou mais de 90 mil vidas através do cuidado com pacientes. 

A NoHarm.ai ganhou vida a partir da pesquisa do estudante Henrique Dias no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica da PUCRS. Orientado pela professora Renata Vieira, o projeto Validação da Identificação de Eventos Adversos por Aprendizado de Máquina em Ambientes Reais foi o impulso para Henrique unir a pesquisa científica e o empreendedorismo. Por meio dos caminhos proporcionados pelo Track Startup, o projeto saiu da sala de aula e ganhou novos espaços. Atualmente, a startup está instalada no ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). 

“Realizar o doutorado na PUCRS foi essencial para a NoHarm se tornar um negócio de impacto social. A Universidade possui diversos programas que possibilitam empreender e permitem que estudantes possam se engajar no ecossistema de inovação”, conta o estudante.

A solução promovida pela startup foi pensada em conjunto com Ana Helena Ulbrich, farmacêutica do Grupo Hospitalar Conceição, e contou com a participação de diversos voluntários para o desenvolvimento do projeto.  

Inovação impulsionada pela pesquisa científica 

A tecnologia com base em IA utilizada pela NoHarm atua a partir de dois algoritmos para automação da triagem farmacêutica. Enquanto um faz a priorização das prescrições fora do padrão, o outro trabalha na identificação de pacientes críticos. O sistema indica onde estão os potenciais erros de prescrição, aumentando a qualidade assistencial e a eficiência hospitalar. 

Durante o doutorado, Henrique publicou 25 artigos científicos com foco no projeto. “Recebi muito incentivo da minha orientadora para realizar as publicações. A pesquisa científica agregou valor não só para a minha trajetória acadêmica, mas também contribuiu para aprimorar e validar a NoHarm, entregando ainda mais valor para a sociedade”, comenta.  

Por três anos consecutivos, a pesquisa realizada por Henrique foi vencedora do Google Latin America Research Awards (Lara). A premiação tem como objetivo impulsionar a inovação e destacar projetos acadêmicos da América Latina que visam identificar e propor soluções tecnológicas para problemas reais do cotidiano das pessoas. 

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“O Henrique chegou para o doutorado com o propósito de fazer uma pesquisa com contribuição social. Ele estudou métodos, adaptou e criou novas soluções, levando em consideração dados reais. O ecossistema da Universidade proporcionou condições para inovação e o Henrique teve habilidade para construir algo novo com contribuição social, como tinha intenção, desde o início”, conta a professora Renata Vieira, orientadora dos estudos. 

Em junho, a NoHarm iniciou a atuação no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), e já atende 500 leitos na instituição. “O HSL sempre foi uma consequência natural do desenvolvimento desse projeto dentro da PUCRS. Nossa expectativa é trazer mais eficiência para o serviço de farmácia, avaliando 100% das prescrições no Hospital, oferecendo mais segurança para os pacientes”, conta Henrique Dias. 

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A startup também participou do Rocket 2021, reality show promovido pela RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Na sua terceira temporada, o programa teve 48 episódios durante seis semanas. Como a única representante gaúcha, das 50 startups do Brasil todo, a NoHarm ficou em 3º Lugar na Órbita Vida.

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Reconhecimento e conexão internacional 

Entre as premiações recebidas pela NoHarm.ai, está o destaque no Innovation Awards, promovido pela Grow+ e divulgado nesta terça-feira, 30 de novembro. A startup conquistou o 2º lugar na categoria Inovação Corporate, em colaboração com o Hospital Mãe de Deus. Com o uso da ferramenta, o HMD alcançou um índice de 93% das prescrições revisadas nas Unidades de Internação na primeira semana da Central de Avaliação de Prescrição.  

Além da parceria com diferentes hospitais brasileiros, a NoHarm também já gerou conexões internacionais. Em novembro deste ano, Henrique representou o Tecnopuc no Web Summit 2021, em Lisboa, um dos maiores eventos de inovação do mundo. Entre os frutos da viagem, estão a aproximação com parques tecnológicos e ambientes de pesquisa de países como Portugal e Estônia.  

“Temos uma tecnologia capaz de impactar vidas no mundo todo. Queremos estar conectados globalmente com a área da saúde, da inteligência artificial, e da economia de propósito. A participação no Web Summit, por meio do Tecnopuc, contribuiu para nos aproximar ainda mais desses tópicos”, conta Henrique.

