saúde mental e covid-19, Christian Kristensen

Christian Kristensen, professor e pesquisador da Escola de CIências da Saúde e da Vida da PUCRS, integrou o comitê da OMS / Foto: Marina Haupenthal

A pandemia de Covid-19 teve um impacto severo na saúde mental e no bem-estar das pessoas em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem atuado com diversos parceiros internacionais para desenvolver e divulgar soluções para mitigar estes impactos da doença à nivel global. Dentre as iniciativas, a OMS realizou o relatório Mental Health and Covid-19: Early evidence of the pandemic’s impact, que contou com a participação do professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Christian Haag Kristensen.

O docente integrou o steering committee (comitê de orientação), responsável por analisar os resultados principais e revisar o escopo geral do relatório. A publicação oferece uma visão geral sobre o impacto da pandemia de Covid-19 nos serviços de saúde mental e sobre a prevalência de sintomas de saúde mental, distúrbios mentais e comportamentos suicidas. Além disso, a pesquisa apresenta apontamentos sobre a eficácia de intervenções psicológicas adaptadas à pandemia de Covid-19 para prevenir ou reduzir estes problemas e manter o acesso aos serviços.

Os impactos da pandemia na saúde mental

O relatório desenvolvido pela OMS aponta que, no primeiro ano da pandemia de Covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25%. O estudo destaca que as principais explicações para o aumento de estresses foram causados pelo isolamento social decorrente da pandemia, ligados a isso estavam as restrições ao trabalho, ao se envolver em suas comunidades e ao buscar apoio de entes queridos.

Solidão, medo de infecção, sofrimento, luto e preocupações financeiras também foram citados como fatores que levam à ansiedade e à depressão. Já entre os profissionais de saúde, a exaustão tem sido um importante gatilho para o pensamento suicida, de acordo com o relatório.

Outros dados importantes apresentados no relatório são sobre as graves interrupções nos serviços de saúde mental por conta da pandemia de Covid-19. Durante grande parte da pandemia, os serviços para condições mentais, neurológicas e de uso de substâncias foram os mais interrompidos entre todos os serviços essenciais de saúde relatados pelos Estados Membros da OMS, de acordo com o estudo.

Neste contexto, de difícil acesso ao atendimento presencial, muitas pessoas buscaram suporte online, sinalizando a necessidade urgente de disponibilizar ferramentas digitais confiáveis e eficazes e de fácil acesso. No entanto, a pesquisa aponta que desenvolver e implantar intervenções digitais continua sendo um grande desafio em países e ambientes com recursos limitados.

O relatório sinaliza que essa situação melhorou um pouco no final de 2021, porém atualmente ainda muitas pessoas continuam incapazes de obter os cuidados e o apoio de que precisam para condições de saúde mental pré-existentes e recém-desenvolvidas.

Participação do pesquisador da PUCRS

O professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Christian Kristensen dedica sua trajetória acadêmica nos estudos do Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Neuropsicologia, destacando-se como um nome de referência na área. Atualmente Kristensen é coordenador do Grupo de Pesquisa Cognição, Emoção e Comportamento e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse (NEPTE-PUCRS). Além disso, atua no Conselho de Diretores (Board of Directors) da International Society for Traumatic Stress Studies (ISTSS).

O convite para contribuir com o relatório da OMS se deu pelo contato com pesquisadores holandeses do World Health Organization Collaborating Center for Research and Dissemination of Psychological Interventions (Vrije Universiteit, da Holanda) em função da experiência e produção científica na área de trauma e estresse traumático. O Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse (NEPTE-PUCRS) é um dos centros mais produtivos na América Latina na área de pesquisa e intervenção em estresse traumático e a PUCRS foi a única instituição convidada do continente.

