Qualificação dos funcionários que realizam atendimento nas casas de acolhimento. / Foto: Divulgação

A parceria entre a PUCRS e o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), cujo objetivo é capacitar os proprietários e colaboradores de casas de acolhimento a pessoas com transtornos mentais em Porto Alegre, está sendo ampliada. Agora, além dos cursos de Farmácia, Psicologia e Nutrição, participam também os cursos de Ciências Biológicas, Biomedicina, Enfermagem, Teologia, Letras, Fisioterapia, Direito e Escrita Criativa. 

O objetivo do projeto é qualificar a atenção em saúde e proporcionar melhorias nos atendimentos aos acolhidos por meio de informações em relação a cuidados gerais sobre medicamentos, uso seguro e descarte correto; elaboração de plano de gerenciamento de resíduos em serviço de saúde; incentivo à adoção das boas práticas de higiene e de manipulação de alimentos; e ainda desenvolvimento de ações de educação em saúde para trabalhadores de serviços que compõe a Rede de Atenção Psicossocial. 

A ideia é que os profissionais participem de atividades desenvolvidas por professores e estudantes das Universidades, incluindo também a visita dos alunos às casas.

“Entendemos que esse projeto está em consonância com os valores da PUCRS, sempre investindo na questão social, envolvendo um espírito humano e trazendo um impacto social bem importante. Estamos preparando profissionais que serão atuantes dentro de uma sociedade”, avalia a decana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, Andrea Gonçalves Bandeira. 

Este ano, serão acompanhadas pelo projeto diversas moradias protegidas privadas, entre elas o Lar Emanuel, Lar Emanuel Restinga, Centro de Reabilitação Vita, Residencial Equilíbrio e a casa Marta Maria, além da Casa Minho/Marlene, Associação Lar Santa Rita e Atelier Terapêutico e Residencial, que já faziam parte desta parceria em 2022. 

“A acolhida aos selecionados para a capacitação é ímpar. Eles são recebidos no ambiente da universidade, que disponibiliza toda a sua estrutura. O conhecimento é compartilhado pelos professores, proporcionando experiências transformadoras”, explica a promotora Liliane Dreyer da Silva Pastoriz, do Núcleo da Saúde da Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos de Porto Alegre.

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Guilherme Schoeninger

Guilherme Schoeninger é advogado e mestrando em Direito na PUCRS. / Foto: Matheus Gomes

No último dia 6 de junho, homenageamos um educador e a sua obra de amor. Marcelino Champagnat foi descrito pelo Papa João Paulo II como exemplo para sacerdotes, pais e educadores, “ajudando-os a ter plena esperança nos jovens, a amá-los com um amor total que favoreça uma verdadeira formação humana, moral e espiritual”.

O educador é Champagnat, um jovem simples de uma família modesta em uma comunidade humilde. No contexto da Revolução Francesa, ele identifica um problema, assume um compromisso e sonha com uma obra. Diante da precariedade educacional daquele tempo, dá ouvidos à sua vocação e se propõe à missão de educar e de evangelizar. Superando dificuldades, sendo uma presença significativa, em um gesto de audácia, realizado em espírito de família, Marcelino funda o Instituto dos Irmãos Maristas. Quando lança a semente marista naquele solo dificultoso, não tem condições de imaginar os abundantes frutos da frondosa árvore que estava por vir.

A obra marista resplandece e transforma. Resplandece porque brilha em toda a sociedade. São muitas e são excelentes as suas expressões. A educação inspirada na Boa Mãe está presente nos colégios, nas unidades sociais, na PUCRS, no Hospital São Lucas, para ficarmos apenas com alguns dos exemplos mais próximos. Ao mesmo tempo, transforma porque dá nova forma a todos aqueles que a vivenciam, beneficiando milhares de crianças, jovens e adultos. Não se trata de uma obra apenas grandiosa, o que já seria muito, mas, sim, de uma ação instituída, mantida e continuada em razão de um sentimento. Como nos ensina o nosso Santo e Fundador, a educação é uma obra de amor.

Nesta data de hoje, portanto, reconheçamos a benção de sermos os felizes herdeiros da obra marista e assumamos o compromisso de dar continuidade à essa missão. Que São Marcelino Champagnat continue a abençoar a presença marista na sociedade e que todas as expressões do Instituto dos Irmãos Maristas prossigam no cumprimento da sua elevada missão.