A startup também está entre os projetos que integram o Navi, hub de inteligência artificial liderado pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS e pela aceleradora Wisidea Ventures. 

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Caminhada Nórdica, doença de Parkinson

A caminhada nórdica é realizada com o auxílio de bastões/Foto: Pixabay

Um projeto de pesquisa realizado pelo Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física (Lapafi) da Universidade, em parceria com a UFRGS, visa investigar os efeitos do exercício chamado caminhada nórdica em pacientes que possuem Parkinson. Coordenado pelo professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS Rafael Baptista, o grupo utiliza os resultados obtidos em discussões acerca da reabilitação desse público, utilizando como base os parâmetros de marcha e energia mecânica na execução do exercício físico. 

Publicado no Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, uma das mais importantes revistas científicas da área, o projeto consagrou a parceria entre os dois grupos de pesquisa envolvidos. Apesar de já terem sido encontrados alguns resultados, Baptista conta que ainda serão feitas pesquisas futuras para avaliar as respostas antes e depois das intervenções de exercícios, em especial no público idoso. Além disso, deve ser realizada uma análise para compreender os pontos fortes e fracos da corrida nórdica para pessoas com doença de Parkinson.  

O que é caminhada nórdica? 

A caminhada nórdica é um tipo de intervenção de exercício que usa um modelo de bastões especificamente projetado e conta com a contribuição dos membros superiores do corpo. Com isso, a técnica auxilia o deslocamento do corpo ao se movimentar para a frente, gerando duas ações de propulsão adicionais ao ciclo da marcha.  

O que já se sabe? 

Os efeitos da caminhada nórdica na doença de Parkinson já foram objeto de estudo de outros grupos de pesquisa, os quais sugerem que ela pode ser benéfica em vários aspectos. Uma vez que eleva a velocidade máxima da caminhada, proporciona uma simetria entre os lados afetados e não afetados pela doença e induz o paciente a ter menos variação no comprimento da passada ao realizar o exercício de caminhada, aumentando a amplitude de movimento do joelho e do quadril. Segundo Baptista, essas mudanças possuem um impacto coletivo na melhoria da capacidade funcional dos pacientes e na redução dos sintomas motores da doença.  

Como o estudo foi realizado? 

Os testes de caminhada conduzidos pelo professor Baptista foram realizados com 11 pessoas que possuíam, em média, 65 anos, e eram portadoras de doença de Parkinson idiopática, medidas na escala Hoehn e Yahr com pontuação entre 1 e 1,5. Além disso, fizeram parte do estudo outros nove participantes saudáveis com 70 anos em média. Todos os participantes eram experientes em caminhada nórdica e os exercícios foram realizados com velocidade de 1,8Km/h e 4,7Km/h, utilizando oito plataformas de força 3D em uma passarela no Lapafi.  

Com os resultados foi possível notar que pessoas com doença de Parkinson demonstram alguns ajustes específicos de marcha que são diferentes daqueles observados no público saudável, devido às restrições causadas pelos sintomas da doença. Baptista ressalta que o estudo contribui para o corpo de evidências que sugerem que ajustes mecânicos específicos ocorrem em indivíduos com doença de Parkinson:  

“Pudemos apresentar mais evidências sobre o assunto, além de proporcionar evidências científicas para médicos, fisioterapeutas e profissionais de Educação Física no que tange à prescrição de exercícios físicos e reabilitação para os pacientes com esta doença. Por fim, tudo isso auxilia a abrir perspectivas para novos estudos que possam trazer mais avanços no conhecimento e gerar novas formas de intervenção e tratamento”, avalia o professor.

5 dicas para começar a correr

A indicação é que a prática de corrida inicie na esteira/Foto: Pexels

A corrida é uma atividade física extremamente acessível, podendo ser praticada em diferentes lugares. Realizar esse tipo de exercício pode trazer diversos benefícios para a saúde, possibilitando a prevenção de doenças como depressão e problemas cardiovasculares. No entanto, é necessário realizar alguns cuidados ao começar a correr. Para estar bem-preparado para a prática da corrida, confira as orientações do professor Rafael Baptista, coordenador do Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. 