Dentre as pesquisas desenvolvidas pelo docente na PUCRS destacam-se a Avaliação do Impacto do Estresse Durante e Após a Pandemia de Covid-19 na Saúde Mental e Avaliação de Risco, o estudo em colaboração com outros centros internacionais como o Rastreio Global de Psicotrauma e Avaliação de Resiliência, além do projeto de intervenção e pesquisa TelePSI, financiado pelo Ministério da Saúde, na forma de telepsicoterapia para profissionais de saúde atuando no combate à Pandemia de Covid-19. Kristensen ressalta que a oportunidade, ainda que individual, é um reconhecimento da excelência dos diferentes Grupos de Pesquisa que integram o NEPTE-PUCRS.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, o pesquisador destacou os reflexos da pandemia no atendimento das demandas relacionadas à saúde mental. Para ele, é essencial compreender esses impactos em dois polos. “A pandemia levou a uma enorme demanda por questões de saúde mental e impactou na oferta, nos serviços existentes para atender a essa demanda – negativamente, no sentido de afetar o funcionamento da maior parte dos serviços de tratamento para saúde mental no mundo. É a tempestade perfeita: um aumento enorme da demanda e um impacto tão grande quanto na capacidade de atender essa demanda”. Confirma a entrevista completa.

Aedes aegypti, prevenção da dengue

Em 2022, foram confirmados 13.881 casos e 12 mortes pela doença no Rio Grande do Sul / Foto: Muhammad Mahdi Karim

Nos últimos meses, o Brasil registrou 542 mil casos de dengue, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 2 de maio.  A incidência nos quatro primeiros meses de 2022 já representa o mesmo número de casos em todo o ano de 2021. Em abril, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) publicou uma nota de alerta máximo para casos de dengue no Estado: em 2022, já foram confirmados 13.881 casos e 12 mortes pela doença.

Entre os fatores responsáveis pelo aumento, estão as chuvas acima da média em diversas regiões do País, que favorecem o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, causador da doença. Além disso, os sistemas de vigilância e prevenção da dengue foram prejudicados por conta da pandemia de covid-19, que exigiu foco quase absoluto das equipes de saúde.

Os sintomas da doença são febre alta, mal-estar, falta de apetite, dores no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas pelo corpo e dor de cabeça. Pessoas de todas as faixas etárias são suscetíveis à doença, mas idosos e indivíduos com doenças crônicas têm maior risco de apresentarem sintomas graves e complicações.

Confira as dicas para prevenção da dengue:

1.Utilize repelente

Passar o produto nas partes do corpo que ficam expostas, como braços e pernas, é uma maneira eficaz de manter os mosquitos afastados da pele.

2.Cubra a maior parte do corpo, quando possível

O Aedes aegypti é atraído pela substância que o corpo humano elimina por meio do suor e da respiração, por isso é importante utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo para atenuar esse processo.

3.Elimine focos de água parada

Evite deixar qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa. O mosquito pode usar como criadouros desde espaços como caixas d’água e piscinas abertas até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta.

4.Coloque telas em janelas e portas

Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

5.Aplique inseticidas e larvicidas

Inseticidas são grandes aliados na prevenção da dengue, pois ajudam a eliminar focos do mosquito em locais abertos e fechados. Na PUCRS são realizadas aplicações regulares de inseticidas e larvicidas nas áreas externas em todo o Campus, tendo-o feito nos dias 6, 16 e 23 de abril. Há previsão de mais aplicações nos próximos dias, caso necessário.

Caso você perceba a presença de mosquitos no Campus, é importante que a Universidade seja informada do local exato para que poder atuar pontualmente no local. As Escolas também estão orientadas a solicitar materiais repelentes para serem aplicados nos locais.

Vacina para prevenção da dengue

O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) está atuando na pesquisa para o desenvolvimento da vacina contra a dengue. O estudo está em andamento desde 2009, conduzido pelo Instituto Butantan em parceria com o Instituto de Alergia e Doenças Infecciosas, dos Estados Unidos. O HSL integra a pesquisa desde 2016.

Leia também: InsCer atua de forma pioneira no Brasil para diagnóstico do Alzheimer 

diagnóstico do alzheimer

De forma pioneira no Brasil, InsCer passa a realizar o diagnóstico do Alzheimer com o radiofármaco Florbetabeno / Foto: Igor Bandera

Apesar de não possuir cura, a doença de Alzheimer não é uma sentença. Quanto mais cedo é identificada, melhor é a resposta aos tratamentos. Para aprimorar o diagnóstico assertivo da doença, o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) passa a comercializar de forma pioneira e exclusiva no Brasil o radiofármaco Florbetabeno (18F).

A comercialização do produto foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste mês. A produção experimental do radiotraçador teve início em 2020 e desde março de 2021 a produção foi oficializada para fins de pesquisa. Com a permissão da Anvisa, o produto passará a ser distribuído para as regiões Sul e Sudeste.