Guilherme Schoeninger
Advogado e mestrando em Direito na PUCRS

*Texto publicado originalmente em GZH.

No dia 6 de junho, celebramos a festa de São Marcelino Champagnat. O jovem que foi capaz de ler os sinais dos tempos, de perceber as intuições do Espírito e de responder com audácia às urgências do mundo, é nossa inspiração para seguirmos a missão marista há mais de 200 anos.

Com seu exemplo de liderança servidora, Champagnat nos ensina que com paixão e amor pelo que fazemos somos capazes de transformar muitas vidas. “Contamos com a experiência de um Fundador que foi capaz de animar, acompanhar e formar, com entusiasmo e constância, a quem sentia o chamado de Deus para viver a vocação Marista. Sua entrega incansável gerava entusiasmo e compromisso nas pessoas que se encontravam com ele”, afirma o Superior-Geral do Instituto Marista, Ir. Ernesto Sánchez.

Em sua mensagem para festa de São Marcelino Champagnat, o Superior-Geral nos deixa um convite: “continuar nossa missão entre os jovens com paixão e criatividade, buscando fazer de cada um de nossos centros educativos e sociais um lar de luz que cuida da vida, gera nova vida”, enfatiza Sánchez.

Viver a missão com paixão

A palavra vocação vem do verbo latim vocare, que significa chamar. Quando refletimos sobre a vivência da vocação, entendemos que nela está inserido tudo o que fazemos com paixão e que dá sentido para a nossa vida.

Acreditamos que a vocação marista segue viva e atual em nossos tempos, onde continuamos com criatividade e entusiasmo o sonho de Champagnat. No vídeo institucional lançado nesta semana, somos convidados a refletir sobre como vivemos a nossa vocação e que marcas deixaremos para o mundo e para a missão marista. Confira:

Foto: Bruno Todeschini

A XX mensagem da Comissão Internacional de Missão Marista intitulada “A saúde integral das jovens gerações – Um compromisso educacional Marista” aborda o desafio da missão educativa Marista ao cuidado integral das jovens gerações. E exorta aos “herdeiros do legado de Champagnat” a serem “promotores da vida, e vida em abundância, frente à multiplicidade de conflitos, situações de abandono, vulnerabilidades e sofrimentos que geravam doenças de toda ordem e mesmo a morte de crianças e jovens”.  

A mensagem, elaborada pelo pró-reitor de Identidade Institucional da PUCRS, Ir. Marcelo Bonhemberger, Patrícia Espíndola de Lima Teixeira e Luiz Gustavo Santos Tessaro, do Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, em nome da Comissão Internacional, destaca a importância de conhecer “os dramas aprisionados na interioridade” das crianças e jovens de hoje, para “oportunizar ambiências cotidianas mais saudáveis.” A mensagem indica que é preciso “o abandono do entendimento individualista de saúde, que leva a conclusão de que a única saída é esperar e encaminhar quando as situações se tornam graves (reforçando uma concepção de adoecimento como vivência privada e isolada do contexto)”.  

Da mesma forma, o texto menciona que “se o compromisso é com a saúde juvenil através da educação, há também, a exigência de clareza em nossos discursos e práticas conjuntas”. E destaca que os espaços educativos e formativos – com todos os atores envolvidos, as relações estabelecidas, as normas e políticas, as estruturas físicas – por si só já configuram um ambiente favorável ou não ao florescimento da saúde.  

A mensagem enfatiza a necessidade de “construir laços promotores e preventivos em saúde”; identifica as principais iniciativas presentes nos espaços maristas, e, paralelamente, propõe 12 ações “para (co)criação de ambientes educacionais e laborais emocionalmente saudáveis”.  

Através desta XX mensagem, a Comissão Internacional sublinha que “a pauta da saúde socioemocional não deve ser fechada em si, mas dialogada e zelada por nós Maristas. Em conjunto com nosso Superior-Geral do Instituto Marista, somos encorajados a olhar além através da sistêmica do cuidado, visto que ‘a nossa missão educativa, junto dos jovens e dos mais necessitados, assume um valor fundamental nesses tempos’”.  