1. A corrida é adequada para mim? 

Não existe um biotipo ideal para praticar a corrida. No entanto, pessoas com sobrepeso ou obesidade podem sofrer um impacto muito grande sobre as articulações durante a prática. Por isso, nesses casos, é importante ter o acompanhamento profissional e iniciar com alguma outra atividade, como musculação ou caminhada, antes de incluir a corrida na rotina.  

2. Consulte com profissionais  

Para começar a correr é essencial procurar o auxílio de um profissional de Educação Física, que poderá realizar a avaliação da biomecânica da corrida para prevenir lesões. Além disso, é importante realizar uma consulta com um cardiologista, para verificar a existência de contraindicações, e, caso exista algum histórico de dor nas articulações, buscar um ortopedista para realizar uma avaliação. Caso, ao iniciar a prática de corrida, sinta algum desconforto articular, é recomendado suspender a atividade e realizar uma consulta ortopédica.  

3. Saiba onde correr 

A sugestão é começar pela esteira, onde há menos impacto, além de evitar problemas relacionados ao clima. Depois de ganhar certo condicionamento utilizando o aparelho, pode-se passar a se exercitar na rua. No entanto, nesse caso, é necessário tomar alguns cuidados: não se expor excessivamente ao sol ou a temperaturas elevadas e manter uma boa hidratação 

4. Prepare-se e mantenha-se constante 

O ideal, antes de começar a correr, é fortalecer alguns grupos musculares e melhorar o alongamento de outros. Sabe-se que o treino de força, como a musculação, é capaz de melhorar a resistência na corrida. Manter-se constante, o que exige uma organização para não faltar aos treinos, também é importante, pois, com a prática, o fôlego aumenta, melhorando o desempenho no exercício.  

5. Escolha um bom calçado 

Existem divergências sobre se faz diferença utilizar um calçado adaptado para cada tipo de pisada. No entanto, é importante considerar que essa é uma escolha que deve levar em conta as características individuais de cada pessoa e que pode ser orientada por um profissional de Educação Física. “Para mim, por exemplo, que sou grande, um tênis mais minimalista não funciona. Eu preciso de um calçado mais robusto, pesado, que, justamente por não ser leve, pode trazer desvantagens para outras pessoas”, exemplifica Baptista.  

O Parque Esportivo da PUCRS é um local que pode ser utilizado por aqueles que desejam começar a correr: além das esteiras presentes na academia, o complexo possui uma pista externa de atletismo e, até mesmo, possui atividades de corrida em grupo. Saiba mais no site do Parque 

Atividade física na terceira idade

Foto: Pexels

Com os avanços tecnológicos, a população está vivendo cada vez mais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o Brasil será o sexto país com o maior número de idosos do mundo. Por isso, é necessário pensar cada vez mais em como promover um envelhecimento saudável a essa população. Uma das formas de atingir esse objetivo é a prática de atividade física na terceira idade.  

A prática de exercícios físicos é indicada em todas as fases da vida, não existindo limite de idade para iniciar sua prática, sendo necessário respeitar a característica de cada uma delas”, explica Rafael Baptista, professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. Os benefícios em manter a atividade após os 60 anos são inúmeros, visto que é possível prevenir e até retardar o avanço de diferentes tipos de problemas de saúde comuns em pacientes geriátricos.  

Exercícios físicos na prevenção de doenças 

Publicado pela EdiPUCRS, o livro Doenças Geriáticas & Exercícios Físicos esclarece de que forma realizar atividade física na terceira idade pode auxiliar na manutenção de uma boa saúde. Confira os benefícios dessa prática em algumas doenças comuns em idosos:  

O professor Baptista ainda explica que a saúde mental do idosos é favorecida pela atividade física, através da liberação de hormônios responsáveis pelo bem-estar psicológico, evitando doenças como a depressão e auxiliando na socialização desses indivíduos.  

Como realizar atividade física na terceira idade?  

Atividade Física, idoso

Musculação é uma boa atividade para idosos/Foto: Pexels

Embora não existam contraindicações, é sempre necessário ter atenção a alguns aspectos antes de um idoso iniciar a prática de exercícios físicos. Primeiro, conforme Baptista, é necessário realizar uma consulta médica, para que possíveis problemas de saúde sejam identificados, o que auxilia a compreender limitações e pontos que merecem atenção durante o treinamento. Em seguida, é essencial realizar uma avaliação física, serviço oferecido pelo Parque Esportivo da PUCRS, na qual o educador físico observará a capacidade física e funcional do paciente e prescreverá um treino voltado às suas características, limitações e necessidades individuais.  