Demência mais frequente entre a população brasileira, o Alzheimer já atinge mais de 2 milhões de pessoas com mais de 60 anos, segundo o IBGE. Capaz de marcar placas beta-amilóide no cérebro, biomarcadores característicos da doença de Alzheimer, o Florbetabeno (18F) torna o diagnóstico mais assertivo. Desenvolvido pela alemã Life Molecular Imaging, o produto foi trazido para o Brasil em uma parceria entre o Instituto do Cérebro e a empresa R2IBF, que atua na produção de radiofármacos, com apoio da FInanciadora de Estudos e Projetos (Finep).

“Sabemos que o Alzheimer é uma doença que afeta não só a pessoa que é acometida, mas também impacta em muito todos do seu convívio. Fazer um diagnóstico preciso, não só é importante para um tratamento adequado, mas também para melhor preparar a família. Justamente no ano em que completamos 10 anos de história, é uma grande satisfação poder oferecer para a sociedade brasileira um radiofármaco que auxilia em muito no manejo desta doença tão avassaladora. Tudo isso só foi possível graças ao grande empenho de toda a nossa equipe e também dos nossos parceiros Life e Grupo R2IBF”, diz Louise Hartmann, coordenadora de produção do InsCer.

radiofarmacos inscer

Centro de Produção de Radiofármacos está situado no andar térreo do Instituto do Cérebro / Foto: Igor Bandera

Com a autorização da Anvisa, o InsCer produzirá e fornecerá o radiofármaco para hospitais e clínicas, tornando-se pioneiro na comercialização desse produto. Desde 2014 o produto é aprovado por órgãos regulatórios internacionais, como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e European Medicines Agency (EMA), da Europa.

Diretor-executivo do Grupo R2IBF, Roberto Vieira destaca a importância da parceria firmada entre o InsCer e o Grupo R2IBF. “Essa cooperação permite que as duas instituições trabalhem na fronteira do conhecimento, trazendo para o Brasil o que existe de mais moderno no mundo na especialidade Medicina Nuclear, possibilitando o acesso da população brasileira a radiofármacos cada vez mais inovadores”, comenta.

Doença de Alzheimer

Descrita em 1906 pelo médico Alois Alzheimer, a doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência, isto é, de perda das funções cognitivas. Estima-se que, hoje, mais de 55 milhões de pessoas tenham demência no mundo. Desse total, entre 60% e 70% são casos de Alzheimer, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como a enfermidade está relacionada ao envelhecimento, a tendência é que esses números cresçam proporcionalmente ao avanço da idade da população. No Brasil, a quantidade de pessoas acima de 65 anos deve alcançar os 40% até 2100, conforme levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2010, o percentual de idosos no país era de 7,3%.

Serviço

O diagnóstico do Alzheimer é realizado a partir do exame PET/CT, que utiliza o radiofármaco Florbetabeno para indicar de forma assertiva se há ou não depósitos de substâncias beta-amilóide no cérebro, biomarcadores característicos da doença. O agendamento do exame pode ser feito pelo telefone (51) 3320-5900. Mais informações também podem ser consultadas pelo site inscer.pucrs.br.

Leia também: Quando a memória falha, é Alzheimer?

bronquiolite

Estudo orientado pela professora Ana Paula Duarte Souza faz parte do trabalho da pós-doc da estudante Krist Helen Antunes / Foto: Jonathan Heckler

O termo microbiota intestinal refere-se à população de micro-organismos, como bactérias, vírus e fungos, que habita todo o trato gastrointestinal, e tem como funções manter a integridade da mucosa e controlar a proliferação de bactérias patogênicas. Pesquisadores da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS identificaram na microbiota intestinal um composto com potencial para reduzir os impactos à saúde causados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) – principal agente envolvido em infecções do trato respiratório inferior, em especial a bronquiolite, nas crianças de até dois anos.

Os estudos fazem parte do trabalho da pós-doc do Pós-Graduação de Pediatria e Saúde da Criança Krist Helen Antunes e contou com orientação da professora Ana Paula Duarte de Souza e co-orientação do professor Marco Aurélio, da Unicamp. O projeto teve apoio da Fapergs e Fapesp e seus resultados mais recentes foram divulgados na revista eBioMedicine do grupo The Lancet Discovery Science.

