Painel na PUCRS abordou a temática que tinha como objetivo discutir e conscientizar a comunidade universitária sobre o autismo

Com um auditório lotado, Isabel Ferarri e outras convidadas debateram sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). / Foto: Giordano Toldo

O Transtorno de Espectro Autista (TEA) afeta uma a cada 100 crianças no mundo de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Caraterizado como um distúrbio do neurodesenvolvimento, o TEA afeta a forma com que as pessoas se comunicam e se comportam. Possíveis de serem identificado em todas as idades, os sinais podem ser percebidos ainda na infância e o diagnóstico pode acontecer por volta dos 2 a 3 anos.  

Apresentar atraso no desenvolvimento da fala; mostrar interesse obsessivo por assuntos específicos; ter dificuldade de participar de atividades em grupo; apresentar maior sensibilidade a sons; ter seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos; apresentar movimentos repetitivos e incomuns e ter pouco ou nenhum filtro social podem ser alguns entre os sintomas mais comuns do Transtorno de Espectro Autista.  

No entanto, eles não são definitivos, visto que o autismo não se manifesta da mesma forma para todo mundo. Especialistas utilizam o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e a nova Classificação Internacional de Doenças da OMS (CID 11), para entender as variadas formas de manifestação do TEA em cada indivíduo. 

Isabel Ferrari é jornalista e mãe de João Pedro, um menino autista que tem 13 anos. A comunicadora descobriu o diagnóstico do seu filho quando ele tinha menos de 3 anos de vida. Isabel foi mediadora do painel “Autismo: Conhecer para Entender, Acolher e Incluir”, realizado na PUCRS e organizado pela Gerência de Pessoas e Cultura e pelo Programa Somar. O objetivo do encontro foi discutir e conscientizar a comunidade universitária sobre a temática. A comunicadora contou que desde o começo ela decidiu que o autismo não iria interferir na sua jornada de ser mãe do João Pedro.  

“Decidi abraçar essa experiência sempre com alegria e amor, me recusando a lamentar ou chorar pelos desafios que a condição de meu filho pudesse trazer. Desde o início, decidi que nós desfrutaríamos de cada momento juntos, independentemente das circunstâncias, porque meu filho não é definido por um diagnóstico. E embora o autismo possa moldar algumas de suas características, o transtorno não define quem ele é. Eu me esforço para compreender o autismo, buscando oferecer o melhor suporte possível, mas nunca reduzo meu filho a um simples rótulo. Eu estou criando uma criança, não um diagnóstico.” 

Embora o diagnóstico de autismo na vida adulta tenha se tornado cada vez mais comum devido às campanhas de conscientização, identificar o TEA ainda na infância pode proporcionar uma melhor qualidade de vida desde cedo para aqueles que estão dentro do espectro autista. Para Isabel Ferrari, o diagnóstico é um primeiro passo muito importante e essencial para direcionar o desenvolvimento e acompanhamento adequado de crianças com TEA. Ela enfatiza que é necessário, especialmente para os pais e responsáveis, enfrentar essa realidade sem traumas, buscando sempre o melhor para a criança.  

“Sabemos que a intervenção precoce é importante para buscar o melhor tratamento e a melhor abordagem para incentivar o desenvolvimento das crianças. Precisamos lembrar que o desenvolvimento não é uma corrida desenfreada para ver quem chega primeiro, e sim um processo contínuo. Nesse sentido, precisamos reconhecer as capacidades individuais dos nossos filhos para garantir o seu desenvolvimento completo. A pessoa (com TEA) sempre precisará de suporte e de investimento para se desenvolver. Devemos lidar com os desafios e agir de acordo com a realidade, buscando sempre o melhor para a criança.” 

Isabel, que atua na área da Comunicação há 24 anos, acredita que o papel do jornalismo é, além de informar, ajudar a transformar o mundo. A jornalista se considera uma otimista e acredita que muitas vezes a ignorância das pessoas com pautas como a do autismo vêm da falta de informação.  

“As pessoas só têm medo daquilo que elas não conhecem, e se a gente informar e falar naturalmente sobre essas temáticas vamos conseguir avançar muito nesse debate. E não me refiro apenas ao TEA, é preciso também falar sobre diversidade, equidade, racismo, violência contra mulher, entre outros assuntos considerados tabus de forma naturalizada”, enfatiza.  

Diversidade e inclusão nas organizações 

O painel “Autismo: Conhecer para Entender, Acolher e Incluir” foi organizado pela Gerência de Pessoas e Cultura e pelo Programa Somar. / Foto: Giordano Toldo

Tema cada vez mais presente nos debates sociais, a implementação de programas que visam a diversidade e inclusão nas organizações tem ganhado mais espaço. Na PUCRS, o Programa Somar é responsável por realizar ações para tornar a Universidade um local cada vez mais inclusivo, plural e de respeito à diversidade. Para que esse objetivo seja alcançado, Caroline Luckow, Coordenadora de Sustentabilidade Ambiental e Bem Estar das Pessoas, explica que é necessário disseminar uma cultura que compreenda e acolha as diferenças no ambiente organizacional.  