Para ler a mensagem completa acesse:  English | Español | Français | Português 

 Leia também: Curso de Psicologia foca em desenvolvimento de competências e empreendedorismo social

 

programa genial idade

Selecionados/as poderão contribuir com o desenvolvimento da ciência, da educação e da cultura, por meio do atendimento ao público nas exposições do Museu. / Foto: Pexels

A expectativa de vida dos brasileiros vem subindo a cada ano. Quem completou 60 anos em 2021 deve viver mais 23 anos, é o que afirmam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atento a esse movimento, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS lançou o Programa Genial Idade, em que pessoas de 65 anos ou mais terão a oportunidade de regressar ao mercado de trabalho.  

O programa oferece vagas de emprego para monitoria, de quatro horas diárias, nos turnos manhã ou tarde, para pessoas de diversas áreas de formação. Os selecionados/as poderão contribuir com o desenvolvimento da ciência, da educação e da cultura, por meio do atendimento ao público nas exposições do maior museu de Ciências da América Latina – que só em 2022 recebeu mais de 200 mil visitantes. 

Marcus Klein, diretor do Museu, conta que a expectativa com o programa é alta, já que é uma forma de combater o etarismo – preconceito contra pessoas devido a sua idade. Além disso, pontua que a posição de monitor é fundamental para a instituição e para o público atendido diariamente. 

“Temos enorme expectativa com este movimento de estimular o trabalho na terceira idade. Muito se fala em combater o etarismo, mas precisamos de ações concretas e práticas. Teremos pessoas de mais de 65 anos que estarão atuando no museu, exercendo uma atividade relevante para a sociedade, nos ajudando a difundir a ciência e o conhecimento”, destaca.

Com mais de sete décadas de existência, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS está alinhado com os princípios da Universidade de preservar e difundir o conhecimento por meio de seus acervos e exposições. O Programa Genial Idade é mais uma forma de contribuir para uma sociedade mais diversa e igualitária.  

“Nós temos convicção que este perfil profissional vai contribuir muito com a nossa equipe de atendimento. Hoje, a média de idade dos nossos monitores é de 24 anos. Com o Programa iremos trazer mais experiência de vida, novas ideias e visões que estimularão nossa equipe”, pontua o diretor.

Para mais informações, interessados/as podem entrar em contato pelo telefone (51) 98168-0003 ou pelo e-mail [email protected].

 
QUERO ME CANDIDATAR PARA O PROGRAMA

PUCRS participa do V Encontro Internacional de Reitores Universia

Comitiva de líderes universitários brasileiros teve a presença dos reitores da PUCRS, PUC-PR, PUC-SP, PUC-Campinas, PUC-Rio e Unisinos/ Foto: Divulgação

Entre os dias 8 e 10 de maio o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, está participando do V Encontro Internacional de Reitores Universia em Valência, na Espanha. Em um contexto de grandes desafios sociais, como a transformação digital, a emergência climática e a desigualdade social, o evento promovido pelo Santander busca unir, instigar e fomentar a atuação das universidades e seu potencial de impacto na sociedade.  

Com o tema “Universidade e Sociedade”, a edição de 2023 reuniu 700 líderes universitários – que representam 14 milhões de estudantes de todo o mundo – e terá debates em torno de três eixos principais: aprendizagem contínua; promoção do empreendedorismo e da inovação e redes e interconexão entre as universidades. O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, realizou a abertura do evento, junto da presidente do Santander e da Universia, Ana Botín. 

Segundo Evilázio, o tema macro do congresso é muito atual e vem ao encontro do posicionamento da PUCRS de ser uma Universidade de excelência e de alto impacto positivo na sociedade.

“É muito bom saber que estamos no caminho, perceber que nossa atuação que gera impacto social por meio da pesquisa, do ensino e da extensão, como também em todos os serviços, é algo cada vez mais necessário. Podemos cada vez mais gerar resultados que transformem de verdade as comunidades e a vida das pessoas. Nossa participação em workshops e audiências por aqui corrobora que estamos muito alinhados com os grandes desafios e aspirações da sociedade contemporânea”, destaca. 