A pesquisa descreve que o acetato de sódio tem efeito antiviral contra o VSR. O resultado é fruto de diversas etapas que envolveram diferentes pesquisadores, como o professor Renato Stein, da Escola de Medicina, e os professores da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Pablo Machado, Cristiano Bizarro e Luiz Augusto Basso, além de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Pediatria Saúde da Criança e de Iniciação Científica da PUCRS.

“Os resultados dessa pesquisa abrem portas para futuros estudos de intervenção da microbiota para aumento dos níveis de ácidos graxos de cadeia curta como o acetato possa ter benefício no tratamento e prevenção da bronquiolite causada pelo VSR. Esse vírus é muito prevalente e não existe vacina ainda liberada para uso”, destacou a pesquisadora Ana Paula Duarte.

Estudo identificou redução da carga viral

A pandemia de Covid-19 mudou o cenário de quase todas as outras infecções respiratórias virais, levando transitoriamente a uma grande diminuição de casos. Isso ocasionou, hoje, um surto de bronquiolite por VSR. Esses picos de infecções fora da temporada apresentam uma ameaça para bebês suscetíveis, o que reforça a necessidade de intervenções preventivas novas e acessíveis.

Inicialmente, os pesquisadores usaram diferentes estratégias para alterar a microbiota intestinal em camundongos. Posteriormente, os estudos evoluíram para a coleta de amostras do vírus de crianças atendidas no Hospital São Lucas da PUCRS. Esses vírus isolados foram então aplicados em culturas de células tratadas previamente com acetato. Com esse tratamento, foi possível perceber que o acetato diminui a carga viral do VSR em mais de 88%.

Os avanços da pesquisa também possibilitaram notar que, com a evolução da bronquiolite, descobriu-se que uma maior concentração de acetato estava associada a uma menor gravidade do quadro. Os bebês apresentavam maior saturação de oxigênio – um marcador de preservação da capacidade respiratória – e um menor número de dias com febre.

Para consolidar seus achados, a equipe coletou células das vias respiratórias superiores das crianças examinadas nessa etapa, que já estavam infectadas. Já no laboratório, essas células foram tratadas com acetato. E, de novo, houve redução da carga viral e maior atividade de moléculas antivirais. Além disso, foi notado que este efeito do acetato é específico para o VSR, pois não foi encontrado em pacientes com Covid-19.

PUCRS segue orientando uso de máscara no Campus

Foto: Igor Bandera

Após o Decreto 21.422, publicado em edição extra Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) nesta sexta-feira, 18/3, a Universidade destaca que seguirá as orientações do poder público, flexibilizando o uso de máscara em espaços fechados e ao ar livre.

A PUCRS segue incentivando o uso da máscara e exigindo o cumprimento dos demais protocolos para estudantes, professores/as, técnicos/as e públicos que circulam pelo Campus como medida de autocuidado.

Está mantida, pelo Decreto, a obrigatoriedade do uso de máscara em transporte coletivo e nos estabelecimentos de saúde, como hospitais, postos e clínicas. Desta forma, salientamos que é essencial a manutenção do uso da máscara nos espaços da Universidade que prestam atendimento de saúde ao público e nos veículos da PUCRS que transportam a comunidade universitária.

Cada um de nós desempenha um importante papel e o autocuidado é fundamental na prevenção e contenção de novos casos. A PUCRS está comprometida em promover um ambiente acolhedor e seguro e solicita o apoio de todos/as para que o impacto – das mudanças que estão ocorrendo neste momento da pandemia – nas relações tenham como princípio e prioridade o respeito, o diálogo, a gentileza e a empatia como primeira resposta a qualquer situação.

Leia também: Por que é importante se vacinar?

Relembre as orientações para uma convivência segura

Comunidade universitária tem descontos para teste de Covid-19

Estudantes e colaboradores/as da PUCRS contam com descontos exclusivos para realização de teste para a Covid-19. O benefício é válido para testagens no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e na Farmácia Universitária Panvel. Para receber o desconto é necessário apresentar documento de identificação com foto, CPF e comprovar o vínculo com a Universidade. Alunos e alunas podem realizar a comprovação apresentando a carteirinha de estudante ou aplicativo da PUCRS. Colaboradores/as podem utilizar o crachá funcional. Saiba mais.