“Precisamos falar a respeito, precisamos dar voz àqueles que não tem voz, precisamos ‘dar subsídios’ de alguma forma às nossas pessoas para que de fato a inclusão ocorra. Realizamos momentos de sensibilização, painéis como o do autismo, por exemplo, workshops e mais uma série de ações com temáticas diversas.” 

Além de Isabel Ferrari, o painel sobre autismo também contou com a presença de Jéssica Nicoletti, neuropsicóloga especialista em transtorno do espectro do autismo; Sinara Talamini, professora e mãe atípica; e Sandra Pagnoncelli, professora do curso de Odontologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida que trabalha com crianças autistas. A ideia do painel foi promover espaços de conscientização e troca de experiências, desmitificando alguns temas.   

O encontro é apenas uma das ações já realizadas pelo Programa Somar. Caroline Luckow explica que o Somar Aprendiz é uma iniciativa pelas quais mais se orgulha: se trata de um programa de aprendizagem profissional com foco para pessoas com deficiência, que conta, hoje, com 30 aprendizes. Desenvolvido em uma parceria entre o Senac e a Universidade, Caroline explica que essas pessoas terão a oportunidade de inclusão social e profissional, além da oportunidade de inserção no mercado de trabalho.   

Com um time de profissionais qualificados, Caroline acredita que hoje o maior diferencial do Programa Somar é o diálogo e aproximação com os líderes da Universidade, a pessoa com deficiência e suas famílias.   

“Entendemos que todos têm algo para contribuir e as oportunidades precisam ser criadas para que a inclusão ocorra. As iniciativas realizadas na PUCRS impactam diretamente na vida das pessoas e somos gratos pela oportunidade de poder fazer diferente e contribuir para uma sociedade melhor e mais inclusiva,” finaliza. 

Núcleo de Apoio à Educação Inclusiva  

Além de cuidar de seus colaboradores, a PUCRS também conta com o Nucelo de Apoio à Educação Inclusiva para estudantes, onde o atendimento é personalizado. Sendo assim, os/as alunos/as devem entrar em contato prévio por e-mail [email protected], pelo telefone (51) 3353-6036 ou pelo WhatsApp (51) 8443-0788. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30min às 21h, e fica localizado no Living 360° (prédio 15), 3º andar, sala 302.   

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Fotos: Giordano Toldo

No Dia da Terra, o combate às mudanças climáticas ganha ainda mais evidência

dia da terra, ebulição global, queimadas

Em 2023 muitos países registraram incêndios nas florestas. / Foto: Victor Moriyama/Greenpeace

O planeta terra está ficando cada vez mais quente. Em 2023, notícias sobre ondas de calor e temperaturas extremas se tornaram rotineiras: no hemisfério norte os termômetros passaram dos 45 °C em agosto, e aqui no Brasil o mês de novembro foi marcado por temperaturas acima da média para a primavera, chegando na marca 42,5 °C graus no Rio de Janeiro. Para o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, essas ondas de calor indicam que o planeta já passou da fase de “aquecimento” e que agora entramos na era da ebulição global.  

O conceito de ebulição global acende o alerta para o aumento das catástrofes relacionadas às mudanças climáticas, como, por exemplo, as queimadas florestais ao redor do mundo, que pioram a qualidade do ar. O diretor do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS (IMA) e professor da Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade, Nelson Fontoura, explica que apesar do termo ebulição ser uma figura de linguagem, a frequência com que esses eventos climáticos estão acontecendo está cada vez maior. O docente também ressalta que apesar das altas temperaturas, a ebulição global não está acontecendo por um fato isolado e sim por uma sequência de acontecimentos.  

“Alguns artigos feitos por especialistas há 20 anos já projetavam que o aquecimento do planeta se tornaria mais frequente, assim como eventos climáticos como furacões e ciclones. Em 2004 tivemos o Furacão Katrina no Hemisfério Sul, nesse ano também acompanhamos as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que causaram inundações pelo Estado, passando de 300 milímetros por dia. Ao mesmo tempo, vemos queimadas extensas que já ocorreram no Amazônia e no Pantanal, mas também observamos incêndios florestais no Chile, na Grécia, Canadá e Portugal. A Espanha também teve seu período de seca. Então é um conjunto de eventos muito significativos para entendermos a situação do planeta.” 

Ultrapassando as projeções e pensando em alternativas  

O mês de julho foi marcado por uma forte onda de calor no hemisfério norte. / Foto: Agência Brasil

Não é de hoje que cientistas e especialistas se preocupam com a temperatura do planeta. Acordos de cooperação entre países firmados com a ONU como o Protocolo de Quioto (1997) e Acordo de Paris (a COP 21, em 2015) se comprometeram a tomar medidas que visam diminuir as emissões de gases estufa e absorver os já emitidos, combatendo diretamente as causas do problema. Os acordos também tinham o objetivo administrar as consequências já visíveis das mudanças climáticas. Especialmente em 2015, uma das ações do tratado era limitar o aumento da temperatura média do planeta a 1,5 °C.  

Apesar do compromisso firmado em 2015, o relatório lançado pela ONU em setembro de 2023 mostrou que se as mudanças não forem cada vez mais fortes, a temperatura mundial deve aumentar 2,6 °C até 2100. Como não é possível frear totalmente o aumento da temperatura no planeta, a ONU tem reforçado cada vez mais o papel das nações, estados, empresas, instituições e cidadãos nesse cenário das mudanças climáticas.   