Idosos podem realizar diferentes tipos de exercícios, no entanto, existem alguns mais indicados para determinadas situações. Baptista conta que um dos que mais possuem benefícios, tanto para adultos quanto para idosos é a musculação. Na terceira idade, a prática de atividade física deve ser voltada à manutenção e ao aumento de massa óssea e muscular, levando em consideração a alta incidência de problemas como a osteoporose, que prejudica os ossos, e a sarcopenia, que é considerada a perda de massa muscular.  

No Parque Esportivo da PUCRS, existem atividades inteiramente voltadas à terceira idade. Dentre elas está a hidroginástica, o funcional 60+ e o treino de força (musculação)Essas práticas visam melhorar a força, a flexibilidade e a capacidade aeróbia, promovendo diferentes benefícios no envelhecimento saudável. Além disso, a diversidade de modalidades esportivas, permite que seja possível realizar tanto exercícios de baixo quanto de alto impacto, oferecendo melhorias para os mais diferentes problemas de saúde e auxiliando a evitar o surgimento de outros.  

Saiba mais sobre cada modalidade e matricule-se através do site do Parque Esportivo. 

Parque Esportivo será sede de projeto da prefeitura 

Coordenado pelo professor Newton Luiz Terra, pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, o Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos (PIAF), criado pela lei municipal de nº 12.443, utilizará o espaço do Parque Esportivo da PUCRS para as suas atividades. Essa iniciativa, inédita no Rio Grande do Sul, visa proporcionar gratuitamente atividades físicas personalizadas para a terceira idade. O PIAF será efetivamente iniciado quando a pandemia de Covid-19 permitir sua realização.  

Buscando qualificar os serviços e acolhimento a milhares de pacientes com atendimento humanizado e tecnologia de ponta, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) realizará uma série de obras que revitalizarão mais de 17 mil metros quadrados da instituição. A cerimônia que marcou o início das ações aconteceu nesta sexta-feira, 5 de outubro, com a presença do Ministro da Saúde e de representantes da PUCRS e do HSL.

O reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, ressaltou a relevância da ação para a instituição, que possui grande e histórica representatividade na Saúde do Estado do Rio Grande do Sul e acaba de completar 45 anos de prestação de serviços à comunidade. “Não se trata apenas de uma obra, mas de um passo a mais realizado pelo HSL em direção ao seu reposicionamento e um passo a mais para nosso Campus da Saúde. É um dia histórico, de nos alegrar e celebrar essa bela história de 45 anos de hospital que nos trouxe até aqui”.

Em sua fala, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga destacou que o Ministério da Saúde prioriza os investimentos em instituições que prestam os melhores serviços à população. Cerca de R$ 70 milhões em recursos federais foram captados para a revitalização do Parque Tecnológico, bloco cirúrgico, unidades de internação, entre outras áreas do hospital.

Por ano, mais de 320 mil diagnósticos, 75 mil tratamentos de oncologia, 1 mil atendimentos de hemodiálise, 40 mil internações, 4.300 cirurgias e 2.800 atendimentos de emergência, além de 90 mil consultas e 10 mil teleconsultas, são realizados no HSL através do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante o pico da pandemia provocada pela Covid-19, a instituição também teve 58 leitos, entre UTI e enfermaria, referenciados para o atendimento de pacientes com o coronavírus.

“O início da revitalização e modernização tecnológica dos equipamentos médicos e das áreas, reunirão conforto, tecnologia e proporcionarão maior qualidade e segurança no atendimento aos pacientes. Este momento é motivo de alegria para nós, assim como receber a maior autoridade sanitária do País para conhecer o trabalho desenvolvido por nossas equipes”, salienta Leandro Firme, o diretor geral do Hospital São Lucas.

A gerente de Captação de Recursos e Projetos do HSL, Izadora Silveira, afirma que para além da captação de recursos e as mudanças estruturais que irão ocorrer, é importante lembrar que uma união de fatores faz o hospital acontecer: “O conjunto de recursos, a estrutura, a tecnologia de ponta, mas principalmente profissionais experientes e dedicados traduzem a nossa dedicação integral ao cuidado com a vida”.