Foto: Mariana Haupenthal

Quatro novos pesquisadores e três bolsistas de pós-doutorado iniciaram sua jornada no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) na última segunda-feira, dia 14 de março. O evento de acolhida aconteceu no auditório, com a presença do reitor, Ir. Evilázio Teixeira; do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Carlos Eduardo Lobo e Silva; e do diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa. 

Em sua fala de boas-vindas aos novos pesquisadores, o reitor da PUCRS destacou o reconhecimento do Instituto no Brasil e no exterior, considerado um expoente da inovação, do trabalho colaborativo, networking e tecnologia de ponta. “O InsCer, para a PUCRS, representa o fortalecimento da esperança na promoção da vida, no diagnóstico, e na cura”, complementou. 

Para o pró-reitor Carlos Eduardo Lobo e Silva, o Instituto materializa um modelo de referência para a Universidade. “A receita combina três ingredientes: pesquisa de excelência internacional, interdisciplinaridade e aplicação das pesquisas e seus resultados, combinação esta que gera inovação e impacto social, em um processo ancorado na busca pela sustentabilidade”, destacou. 

Já o diretor do Instituto destacou a importância da pesquisa translacional, envolvendo a pesquisa básica, a pesquisa clínica e a ciência aplicada. “Entendemos que as publicações fazem parte, mas não são o fim. O ponto final é fazermos esforços para tentar entregar para a comunidade produtos, serviços e soluções inovadoras. Temos que ser ousados”, comentou Costa da Costa. 

Conheça os novos pesquisadores 

Foto: Mariana Haupenthal

Os novos pesquisadores atuarão no Centro de Pesquisa Pré-Clínica (CPPC). São eles: Gabriele Goulart Zanirati (área de atuação: Nanomedicina e Medicina Regenerativa), Andréa Wieck Ricachenevsky (Imunologia), Fernando Mendonça Diz (Nanotecnologia biológica e de materiais) e Karine Rech Begnini (Farmacologia Celular e Molecular). Já os pós-doutorandos são Fernando Antônio Costa Xavier (Medicina Genômica e Biologia Molecular), Andreia Luisa Alencar Tavares (Eletrofisiologia) e Thamiris Becker Scheffel (Cultura de Células). 

Ainda durante o evento desta segunda-feira, o pesquisador Daniel Marinowic apresentou o CPPC e seus laboratórios. Em seguida, a pesquisadora Gabriele Zanirati falou sobre as linhas de pesquisa desenvolvidas no Instituto e, por fim, um grupo de estudantes apresentou o InsCer Mind7, novo projeto que une inovação e medicina.

Confira mais fotos do evento

testes covid-19Estudantes e colaboradores/as da PUCRS possuem descontos exclusivos para realização de teste para a Covid-19. O benefício é válido para testagens no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e na Farmácia Universitária Panvel.

Para receber o desconto é necessário apresentar documento de identificação com foto, CPF e comprovar o vínculo com a Universidade. Alunos e alunas podem realizar a comprovação apresentando a carteirinha de estudante ou aplicativo da PUCRS. Para colaboradores/as pode ser utilizado o crachá funcional.

Saiba mais sobre o benefício

Atendimento especial no HSL   

O exame é feito no Posto de Coleta do Centro Clínico, localizado na Quadra Norte do Campus (onde se concentram os serviços de saúde da Universidade), com desconto de 30% para testes PCR e de antígeno. 

Os testes serão realizados por ordem de chegada, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h e sábados, das 9h às 13h. Dúvidas e mais informações podem ser consultadas pelo telefone (51) 3320-5049 ou pelo WhatsApp (51) 98681-9381.

Teste PCR

Teste rápido (Antígeno)  

Atendimento na Farmácia Universitária Panvel

O exame é realizado na Farmácia, localizada no prédio 12 do Campus Central, com desconto de 10% (durante o mês de março) para o teste de antígeno. O atendimento é feito ordem de chegada, de segunda a sexta-feira, das 7h às 21h30 e sábados das 9h às 12h.