Na tentativa de pensar uma nova perspectiva sobre clima, institutos de pesquisa e universidades tem redirecionado esforços para mudarem essa dinâmica ambiental. Já existem diversas iniciativas em andamento com parcerias governamentais e acadêmicas pensadas na construção de outras perspectivas ecológicas. Nelson Fontoura explica que a PUCRS tem duas iniciativas grandes de atuação nesse cenário.  

Uma delas é o programa PELD, um projeto de pesquisa ecológica de longa duração financiado pelo CNPq e FAPERGS e desenvolvido na RPPN Pró-Mata. Nele, uma equipe de pesquisadores da PUCRS, UFRGS e UNISINOS realiza monitoramento da Biodiversidade, analisando os padrões de alteração de abundância da fauna e da flora ao longo do tempo.  

“Além disso, temos o projeto Change the Climate, financiado pela Comunidade Europeia através do programa Erasmus+, que induziu o desenvolvimento na PUCRS deum programa de gestão ambiental, visando minimizar o impacto ambiental da Universidade, olhando a pegada de carbono, o consumo de energia e a melhor gestão de resíduos”, afirma. 

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Encontro promovido pelo Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente e pelo Observatório Juventudes tem como objetivo aproximar pesquisas dos campos de prática da educação 

O evento contou com a participação de professores e pesquisadores de todas as Escolas da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo

Nesta quarta-feira (17 de abril), aconteceu a terceira edição do Encontro com Pesquisadores PUCRS. Realizado pelo Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente e pelo Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista – com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e colaboração dos Decanatos –, o evento reuniu as investigações desenvolvidas nos últimos cinco anos sobre as áreas das infâncias, adolescências e juventudes. 

As Escolas da PUCRS (Humanidades; Medicina; Direito; Politécnica; Ciências e Saúde da Vida; e Comunicação, Artes e Design) tiveram a oportunidade de descrever e apresentar um panorama dos estudos realizados. Mais de 20 pesquisadores subiram ao palco no Global Tecnopuc e compartilharam suas pesquisas, metodologias e resultados. Representantes de Pró-Reitorias da PUCRS, gestores/as das áreas corporativas da Rede Marista e do Marista Brasil, que atuam diretamente com o público preferencial de crianças e jovens em Centros Sociais e Colégios e Escolas, estavam presentes no evento. 

Na abertura do evento, o vice-presidente da Rede Marista, Ir. Dionísio Rodrigues, reforçou a importância do Encontro com Pesquisadores e do trabalho desses profissionais.  

“Quero expressar minha profunda gratidão pelo trabalho de vocês e pelas contribuições valiosas para a nossa instituição. Sei que cada pesquisa, cada estudo, cada análise realizada não apenas enriquece o campo acadêmico, mas também ilumina o caminho para uma prática mais eficaz e compassiva em nossas unidades, comunidades e sociedade”. 

Ir. Marcelo Bonhemberger, pró-reitor de Identidade Institucional da PUCRS e gestor do Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, deu as boas-vindas ao público presente e fez a leitura do discurso do reitor da universidade, Ir. Evilázio Teixeira.  

O Ir. Sandro Bobrzyk, gestor do Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, foi o responsável pelo evento. / Foto: Giordano Toldo

“Fico feliz pela PUCRS ser um polo de pesquisa e salvaguardar os direitos da infância, adolescência e juventude. Duas ideias considero pertinentes. A infância é o direito a brincar. Quem brinca aprende a sonhar. Quem sonha tem um porquê e um para que na vida. Para promovermos esse direito, quantos outros direitos fundamentais precisam ser garantidos? Agora a outra ideia, sobre o jovem. É aquele que antecipa o dia de amanhã. Os jovens de hoje estão muito sensibilizados perante os problemas das desigualdades sociais. (…) O assim chamado mundo adulto é convidado a desenvolver uma nova ação e uma nova atitude em relação às juventudes”, reflete o reitor da universidade, com discurso lido pelo Ir. Marcelo. 

Patrícia Teixeira, coordenadora do Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, destacou os principais objetivos do evento em seu discurso.  

“Socializarmos as pesquisas nas áreas já mencionadas, criando um ciclo de encontros anuais e processos conjuntos; impulsionarmos que os diferentes programas de pós-graduação da PUCRS se reconheçam nesta pauta institucional e identifiquem suas significativas contribuições a ela, e visibilizarmos as publicações/iniciativas das pesquisas, para que os estudos se tornem cada vez mais disponíveis para os interessados na pauta e para a sociedade em geral”. 

Ir. Sandro Bobrzyk, gestor do Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, foi o responsável por fazer o encerramento do evento. Ele agradeceu a todos pela presença significativa, especialmente aos que compartilharam seus trabalhos e suas reflexões, reforçando o compromisso que assumimos com a sociedade para tornar o mundo melhor por meio da educação.