Leia também: Consórcio internacional discute avanços na construção de universidades mais sustentáveis

A relevância das Universidades no Brasil 

O representante da PUCRS integra uma considerável delegação de reitores brasileiros, entre eles os líderes da PUCPR, PUC-Campinas, PUC-SP, e PUC-Rio, que recentemente estiveram em Roma, para a comemoração dos 70 anos da Organização de Universidades Católicas da América Latina e Caribe (ODUCAL). De acordo com Evilázio, as universidades atuais vivem num contexto de complexidade e incerteza em que novas interfaces com a sociedade são exigidas.

PUCRS participa do V Encontro Internacional de Reitores Universia

Reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, no V Encontro Internacional de Reitores Universia em Valência, na Espanha/ Foto: Divulgação

“Não se trata apenas de promover a formação de profissionais competentes para o mercado de trabalho, mas de ser a promotora de autêntica excelência humana, pessoal, social e profissional. A relevância da Universidade deve ser avaliada em termos do ajuste entre o que a sociedade espera das instituições e o que elas realizam de fato. A educação superior necessita reforçar suas atividades extensivas à sociedade, voltadas para a eliminação da pobreza, intolerância, violência, analfabetismo, fome, deterioração do meio ambiente e enfermidades. De modo especial, a Universidade, por meio de uma perspectiva inter e transdisciplinar deve almejar a criação de uma nova sociedade não violenta e não opressiva, constituída de indivíduos altamente motivados e íntegros, inspirados pelo amor à humanidade e guiados pela busca da sabedoria”, conclui. 

Foto: Matheus Gomes

O final do mês de abril foi marcado pela reunião final do projeto internacional do projeto QualEnv Change the Climate: Assuring the Quality of Environmental Strategies in Latin-American Higher Education (Mudando o clima: Garantindo a qualidade das estratégias ambientais no Ensino Superior latino-americano), financiado pela Erasmus+. O consórcio formado por 14 instituições, sendo três universidades europeias e 11 latino-americanas, se reuniu presencialmente nos dias 26, 27 e 28 de abril no auditório do Prédio 50 da PUCRS para discutir os avanços, desafios e resultados do projeto.  

A cerimônia de abertura contou com a presença do reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, que destacou, em seu discurso de acolhida, que universidades inovadoras e cientes de seu compromisso social devem ser protagonistas no processo de desenvolvimento regional e global. Teixeira reforçou o papel da Educação Superior para a eliminação da pobreza, intolerância, violência, analfabetismo, fome, deterioração do meio ambiente e enfermidades. “Projetos como este ratificam o compromisso com a formação de profissionais tecnicamente qualificados e também comprometidos com a cidadania. Cabe a cada um de nós e à universidade criar e fortalecer comunidades com pessoas que se comprometam na construção de uma solidariedade sempre mais efetiva por meio do respeito à vida e a tudo que é humano por meio do ensino, pesquisa e inovação”, afirmou. 

Reitor da PUCRS Ir. Evilázio Teixeira fez a fala de acolhida / Foto: Giordano Toldo

De acordo com o diretor do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS Nelson Fontoura, coordenador do projeto na Universidade, o evento foi muito importante para sumarizar o processo de evolução das instituições envolvidas no projeto QualEnv para a construção de uma operação dos campi no caminho da sustentabilidade. Como objetivo principal, destaca-se o desenvolvimento de Sistemas de Gestão Ambiental a serem implementados nas universidades latino-americanas, assim como mapeamento de pegadas de carbono e aderência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

Ao longo dos três dias de evento, as apresentações foram organizadas por país. Das instituições brasileiras houve apresentações da PUCRS, UFSC, UNISUL, UFRGS, ULBRA e FEEVALE. Do Peru, da Universidade de Lima e da Universidade do Pacífico, da Colômbia, da UNINORTE e UNISABANA, da Costa Rica, da Universidade Nacional e da Universidade da Costa Rica, e do México, da Universidade de Guadalajara e da Benemérita Universidade Autônoma de Puebla. Por fim, entre as instituições europeias, houve apresentações do ISCTE, de Portugal, do Politécnico de Torino, da Itália, e da Universidade de Gotemburgo, da Suécia. 