Teste rápido (Antígeno)  

Leia também: Pesquisador explica os diferentes tipos de testes para Covid-19

Wereable coleta dados que contribuem para monitorar saúde do idoso

Sistema computacional subjacente ao projeto é baseado em um relógio que contém diversos sensores para monitoramento não-invasivo / Foto: Pixabay

O envelhecimento populacional é um fenômeno que tem ocorrido em escala global. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 2015 e 2050, a população com mais de 65 anos será de 28% na Europa, 23% na América do Norte e mais de 18% das populações da Ásia, da América Latina, do Caribe e da Oceania. Essa crescente parcela da população tem movimentado diversos setores da sociedade. Nessa nova realidade, desafios estão surgindo para pesquisadores da Ciência da Computação na busca por soluções para proporcionar uma melhor saúde do idoso.

É o caso do grupo de pesquisa em Sistemas Computacionais para Monitoramento da Saúde do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciência da Computação, que conta com a participação dos pesquisadores César Marcon e Fabiano Hessel e do pesquisador Alfredo Cataldo Neto do PPG em Gerontologia Biomédica, além de alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorados de ambos os programas.

O grupo atua com o emprego de sistemas computacionais para melhorar a qualidade de vida de pessoas da terceira idade. O sistema computacional subjacente ao projeto é baseado em um dispositivo vestível, em inglês wearable, do tipo relógio, que contém diversos sensores para monitoramento não-invasivo.

“Com este trabalho desenvolvido pelo grupo de pesquisa, vamos conseguir agregar uma nova dimensão sobre a saúde das pessoas, sendo possível agregar esta informação para a previsão de situações de risco em diferentes circunstâncias”, comentou o docente César Marcon.

Como funciona o wearable desenvolvido

Marcon explica que o wearable coleta dados do idoso e repassa os mesmos para uma estação base, normalmente posicionada na residência do idoso, através de uma rede sem fio, com isso, a estação base repassa parte destes dados para uma central. Conforme a análise do monitoramento, como por exemplo, a detecção de um problema de saúde, a central pode repassar as informações para outros atores associados ao sistema, tal como profissionais de saúde e familiares, de forma a que estes tomem as providências necessárias.

As pesquisas desenvolvidas pelo grupo que estão em andamento têm foco essencialmente no dispositivo vestível e nos algoritmos de análise posicionados na estação base e na central. Desta forma, é possível reconhecer atividades diárias, detectar e prever possíveis quedas e extrair diversas informações da pessoa de terceira idade.

Reconhecimento de atividades diárias do idoso

Wearable coleta dados do idoso e repassa os mesmos para uma estação base

Por meio de sensores, o software localizado na estação base utiliza técnicas de aprendizado de máquina para inferir qual atividade o idoso está realizando / Foto: reprodução/arquivo pessoal

O docente explica que através de sensores de geolocalização (GPS) e de movimentação (magnetômetro, barômetro e acelerômetro), o software localizado na estação base utiliza técnicas de aprendizado de máquina para inferir qual atividade, seja caminhando, escovando os dentes, dormindo e sentado, o idoso está realizando em um determinado momento.

“O conhecimento destas atividades permite inferir sobre a saúde do idoso e inclusive tomar decisões sobre outras áreas de pesquisa, como detecção e prevenção de quedas e consumo eficiente de energia por parte do wearable”, complementa Marcon.

Detecção e prevenção de quedas

Quedas têm sido um dos maiores problemas de saúde para idosos. Estima-se que há uma queda para um em cada três indivíduos com mais de 65 anos e que um em 20 daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação, de acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. A prevenção de quedas é uma tarefa difícil devido à variedade de fatores que as predispõem.

Desta forma, como comenta o pesquisador, a criação de um sistema que identifique corretamente uma queda pode auxiliar para recuperar rapidamente o idoso. Os grandes problemas associados a essa detecção estão na geração de falsos positivos, uma batida do braço na mesa pode ser detectada como uma queda, por exemplo; e falsos negativos, como um desmaio em um momento que o idoso está próximo do chão ser detectado como estado de dormindo.

Por conta disso, no wearable desenvolvido, são utilizados os mesmos sensores empregados nas atividades diárias do idoso e inclusive o estado detectado na atividade diária, permitindo assim, reduzir falsos positivos e negativos. Além disso, a prevenção de quedas segue princípio similar à detecção, mas agrega sensores de pressão arterial, temperatura, respirações por minuto, oximetria e batimento cardíaco para que seja gerado um alarme para o idoso em uma situação de inferência de queda futura.