Alunos da Fundação Real Madrid Porto Alegre disputaram o campeonato internacional em Madrid, na Espanha 

 
Entre os dias 25 e 28 de março, alunos da Fundação Real Madrid Porto Alegre, escola de futebol situada no Parque Esportivo da PUCRS, participaram do World Challenge 2024. O campeonato, que aconteceu em Madrid, na Espanha, reuniu alunos de todas as unidades da Fundação para uma competição esportiva. Ao todo, 18 alunos do Parque Esportivo participaram em meio às categorias Sub-10, Sub-12 e Sub-14, confrontando alunos de outros países como Canadá, Estados Unidos, Uruguai, Egito, Alemanha, entre outros. A seleção Sub-10 levou para a casa o título de campeã da série prata.  

A seleção Sub-14 também foi premiada na competição, ficando com o terceiro lugar na série prata, e a Sub-12 recebeu uma medalha de participação. O coordenador da Fundação Real Madrid Porto Alegre, Andersen Schimuneck, conta que ao chegar em Madrid a equipe ficou encantada com a atmosfera e a energia do evento. Anderson acredita que o sonho de qualquer jogador jovem é representar a sua escola e país em uma competição internacional e o World Challenge 2024 proporcionou um momento único na vida desses alunos.  

“Os jogos foram realizados no Centro de Treinamento do clube, no qual era evidente a excitação de todos em estar lá. Enfrentar diferentes estilos de jogo, culturas futebolísticas e usufruir de uma das melhores estruturas do mundo, foi uma experiência enriquecedora. 
O evento também contemplou as famílias, que desfrutaram dos pontos turísticos de Madrid, da culinária espanhola e claro, dos jogos no Santiago Bernabéu”
, relata. 

Para Guilherme Saul Antunes, coordenador técnico da unidade, a viagem a Madrid foi uma experiência inesquecível, porque a cidade respira história, cultura e vida. 

“Poder viver o futebol e trocar com diferentes países é incrível. Voltei para o Brasil sendo uma pessoa e um profissional melhor. Em 2025 estaremos lá novamente representando o Brasil em Madrid, conhecendo mais da cultura, dos pontos turísticos, torcendo no Santiago Bernabéu e treinando no CT do Real Madrid”, conta.

Sobre a Escola

Inspirados pela incrível história de sucesso do Real Madrid, a Escola oferece uma estrutura para que os jogadores recebam não apenas o melhor treinamento de futebol, mas os principais valores. E, assim, desenvolvam o caráter e se tornem líderes dentro e fora de campo. A Fundação Real Madrid é o instrumento pelo qual o clube está presente na sociedade e desenvolve jovens para eles atingirem seu máximo potencial no esporte.

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Programa Debates Olímpicos apresenta análises e entrevistas sobre o mundo esportivo 

Amanda Criscuoli, Bruna Leão e Luís Henrique Rolim. / Foto: Giordano Toldo

Faltando exatamente 100 dias para os Jogos Olímpicos de Paris, a PUCRS lança a segunda temporada do podcast Debates Olímpicos, que apresenta análises e entrevistas sobre o mundo esportivo.

O programa foi lançado pelo Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS, vinculado ao Projeto PUCRS Olímpica, e é Comandado por Luís Henrique Rolim, professor do curso de Educação Física da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, e por Bruna Leão, estudante de Educação Física da PUCRS e integrante do GPEO. 

“Com muito bom humor e café, realizamos análises e entrevistas com profissionais, atletas e professores sobre o mundo esportivo e ainda sobre a preparação e cobertura dos Jogos Olímpicos de Paris”, explica Luís Henrique, que também é membro do Comitê Olímpico Brasileiro Pierre de Coubertin.

Entre os assuntos da segunda temporada, estão valores do esporte, saúde mental, liderança e as novas modalidades Olímpicas. O primeiro episódio irá apresentar o novo formato do programa, além de tentar esclarecer a questão: “Olimpíadas ou Jogos Olímpicos, qual o correto?”. Uma das convidadas do podcast é Amanda Criscuoli, atleta de escalada e a mais jovem brasileira a escalar sem queda, vias de graduação 10a, 9b, 9a, 8a, 7a e 6a. O judoca e participante dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Alex Pombo, também já gravou a sua participação. Os episódios serão publicados semanalmente e podem ser conferidos no Spotify e YouTube

Criado em 2023 e com apoio da ATL House esse ano, o podcast Debates Olímpicos teve a primeira temporada comandada por Luís Henrique Rolim e Nelson Todt, coordenador do GPEO, presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin e vice-presidente do International Pierre de Coubertin Committee. 

Sobre o Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO PUCRS) 

Criado em 2002, o GPEO é reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por integrar a rede de pesquisa em Estudos Olímpicos, oficialmente chancelada pelo Centro de Estudos Olímpicos do Comitê Olímpico Internacional. Possui pesquisas nas áreas do Esporte e Sociedade; Filosofia e Educação Olímpica; Saúde Mental e Atletas. Em 2024, terá uma representação em eventos pré-Jogos Olímpicos de Paris. Leia mais aqui.

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De volta após uma pausa, publicação terá periodicidade semestral e busca apresentar conteúdos perenes e temas em destaque na atualidade 

A nova edição da Revista da PUCRS já está disponível para o download. / Foto: Giordano Toldo

Ao longo de quatro décadas, a Revista da PUCRS – canal de comunicação da Universidade mais antigo em funcionamento – publicou uma série de registros históricos. Tecnologia, saúde e inovação no mundo dos negócios, muitos projetos e ações que fizeram história foram anunciadas pela publicação. De volta à ativa, com periodicidade semestral, a revista busca ilustrar uma Universidade que segue na vanguarda do ensino superior.  