PUCRS aposta em Programa de Gestão Ambiental 

Professor Nelson Fontoura, coordenador do projeto na PUCRS / Foto: Matheus Gomes

Como decorrência direta do projeto, a PUCRS desenvolveu um Programa de Gestão Ambiental (PGA). O PGA será implementado através de um Comitê de Gestão Ambiental, que funcionará diretamente ligado à Reitoria da PUCRS, sinalizando o comprometimento institucional com a redução da pegada de carbono e aderência com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No contexto da PUCRS, a gestão ambiental passa a ser parte dos direcionadores estratégicos institucionais.  

“O Programa de Gestão Ambiental da PUCRS objetiva implementar um programa permanente de monitoramento de desempenho ambiental, assim como estabelecer metas de desempenho ambiental e em sustentabilidade em sentido amplo a serem implementadas nas diferentes unidades. Trata-se de um documento de construção coletiva, que será continuamente aprimorado pelo diálogo permanente com todos os atores internos”, explica Fontoura. De acordo com o pesquisador, a iniciativa visa uma operação do campus de forma amigável ao ambiente, consumindo menos energia, combustíveis e água, produzindo menos efluentes e resíduos. 

“Mas mais do que uma operação sustentável, como instituição de ensino, a PUCRS objetiva disseminar a cultura da sustentabilidade para toda a comunidade acadêmica, e assim transbordando a visão do desenvolvimento sustentável para a sociedade em geral”, finaliza. 

O Reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, participou nesta quinta-feira, dia 4 de maio, do Congresso da Organização de Universidades Católicas da América Latina e Caribe (ODUCAL), em Roma, na Itália. Fundada no Chile, a ODUCAL é a maior organização dentro da Federação Internacional de Universidades Católicas (FIUC), composta por 115 universidades. O evento, que celebra os 70 anos da Organização, contou com a presença de 47 reitores de Universidades Latino-Americanas e Caribe.

Na ocasião, o reitor foi recebido pelo Papa Francisco, onde pediu a benção para todos os colaboradores da PUCRS, Hospital São Lucas e Rede Marista Brasil Sul-Amazônia.

A missão na Europa contou ainda com uma palestra com o Cardeal José Tolentino que teve como tema: “A situação da Universidade Católica no mundo de hoje. Desafios e perspectivas do ponto de vista do dicastério para a cultura e a educação”.

“Quando falamos da Universidade Católica no mundo, de modo especial na América Latina, vemos numerosas formas de exclusão, devido a um modelo antropológico equivocado. Uma Instituição católica não pode ficar distante, tampouco não olhar para o seu entorno. Conhecer a realidade de uma maneira mais íntima e plena a fim de melhorá-la desde o conhecimento é a missão de cada um de nós que integra a comunidade PUCRS”, ressaltou o Ir. Evilázio.

A partir da próxima segunda-feira, dia 8, o Reitor estará no V Encontro Internacional de Reitores da Universia, em Valência, na Espanha. Com o tema “Universidade e Sociedade”, o evento reunirá 700 líderes universitários e terá debates em três eixos: aprendizagem ao longo da vida ou aprendizagem contínua; promoção do empreendedorismo e da inovação; e ainda redes e interconexão entre as universidades.

Entre os dias 17 e 21 de abril, a PUCRS esteve presente na 2ª Assembleia da Rede de Coordenadores Provinciais de Voluntariado (CPVs). O encontro, que aconteceu na comuna francesa de Saint-Chamond, contou com a participação de João Fett, Coordenador Provincial de Voluntariado Universitário e Coordenador da Pastoral da PUCRS. Para João, a experiência, que também contou com cerca de outros 30 coordenadores provinciais de voluntariado, foi bastante enriquecedora. 

“Nesta casa, Notre Dame de l’Hermitage – edificada sobre rochas, construída por Marcelino Champagnat e seus primeiros irmãos maristas –, estou tendo a oportunidade de experimentar plenamente o significado da expressão ‘família carismática global’. Nós, os coordenadores de voluntariado, representamos aqui a Família Marista presente nos cinco continentes, e compartilhamos a missão de oportunizar experiências de voluntariado interprovincial”, pontuou durante o evento. 