Extração de dados do sensor fotopletismográfico (PPG)

O sensor fotopletismográfico (PPG, do inglês photoplethysmograph) posicionado no relógio retorna dados crus que permitem extrair diversas informações sobre uma pessoa. Entre essas informações estão o batimento cardíaco, pressão sanguínea, oxigenação e taxa de respiração. Com isso, de acordo com Marcon, a qualidade da análise dos dados do PPG implica em obter dados com diferentes graus de eficácia e eficiência.

Normalmente, o aumento da eficácia implica redução da eficiência e vice-versa, desta forma, este eixo da pesquisa está em analisar e propor diferentes algoritmos com diferentes graus de eficácia e eficiência. Além disso, estudos recentes apontam que o PPG pode ser usado também para detectar situação de stress; uma das pesquisas que está sendo desenvolvida com o sensor fotopletismográfico é a coleta dos dados obtidos com o sensor PPG e uma correspondente análise no estado emocional de pessoas sensoriadas.

Estudante do curso de enfermagem, Maria Eduarda Bucholz vacinou o amigo na unidade de saúde Bananeiras / Foto: Arquivo pessoal

Desde o início da imunização contra a Covid-19 em grupos prioritários, estudantes de 11 cursos da área da saúde PUCRS atuaram na campanha. E, para contribuir com o avanço da vacinação em adultos e crianças, alunos e alunas do curso de Enfermagem da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, permanecem integrando equipes voltadas para a imunização.

Estudante do 5º semestre, Maria Eduarda Bucholz destaca que a atuação na Unidade de Saúde Bananeiras, no bairro Partenon, tem sido positiva para o desenvolvimento pessoal e profissional. “Estou ajudando na vacinação desde o início do mês e fui muito bem recebida já no primeiro dia. Posso dizer que está sendo uma experiência enriquecedora, pois é nas unidades em que podemos ver a forte autonomia da enfermagem e a importante parecia com os outros profissionais de saúde, como os agentes comunitários e de endemias, por exemplo. Além de orientar sobre a importância da vacinação adulta e infantil, tiramos dúvidas sobre a pandemia”, conta.

Em média, 170 adultos são vacinados diariamente na unidade Bananeiras, e, para Maria, a aplicação da imunização proporcionou um momento especial.

“O mais legal de tudo foi poder ter vacinado um amigo muito querido, que também é aluno do curso de Escrita Criativa da PUCRS. Só tenho a agradecer à Universidade e aos professores pela confiança nos estudantes, e à unidade Bananeiras pelo carinho e acolhida”.

Na Unidade de Saúde Santo Alfredo, no bairro São José, cinco alunas do curso de Enfermagem integram a equipe que realiza a imunização infantil. Diariamente, cerca de 250 crianças estão sendo vacinadas na unidade. “É muito bom poder participar da campanha de vacinação e ter o contato com as crianças e os pais. Além de também poder conversar com eles sobre a vacina para a Covid-19, também conseguimos rever muitas vacinas que estavam em atraso devido à pandemia e, então, conseguimos instruir os pais sobre como seguir com o esquema vacinal das crianças. Também foi muito bom ter o contato com a equipe da unidade Santo Alfredo, nos acolheram muito bem. Foi uma ótima experiência”, ressalta Milena Cardoso, aluna do 9º semestre.

Docente do curso de Enfermagem e coordenadora da ação de vacinação junto à Secretaria Municipal de Saúde, a professora Isabel Hentges salienta o retorno positivo da participação dos estudantes. “As unidades de saúde têm destacado que a contribuição dos alunos e alunas possibilitou, inclusive, a ampliação da imunização pelas equipes”.

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infecções respiratórias, Covid-19

Medidas de prevenção para Covid-19 auxiliaram a redução de doenças respiratórias / Foto: Pixabay

Em resposta à pandemia de Covid-19 foram adotadas medidas como o confinamento, distanciamento social, o uso de máscaras pela população e a higienização constante das mãos, incluindo o uso de álcool em gel. Essas intervenções tiveram impacto não só na transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2), mas também em outras doenças de transmissão respiratória, como pneumonia, bronquiolite aguda, influenza e vírus sincicial respiratório (VSR).

Essa conclusão foi destacada em pesquisas realizadas pelo grupo liderado pelo decano da Escola de Medicina, Leonardo Araújo Pinto, durante a pandemia. O docente atua no Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança da PUCRS e possui uma jornada reconhecida por diversas contribuições científicas nas especialidades ligadas a doenças respiratórias.