Para o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, a aposta em um canal de comunicação impresso, mesmo quando tudo parece acontecer no ambiente digital, é uma escolha. 

“Manter a revista em circulação reforça o nosso compromisso de ser uma marca curadora de conhecimento e conteúdo no segmento da educação. Além disso, é um esforço adicional em levar à sociedade tudo o que acontece na PUCRS em termos de relações humanas, conhecimento e inovação. Que essa revista possa ser um tempo de abrir os olhos para outras percepções, modos de vida e realidades capazes de inspirar caminhos para um futuro melhor”, afirma o reitor.    

Nessa edição você irá encontrar uma série de iniciativas transformadoras que seguem ao encontro do propósito estratégico da Universidade. / Foto: Giordano Toldo

A cada edição serão apresentados conteúdos perenes que traduzam projetos e ações de ensino, pesquisa, saúde, meio ambiente, cultura e impacto social. A editoria No Campus irá mostrar retratos e histórias de pessoas que vivenciam a Universidade no dia a dia e que têm o Campus como cenário de suas trajetórias. Além do editorial assinado pelo reitor, haverá um espaço fixo para artigos temáticos, nesta edição, o vice-reitor Ir. Manuir Mentges fala sobre Inovação, geração de impacto e valor para a sociedade.  

A editoria Radar apresenta a trajetória das pesquisadoras que fizeram da PUCRS pioneira e uma referência nacional quando o assunto é educação online. A jornada do empresário Fernando Goldzstein para jogar luz ao tratamento de um dos cânceres que mais afetam crianças é contada na editoria Alumni – em busca de tratamento para o meduloblastoma, a iniciativa do alumnus do curso de Administração tem ganhado adeptos mundo afora.  

No espaço para entrevistas exclusivas, uma conversa com o sociólogo francês Dominique Wolton. Outros temas em destaque são a atenção para a emergência climática, as pesquisas sobre inteligência artificial em andamento na Universidade e a participação na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI).  

A Felicidade, tema que tem virado tendência em cursos de instituições de ensino do mundo todo, pauta a matéria de capa que busca contemplar os olhares da filosofia, avanços da neurociência e da psicologia neste campo. Nesta matéria contamos com a participação especial do professor de Harvard Tal Ben-Shahar, que também é convidado na pós PUCRS Online.  

O conselho editorial da Revista PUCRS é composto pela pró-reitora de Graduação e Educação Continuada, Adriana Kampff, pelo chefe de Gabinete da Reitoria, Alexander Goulart, pelo superintendente de Inovação da PUCRS e Tecopuc, Jorge Audy, pela assessora de Comunicação e Marketing, Lidiane Lorenzoni, pelo vice-reitor, Ir. Manuir Mentges e a diretora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Martha Campos.

A publicação tem como supervisora editorial a líder do Núcleo de Conteúdo e Relacionamento com a Imprensa da Assessoria de Comunicação e Marketing da PUCRS, Fernanda Dreier, e como editores os jornalistas Leonardo Pujol, Ricardo Lacerda e Emanuel Neves, da República Conteúdo. O projeto gráfico foi desenvolvido pelo designer Juliano Guedes e as fotos, em sua maioria, são do fotógrafo Giordano Toldo. Além disso, conta com a participação de muitas outras pessoas que foram essenciais para a conclusão da edição. Clique aqui para conferir o Expediente completo.

Download da Revista PUCRS

Atividades gratuitas acontecem na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos 

A Semana Fashion Revolution, que promove ações em mais de 80 países no mês de abril, estará presente na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, a partir do dia 16 de abril. A programação é gratuita e conta com atividades presenciais sobre moda sustentável, indústria têxtil e ideias de como revolucionar a moda.  

A estudante do curso de Relações Públicas e embaixadora do evento, Camila Klettner, conta que trazer o debate sobre o impacto da moda na sociedade para dentro da PUCRS é muito gratificante.  

“Essa é uma das indústrias que mais lucra no mundo, mas também é uma das que mais polui e recorre à mão de obra análoga à escrava. E, se todos nós nos beneficiamos da moda, em um grau ou outro, refletir sobre quem produz e em que condições são produzidas as nossas roupas é fundamental,” afirma. 

Confira a programação que ocorre na Famecos: 

16/4 a 24/4 – Saguão da Famecos, prédio 7 

Bazar de trocas, exposição sobre a indústria têxtil, quiz e ações sobre a temática  

18/4 – Auditório da Famecos, prédio 7, das 19h30 às 21h30 

Apresentação e debate do documentário “O Ponto Firme”, que conta o projeto do designer Gustavo Silvestre, em que o profissional ensina crochê para detentos. Confira o trailer

Sobre o Fashion Revolution 

O movimento global foi criado em 2013, na Inglaterra, motivado pela tragédia ocorrida na fábrica Rana Plaza, em Bangladesh, que vitimou mais de 1.100 trabalhadoras e trabalhadores da moda. Desde então, a organização defende que a moda seja limpa, segura, justa, transparente, diversa e responsável, atuando por meio da comunicação, educação, colaboração, mobilização e participação. No Brasil, o movimento existe desde 2014 e vem desenvolvendo projetos, realizando atividades e fomentando a conexão entre pessoas, iniciativas e organizações do setor. Em 2018, foi criado o Instituto Fashion Revolution Brasil, uma organização da sociedade civil. 