Além dos coordenadores do voluntariado, a Assembleia contou também com diretores e Irmãos do mundo todo.  Estiveram presentes o Ir. Luis Carlos Gutiérrez, Vigário Geral do Instituto Marista, Ir. Valdícer Fachi, diretor do Departamento Colaboração para a Missão Internacional (Cmi), Ir. Ángel Diego, diretor do Secretariado de Solidariedade, e Flaminia Filanci, assistente do Departamento CMI. Como convidados, também participaram Priscila Staniski e Juliano Burkert, da Província Brasil Centro-Sul, responsáveis pela criação e manutenção do Sistema Nexus, sistema de gestão do Voluntariado Marista.   

O objetivo do encontro foi reunir os participantes para dialogar sobre o campo de Voluntariado Interprovincial, e também enviar e receber voluntários, construindo assim uma cultura de solidariedade para com os mais necessitados e carentes. Por meio do compartilhamento de boas práticas e experiencias, a Assembleia buscou melhorar a metodologia e comunicação unificada para incentivar o Voluntariado Interprovincial e Provincial nas Unidades do Institutos Marista.  

Voluntariado como cultura 

No momento, a PUCRS trabalha com o voluntariado provincial, ou seja, local, enviando voluntários às instituições parceiras na cidade de Porto Alegre. A Rede Marista, da qual a Universidade faz parte, conta também com experiências de envio de voluntários para a Região Amazônica e para o exterior. Na PUCRS, esse caminho será iniciado a partir dos compromissos assumidos na Assembleia da Rede de CPVs, em consonância com uma articulação próxima à Rede Internacional Marista de Educação Superior, que reúne 22 universidades maristas pelo mundo.”. 

Para João Fett, a experiência de voluntariado interprovincial está alicerçada sobre duas importantes ideias: a disponibilidade global e a interculturalidade. 

“O estudante de graduação é convidado a assumir a sua cidadania global; sentir-se parte e corresponsável pela comunidade dos povos, pensar na cooperação e na resolução de problemas que afligem o mundo em largas dimensões. Igualmente, a interculturalidade passa a ser um diferencial para a vida pessoal e profissional”, destaca. 

Leia também: Professora retorna de experiência de voluntariado na Região Amazônica

 

Alexander Goulart é jornalista, licenciado em Ciências Sociais, doutor em Comunicação (PUCRS) e Chefe do Gabinete da Reitoria da PUCRS

O poeta gaúcho Carlos Nejar diz que “o ser só morre quando já morreram todas as suas palavras”. Talvez, por isso, alguns professores permaneçam sempre presentes em nossas lembranças, não importando quanto tempo já tenha se passado desde a última aula. Há educadores que marcam profundamente seus alunos: seres que nunca morrem, ganham vida a cada história que contamos e recontamos “do tempo da escola”, da universidade, de uma circunstância privilegiada em que um mestre tenha nos alcançado a mente e o coração.

O momento feliz, em educação, acontece quando professores e estudantes se encontram. Quando carregado de sentido para ambos, esse instante privilegiado se transforma em um momento feliz. Corações no mesmo compasso, mentes conectadas, vidas entrelaçadas pela experiência do compartilhamento de ideias e sensações. O saber se conjuga com o sabor e a sabedoria tem campo aberto para ser cultivada.  

É o sublime encontro humano entre professor e estudante que dá sentido aos dois ofícios: de educador e educando. Encontro feliz, carregado de intencionalidades, de desejo, curiosidade e confiança. Nas palavras de Rubem Alves, juntam-se as caixas de ferramentas e de brinquedos; há tempo para o saber aplicado (útil) e aquele voltado para o prazer. Ambas as formas de conhecimento são válidas e necessárias. O professor apaixonado por seu ofício e feliz na vocação não abre mão do prazer dos conhecimentos inúteis e dos conteúdos aplicados.

Ele desenvolve em seus alunos competências nas múltiplas dimensões do saber e do sabor. Num tempo em que tanto se pergunta “para que serve isso?”, o professor-educador tem a coragem de responder: “não serve para nada”. É justamente essa inutilidade que faz toda a diferença para o gostar de aprender e de ensinar, pois, em educação, saber e sabor andam juntos, independentemente da ordem em que apareçam. Nessa frágil liberdade de encaixe e desencaixe reside a felicidade do encontro entre professor e estudante, cada qual tecendo o seu jeito de aprender a ser feliz.    

Alexander Goulart
Professor e jornalista

*Conteúdo publicado originalmente no Correio do Povo.