Impactos na pneumonia infantil

A pneumonia é uma forma de infecção respiratória aguda que é mais comumente causada por vírus ou bactérias, sendo responsável por 15% de todas as mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Araújo Pinto explica que o momento em que as estratégias de contenção da pandemia de Covid-19 foram implementadas no Brasil coincide com o aumento já documentado de internações por pneumonia no mesmo período de anos anteriores.

O pesquisador desenvolveu o estudo Impacto das intervenções não farmacológicas de COVID-19 nas internações por pneumonia infantil no Brasil, para avaliar o impacto das medidas de contenção da pandemia nas internações por pneumonia em crianças de 0 a 14 anos no Brasil. Foram utilizados dados de internações por pneumonia do banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde no período de 2015 a 2020 e analisados ​​por macrorregiões e faixas etária. Com isso, foram comparados os números de 2015 a 2019 com os números de 2020.

Os resultados apresentaram uma redução de 82% na incidência média de internações de crianças menores de quatro anos; 83% em crianças entre cinco e nove anos; 77% entre os 10 e 14 anos; e 82% para todas as crianças menores ou com 14 anos. Com isso, a pesquisa realizada pelo pesquisador Araújo Pinto, concluiu que as medidas aplicadas para o controle de Covid-19 resultaram na diminuição significativa dos casos de pneumonia de todas as causas em menores de 14 anos.

“Nossos resultados podem fornecer insights sobre maneiras pelas quais as medidas restritivas adotadas também podem ser aplicadas a outras doenças respiratórias”, concluiu o pesquisador.

Bronquiolite aguda

A bronquiolite aguda está entre as principais doenças transmissíveis da infância e é a causa mais frequente de hospitalização em lactentes em todo o mundo. No Brasil, a doença representou aproximadamente 6% do total de internações em crianças com menos de um ano de idade durante o período de 2008 a 2015. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal agente etiológico da bronquiolite aguda e apresenta alta transmissibilidade, principalmente nas estações de outono e inverno.

A pesquisa intitulada Impacto precoce do distanciamento social em resposta à doença do coronavírus nas internações por bronquiolite aguda em bebês no Brasil, também realizada pelo professor Araújo Pinto, utilizou dados das internações pela doença do Departamento de Informática da Base de Dados de Saúde Pública no Brasil para o período de 2016 a 2020.

Com a comparação ano a ano com os números de internação de 2020, foram obtidos os resultados de uma redução de 70% na hospitalização por bronquiolite aguda em crianças menores de um ano de idade no Brasil. De acordo com o decano, os dados sugerem um importante impacto do distanciamento social na redução da transmissão de vírus relacionados à bronquiolite aguda e que este conhecimento pode orientar estratégias de prevenção da disseminação viral. Os estudos tiveram importante colaboração do aluno de doutorado do PPG em Pediatria da PUCRS Frederico Friedrich e de estudantes de iniciação científica vinculados ao grupo.

VSR e Influenza

Outro estudo com a colaboração dos professores Leonardo Pinto, Marcelo Scotta e Renato Stein buscou relatar a detecção de vírus sincicial respiratório (VSR) e influenza durante o período de distanciamento social devido à pandemia de Covid-19 durante o outono e inverno de 2020 em dois hospitais do Sul do Brasil. Foi realizada uma prospecção com adultos e crianças que buscaram atendimento nos hospitais por sintomas de Covid-19.

Foram realizados testes de RT-PCR para SARS-CoV-2, influenza A, influenza B e vírus sincicial respiratório (VSR) em mais de 1.400 participantes suspeitos de Covid-19 entre maio e agosto. Destes testes, 469 apresentaram resultados positivos para o SARS-CoV-2, enquanto influenza e VSR não foram detectados.

Com isso, Araújo Pinto explica que medidas para reduzir a transmissão do SARS-CoV-2 provavelmente exerceram um enorme impacto na redução da disseminação de patógenos respiratórios alternativos.

“Essa pesquisa contribui para o conhecimento sobre a dinâmica de propagação dos vírus. Além disso, pode ser considerada para orientar as escolhas preventivas e terapêuticas para redução do impacto dos vírus respiratórios”, completa.

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