Veja a programação completa

Atividades acontecem durante todo o dia 19/4, na Escola de Comunicação, Artes e Design e no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS 

O Dia Mundial da Criatividade (World Creativity Day, em inglês) foi criado pela Organização das Nações Unidades (ONU) em 2018 para conscientizar sobre a importância da criatividade para encontrar soluções aos problemas relacionados ao progresso das metas de desenvolvimento Sustentável da ONU. Desde então, empresas, organizações e instituições de ensino aderiram à ideia e buscam promover eventos e atividades para comemorar a data. 

Neste ano, a Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos e o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), irão receber, no dia 19 de abril, uma série de atividades do Dia Mundial da Criatividade. De acordo com o professor da Famecos e um dos organizadores das atividades, Raul Krebs, o evento é uma oportunidade para os participantes compartilharem suas habilidades únicas para criar um mundo mais inclusivo, sustentável, criativo e amoroso.  

“O evento celebra a diversidade de talentos e a capacidade de transformar ideias em ações concretas”, complementa o professor.  

Programação Famecos – Dia 19/4 

8h15: Amor Imagem e Narrativas | Com Raul Krebs. Fotógrafo de publicidade/retratos/fineart, diretor de fotografia, professor universitário, artista e pesquisador no campo da imagem fotográfica, da moda e do corpo contemporâneo.  

9h: Os Inimigos da Criatividade | Com Cristiano Fragoso. Publicitário, mestre e doutorando em Design. Estrategista de branding, professor, consultor de marketing e idealizador da metodologia ágil de construção de marca “Let’s DO IT”.

10h: Creators Economy para todos. O poder da originalidade para se destacar em um mar de conteúdo | Com Carol Sanches, jornalista e creator, Gabriela Fruhauf, professora, diretora da Pulso e gerente digital na Band SP, e Sebastião Ribeiro, jornalista, fundador da Cartola e da Amanita e presidente da AnaMid (RS).  

11h30: Controlamos a criatividade ou a Co-criatividade IKIGAI nos escolhe? | Com Édson Banzai Matsuo. Co-fundador da MATSUO-CO.  

14h: Não seja um líder babaca! | Com PC Dias. Publicitário, especialista em Marketing e mestrando em Design Estratégico. Sócio e Head de Criação e Estratégia da Eyxo Content Co.

14h: Exibição do Documentário “Prêmio Brasil Criativo” | História de 15 empreendedores e negócios vencedores da 4ª edição do Prêmio Brasil Criativo. 

14h40: O papel da criatividade onde apenas a lógica parece ser bem-vinda | Com Ana Paula Lamberti Bertol. Bacharela, mestra e doutora em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

19h30: Inteligência artificial e criatividade humana: aliadas ou adversárias? | Com Marlise Brenol. Professora universitária de comunicação organizacional e sócia da agência Cartola Conteúdo, Patrícia Angeletti, diretora de mídia na W3HAUS, Roberto Tietzmann, professor, publicitário e doutor em Comunicação Social e Daniele Lazzarotto, estrategista de marcas e sócia-fundadora da Cordão. 

Programação Tecnopuc – Dia 19/4 

14h: Que marca você quer deixar no mundo? | Com Samantha Valar Castro. Publicitária, empreendedora e apresentadora, apaixonada por criatividade, marketing e design. Criadora de marcas na @vivredesignoficial e apresentadora do Podcast Marke Mais. 

14h: Marcas podem ser creators | Com Leo Nogueira Prestes. Publicitário formado pela UFRGS e roteirista formado pela New York Film Academy. Trabalha há mais de dez anos com comunicação digital, e hoje é head de planejamento criativo na Snack Content.

14h40: Minha jornada como Cidadã do Mundo: derrubando barreiras e construindo conexões | Com Mariana da Costa Bavaresco. Jornalista e viajante apaixonada por criar conexões.  

14h40: Tem coisa que só sai da gente por escrito | Com Cris Lisboa. Escritora, professora e pesquisadora de comunicação na escola livre Go, writers, que desde 2013 repensa escrita, produção de conteúdo, diálogo e coexistência.   

15h30: Criatividade.br: A Inovação através do Jeitinho Brasileiro | Com Leonardo Couto. Formado em Jornalismo com ampla afinidade pelo Marketing Digital, especializado em criar conteúdos relevantes e humanizados.

15h30: Você já quis ser Gamer? | Com Ana Cássia Miguel. Gamer da Fúria, mestre em Design Estratégico e possui 30 anos de carreira em comunicação.  

15h30 – Pensar errado | Com Dreyson Queiroz. Versátil em desenhar interações entre pessoas, ele é grafitteiro, designer, facilitador de grupos, designer thinker e desenvolvedor de jogos. Também atua como Sócio da Clash. 