Mais uma etapa do Campus da Saúde da PUCRS

Com cronograma que deve se estender pelos próximos anos, as obras se iniciam no bloco cirúrgico e outros setores serão impactados gradativamente. As mudanças fazem parte da consolidação do Campus da Saúde da PUCRS, uma iniciativa que tem formato inédito no País e reúne ensino, pesquisa, inovação e assistência às pessoas.

O modelo integrado e multidisciplinar foi pensado para atender o movimento de cuidado integral com a vida e promoção da saúde em todos os sentidos, conectando as atuações do HSL, do Parque Esportivo, do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), do Centro Clínico, do Centro de Reabilitação, das Escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida e de iniciativas de inovação como o BioHub, empreendimento do Tecnopuc que atua na geração de negócios inovadores em ciências da vida.

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Trabalho premiado buscou descrever e contextualizar as ações do grupo de pesquisa / Foto: arquivo pessoal

Buscando reconhecer e premiar quem mais procurou aprimorar a prática médica, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) criou, em 2021, o Prêmio Amrigs de Melhores Práticas na Medicina com o foco, neste ano, no contexto da Covid-19. No último dia 27 de outubro, o Projeto de Extensão Atenção MultiProfissional ao Longevo (Ampal), coordenado pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, foi agraciado com o segundo lugar na categoria Terceiro Setor.

O título do trabalho premiado foi Atenção Multiprofissional ao Longevo: uma estratégia de mediação do telemonitoramento domiciliar à atenção básica. O trabalho buscou descrever e contextualizar as ações do grupo de pesquisa do projeto Ampal em 2020. A atividade do telemonitoramento constituiu em avaliação e acompanhamento do estado de saúde de nonagenários e centenários residentes de Porto Alegre.

Sobre o projeto

De acordo com o coordenador do projeto, o professor da Escola de Medicina Angelo Gonçalves Bós, a proposta partiu de um projeto de pesquisa, inicialmente em um ambulatório de atendimento multiprofissional ao longevo em 2012 no Hospital São Lucas da PUCRS. Percebeu-se na dificuldade de deslocamento (sair de casa) dos nonagenários e centenários, uma oportunidade de criar estratégias para levar o cuidado da saúde à prevenção e promoção de saúde mais próximo do cliente.

Dessa iniciativa, resultou um inquérito de avaliação ampla do idoso em saúde multiprofissional em 2014, o Projeto de Extensão Atenção Multiprofissional ao Longevo da PUCRS (AMPAL) que foi utilizado para a avaliação do estado e agravos de saúde de pacientes longevos atendidos pelo Centro de Extensão Universitária Vila Fátima, no bairro Bom Jesus. Em 2016 o projeto teve sua abrangência ampliada para atuar nas diversas regiões do Orçamento Participativo de Porto Alegre, recebendo investimentos do Fundo Municipal do Idoso da cidade, estabelecendo uma corte de 248 participantes acompanhados desde então.

Das avaliações eram gerados relatórios de saúde enviados aos participantes e famílias. O relatório continha, entre outros resultados, orientações e encaminhamentos para a resolução de problemas observados. O acompanhamento se deu de maneira domiciliar em 2018, também com recursos do Fundo Municipal do Idoso de Porto Alegre, e com uma nova avaliação prevista para 2020, desta vez sem recursos externos.

Acompanhamento na pandemia

Durante a pandemia, o projeto buscou se inovar e desenvolveu um formato online, testado em um grupo significativo de nonagenários e centenários (56), mostrando-se eficiente para esse propósito. Os primeiros resultados, durante a pandemia, foram publicados e apresentados em diversos eventos científicos (regionais, nacionais e internacionais), gerando difusão do conhecimento para fomentar novas práticas de saúde na longevidade e delineando novos desafios, como alteração da qualidade do sono, alterações emocionais e físicas, dentre outras.

Além disso, uma intervenção remota de tele-reabilitação foi realizada e mostrou ser reprodutível e eficiente para a manutenção e recuperação de habilidades funcionais em longevos. Contatos sobre o projeto podem ser realizados com o coordenador do projeto através do e-mail [email protected].