27/10/2022 - 09h02

Pesquisador da PUCRS conta como estão os preparativos para a Copa do Mundo no Catar

O professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Luís Henrique Rolim está em missão na capital Doha

Foto: Arquivo pessoal

Neste mês de novembro de 2022, o Catar irá sediar a Copa do Mundo, o principal torneio de futebol masculino de seleções do planeta. Como cidade anfitriã deste grande evento internacional, o país vem se preparando nos últimos anos, investindo em infraestrutura tanto para os estádios quanto para os outros setores do país que receberão uma grande quantidade de turistas. Neste momento, a PUCRS é representada pelo professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Luís Henrique Rolim que está em Doha, capital do Catar, realizando uma missão cultural.  

Com mais de 12 anos de experiência no país, o docente revisita a cidade como produtor cultural do mural Borderless, realizado pelo artista visual brasileiro Kelvin Koubik, comissionado pela Embaixada do Brasil em Doha e do Centro Cultural Katara, em homenagem ao Bicentenário da República e a realização da Copa do Mundo no Catar. Além disso, suas atividades visam a produção de conteúdo pré-Copa para redes sociais e realizar visitas a exposição Is it a Beautiful Game? da galeria Media Majlis da Northwestern University in Qatar, na qual é curador convidado e ao Qatar Olympic and Sports Museum, um dos maiores museu de esportes do mundo, na qual foi diretor de pesquisa e consultor de curadoria para as galerias sobre a cultura esportiva do Catar. 

Professor da PUCRS inaugura exposição em Doha, no Catar.

Em sua estadia no país-sede da Copa do Mundo, Rolim tem participado de entrevistas com redes de televisão, tanto local, quanto brasileira sobre a cultura esportiva do Catar. Em suas redes sociais, tem apresentado diversos conteúdos e curiosidades de esporte e cultura, apresentando os preparativos de Doha para receber o mundo inteiro em menos de um mês. O PUCRS Pesquisa conversou com o professor para saber mais sobre sua trajetória, curiosidades da cidade e sobre o momento da Copa do Mundo no país, confira a entrevista na íntegra: 

Faltando menos de um mês para a Copa do Mundo, como está o clima, emoção e os preparativos do país para receber o grande evento? 

Ao mesmo tempo que existe uma euforia na população local, há também uma grande preocupação com influxo de torcedores, mídia e profissionais relacionados ao evento. A cidade já apresenta várias estruturas temporárias prontas e há uma movimentação 24h por dia de trabalho para entregar tudo nas próximas semanas. Não se fala em outro assunto, pois praticamente toda a Copa será realizada em uma cidade, a capital Doha. E isso também gera uma perspectiva de que haverá grandes aglomerações e possivelmente problemas de locomoção na cidade. 

Quais principais pontos da cidade que os visitantes que estarão para a Copa do Mundo precisam conhecer? 

O mercado tradicional Souq Waqif e a área central da cidade Mushaireb é um passeio imperdível. Para quem curte esportes, a Sports City na área do Estádio Khalifa, onde se encontra o Museu do Esporte e o parque da Aspire. A ilha artificial Pearl é um passeio mais luxuoso, mas igualmente interessante. Aos amantes de cultura, o Centro Cultural Katara. E, claro, aqueles que visam fugir das aglomerações, um passeio no deserto ao sul do país é o local para experienciar uma imensidão de dunas e praias. 

Como é a cultura esportiva do Catar e qual a relação do país com o futebol? 

Os Cataris são apaixonados por futebol, é o esporte que todos acompanham e torcem, tanto para clubes locais como para clubes da Europa. O rei, Xeque Tamim Al Thani, sempre foi relacionado com o esporte, sendo atleta de tênis e depois como dirigente do Comitê Olímpico do Catar. Então o incentivo à prática esportiva é governamental, não só em investimentos para sediar eventos, mas também para questões de saúde e mudança de hábitos de vida voltado para a prática do exercício físico, pois as taxas de obesidade são altíssimas. 

O que veremos de diferente nessa edição da Copa do Mundo no Catar? 

Acredito que teremos um foco na arquitetura e tecnologia dos estádios. Todos os estádios foram construídos especialmente para a Copa, apenas um foi renovado. Então, vamos ter uma cobertura midiática com possibilidades até então não vistas, com ângulos e câmeras que irão aumentar ainda mais espetacularização do evento. Será uma Copa também voltada aos costumes da região e cultura árabe, algo que deverá gerar um debate sobre multiculturalismo e geopolítica no esporte. 

Em 12 anos de experiência no país, quais aspectos do Catar são mais marcantes para você? 

A capacidade de transformação da cidade, da capital Doha. É um local que está sempre em constante mudança, com muitas atividades acontecendo. Você realmente sente que há um mundo dentro da cidade, devido as inúmeras possibilidades de entretenimento, seja na área esportiva como cultural. Mas o que me impressionou mais dessa vez é a abertura aos costumes ocidentais. Há uma evidente transformação cultural na nova geração dos Cataris, principalmente das mulheres que estão cada vez mais empoderadas pela família real. Um olhar de fora, de quem não conhece a cultura local ainda é estereotipado, mas quem conhece a cultura local, percebe que foram feitas mudanças importantes em um curto período de tempo. A Copa está aí para demonstrar algumas dessas mudanças. 

Kelvin Koubik e sua obra Bordeless, no Catar / Foto: Arquivo pessoal

Mural Bordeless do artista brasileiro Kelvin Koubik  

O artista visual e muralista, natural de Porto Alegre, Kelvin Koubik, foi convidado para criar uma obra de arte pública no Centro Cultural Katara em Doha. Esta oportunidade surgiu através da Embaixada do Brasil em Doha que buscava uma ação cultural em comemoração ao Bicentenário da Independência do país e celebrar o momento histórico do Catar enquanto país sede da Copa do Mundo de Futebol Masculino. O artista gaúcho foi responsável pela pintura do mural na parte leste do prédio 6, em frente à Rua da Cultura da PUCRS, relembre. 

Localizada no coração do Katara, a obra intitulada Borderless terá aproximadamente 10 metros de altura e traz um diálogo entre a cultura do Catar e do Brasil tendo pássaros como protagonistas. A produção da obra é realizada pelo professor da PUCRS e curador Luis Henrique Rolim. 

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