16h15: Criatividade Estratégica | Com Luiza Fontanella. Professora, Designer, Mestre & Doutora em Design Estratégico, e empreendedora. Depois de trabalhar por 10 anos no mercado de marcas e como professora na graduação da Ulbra e Uniritter, decidiu compartilhar seu conhecimento 

16h15 – Brand Makers – o modelo 4Cs para fazer marcas | Com Annie Muller. Publicitária graduada pela ESPM, ela também é escritora e mestre em Escrita Criativa pela PUCRS. 

17h: Pra deixar de ser apenas uma ideia: criando filmes | Com Giovani Borba. Diretor, roteirista e produtor, trabalha no audiovisual desde 2001. Dirigiu os filmes Casa Vazia (2021), Entre os Dias (2015), Banca Forte (2014), e a série de TV Cidades Azuis (2018).

17h00 – Usando a ferramenta com maior potencial criativo do mundo a favor do seu projeto: a imaginação de uma criança | Com Daniel Mattos. 3x TEDx speaker e eleito um dos profissionais mais inovadores de comunicação e marketing em 2014 pela revista Proxxima. Sócio fundador da Smile Flame e atualmente head de eventos sociais no Vakinha, a maior plataforma de crowdfunding do BR. 

17h45: Tendências e futuro | Com Cláudia Bromirsky Trindade. Publicitária, mestre em Comunicação, professora de graduação e pós-graduação e coordenadora do curso de Especialização Moda: comportamento, cultura e tendências (PUCRS).

19h: Workshop : ESG, Inovação Social e Desenvolvimento Sustentável | Com Lucas Fontes (empreendedor, educador, mestrando e poeta, Gerente de Projetos e Inovação na EKT – Ekological Technologies) e Paula Moletta (empreendedora Socioambiental Especialista em Sustentabilidade e Lixo Zero).

Dia Mundial da Criatividade em Porto Alegre  

O Dia Mundial da Criatividade vai contar com outras atividades espalhadas pela Capital gaúcha. Elas acontecem no Mercado Paralelo, Trinca e Formo Hub, oferecendo gratuitamente uma ampla variedade de palestras e workshops práticos de empreendedorismo e criatividade.  

Além de Porto Alegre, o evento está presente em outras 55 cidades do Brasil. O Dia Mundial da Criatividade oferece mais de 2.500 atividades em todo o país, reunindo uma comunidade apaixonada por inovação, criatividade e impacto positivo.   

Inscreva-se

Curso de pós-graduação é o primeiro do Brasil na área e tem como objetivo, além de formar profissionais qualificados, apoiar na regulamentação do setor 

As aulas são ministradas por professores/as especialistas em áreas como engenharia, projetos, gestão, biologia e direito. / Foto: Pexels

Na próxima sexta-feira (12), a PUCRS realiza a aula inaugural do curso de Especialização em Crédito de Carbono: Projeto e Mercado. O curso é o primeiro do Brasil nesta área e tem o objetivo de ampliar conhecimentos sobre as causas da crise climática após a aprovação do Projeto de Lei 412, que obrigará instituições poluentes a reduzirem as emissões de carbono conforme as regras legislativas. Além dos estudantes, que vem de diferentes regiões do País, a Universidade receberá autoridades do poder público legislativo e executivo e entidades de classe para uma profunda conversa sobre o tema e os impactos na sociedade, indústria e meio ambiente.  

Segundo o coordenador do curso, o professor da Escola Politécnica Bruno de Rosso Ribeiro, as últimas inovações e oportunidades emergentes no setor de crédito de carbono, incluindo o desenvolvimento de novos padrões de certificação, plataformas de negociação online e modelos de negócios baseados em compensações de carbono, são assuntos em alta. A pós-graduação é voltada para profissionais que desejam adquirir conhecimentos avançados e habilidades especializadas sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa e gestão de créditos de carbono, seja nas áreas de energia, florestamento, preservação ou manejo de campo. 

Entre os tópicos da primeira aula estão questionamentos como: o que é o crédito de carbono? Do que trata o PL 182/2024 e as compensações das emissões de gases do efeito estufa? Quais setores serão mais afetados? Como qualificar os créditos de carbono? Além disso, o professor fará uma introdução a projetos e metodologias.  

A mesa de diálogo será composta por:  

Últimas vagas 

Ainda há vagas para ingressar no curso que aborda um mercado que cresce diariamente e está se tornando uma commodity que impacta financeiramente muitas empresas. Com as novas legislações, haverá uma demanda por profissionais qualificados na área. O curso é voltado a engenheiros, arquitetos, administradores e profissionais da área ambiental. 

As aulas são ministradas por professores/as que são mestres e doutores na sua área de sua atuação nos mais diversos campos de sinergia à engenharia, projetos, gestão, biologia e direito. Atuam fortemente na docência do ensino superior a nível de graduação e pós-graduação e, também, na indústria e projetos.  

Um diferencial é a robusta infraestrutura da PUCRS, que inclui laboratórios de informática e o Instituto do Petróleo e em Recursos Naturais (IPR), um dos mais bem-conceituados e bem-sucedidos institutos em pesquisa e laboratórios que atendem à sociedade em certificações e validações.  

Os participantes também poderão visitar o Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata da PUCRS, onde se realizam projetos em meio ambiente e cálculos de sequestro em CO₂, além de análises em crédito de carbono. O local, coordenado pelo professor Nelson Fontoura, diretor do IMA (Instituto do Meio Ambiente da PUCRS), é a maior reserva privada do Rio Grande do Sul.  

O networking com professores/as experts que atuam com softwares de destaque no cenário internacional, como o SimaPRO, IPCC, também está previsto.

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Média da renda domiciliar per capita do trabalho cresceu 4,6% em um ano nas metrópoles brasileiras, mas entre as famílias mais pobres crescimento foi de apenas 1,54% 

Entre o quarto trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023 a renda domiciliar per capita do trabalho cresceu 4,6% nas regiões metropolitanas brasileiras. Como resultado, a média de renda chegou a R$ 1.801,60, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. No entanto, nem todos os estratos sociais foram beneficiados da mesma forma. Se, entre as famílias que fazem parte das 10% mais ricas, o crescimento foi de 7,6% no período, entre aquelas que estão na base da pirâmide – 40% mais pobres -, o crescimento interanual ficou em 1,54%. A média da renda das famílias desse estrato mais baixo alcançou o valor de R$ 269,54 no final de 2023, o que ainda é 4,7% menor que a média registrada no quarto trimestre de 2019, o último antes da pandemia: R$282,85. Já entre os 50% intermediários, o aumento da renda entre final de 2022 e final de 2023 foi de 4,98%, fazendo sua média chegar a R$ 1.669,70.  

As informações estão na décima quinta edição do “Boletim – Desigualdade nas Metrópoles”, produzido em parceria pelo PUCRS Data Social, o Observatório das Metrópoles e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). Os dados são provenientes da PNAD Contínua trimestral, do IBGE, e dizem respeito à renda domiciliar per capita do trabalho somente, incluindo o setor informal. O recorte utilizado é o das 22 principais áreas metropolitanas do país, conforme as definições do IBGE. Todos os dados estão deflacionados para o quarto trimestre de 2023, de acordo com o IPCA. 

Os dados reunidos pelo levantamento mostram um cenário onde todos os estratos melhoraram seus rendimentos, mas também no qual as famílias mais pobres tiveram ganhos significativamente menores. Como consequência, alguns indicadores acusam aumento das desigualdades no período. A razão entre a média da renda dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres, por exemplo, apresentou comportamento de aumento desde o final de 2022. No quarto trimestre de 2022 a média de renda das famílias mais ricas era 30,8 vezes maior que a das famílias mais pobres. Um ano depois, no final de 2023, essa razão havia subido para 32,7.  

Já o coeficiente de Gini, que varia de 0 até 1, de modo que quanto maior seu valor maior a desigualdade, tem mostrado tendência de leve aumento, interrompendo assim o movimento de queda ocorrido após a pandemia. Se, no final de 2022, o coeficiente de Gini para o conjunto das regiões metropolitanas ficava em 0,620, no final de 2024 o valor registrado foi de 0,626. O valor encontrado nos últimos três trimestres foi o mesmo (0,626), indicando tendência de estagnação neste indicador

“O coeficiente de Gini é menos sensível à desigualdade entre os extremos da distribuição, e mais sensível a desequilíbrios no meio. Por esse motivo, o Gini mostra maior estabilidade, enquanto a razão de rendimentos indica maior aumento das desigualdades no período”, explica Marcelo Ribeiro, professor do IPPUR-UFRJ e um dos coordenadores do estudo,

De acordo com os pesquisadores, alguns fatores ajudam a entender as razões pelas quais o crescimento da renda foi menor na base da pirâmide.

“Entre o quarto trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023, setores de atividade como Transporte e Construção, que são importantes fontes de emprego na base da pirâmide, tiveram desempenho inferior aos demais, chegando a apresentar queda na renda média. Como consequência, o aumento da atividade econômica foi menos benéfico para os trabalhadores pouco qualificados, de modo que entre aqueles com baixa escolaridade a média de renda chegou a cair”, pontua Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo.

Marcelo Ribeiro lembra que no período tivemos crescimento da atividade econômica, com redução da taxa de desocupação no país – 7,9% para 7,4% -, retomada e aprimoramento de diversas políticas sociais (como o Bolsa Família), e retorno da política de valorização real do salário-mínimo (de R$ 1.212 para R$ 1.320). Segundo o pesquisador, “tais medidas foram importantes para impulsionar o mercado de trabalho e aumentar a renda das famílias a ponto de chegarmos no maior valor da série histórica; no entanto, os dados mostram que tais medidas ainda não garantiram crescimento substantivo do rendimento das famílias mais pobres”.   

Por fim, Andre Salata afirma que no nível nacional, para além do recorte das regiões metropolitanas, as tendências acima mencionadas chegam até mesmo a se intensificar. Segundo Salata, “para o Brasil como um todo, a renda dos 40% mais pobres chegou a apresentar queda de 2,54% no período, caindo de R$ 192,97 para R$ 188,07. Ou seja, os resultados observados por nós não se restringem à realidade metropolitana”.

Por outro lado, Salata lembra que os resultados apresentados se restringem aos rendimentos do trabalho: “os dados aqui analisados não incluem, por exemplo, fontes de renda como o Bolsa Família ou BPC. Ao incluí-los, é possível que as tendências observadas sejam diferentes”, conclui.