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Dra. Marlene Neves Strey

Psicologia
Feevale
Marlene Neves Strey / Imagem: Joana Heck

Marlene Strey é psicóloga e relata que desde o Ensino Médio estava decidia a trabalhar nessa área. Após formada, se sentiu seduzida pela clínica e pelo trabalho em consultório, atuando em empresas, escolas e em consultório particular. Mas, ao enfrentar o desafio de dar aulas na Faculdade dos Meios de Comunicação Social – FAMECOS, se sentiu insegura pela falta de formação na área da educação, e percebeu que não bastava ser psicóloga para ser professora de psicologia. Assim, especializou-se em ciências da educação, aperfeiçoamento em psicologia social, fez mestrado em psicologia social e da personalidade e realizou doutorado no Departamento de Psicologia Social da Universidad Autónoma de Madrid, na Espanha. Posteriormente, voltou à Espanha para um pós-doutorado na Universitat de Barcelona e, mais adiante, um pós-doutorado sênior na mesma universidade de Barcelona.  

Em sua formação, Marlene descobriu e se interessou pelos estudos de gênero, e a partir de então, sua trajetória acadêmica foi direcionada para o conhecimento das teorias de gênero, feminismos e psicologia social, por meio de grupos de estudo, leituras, pesquisa. Assim, pesquisou e desenvolveu temas como trabalho das mulheres, aspectos da vida de mulheres maduras, violência de gênero, entre outros. Profissionalmente, foi professora em cursos de graduação da PUCRS, da Unisinos e da Ulbra, coordenadora do Departamento de Psicologia Escolar (PUCRS), do curso de Psicologia (UNISINOS) e Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PUCRS), e mais recentemente foi convidada pela FEEVALE para compor o grupo de trabalho que estava preparando o projeto de criação do Mestrado Acadêmico em Psicologia. 

Com relação à mulheres e áreas STEM, Marlene reconhece que embora praticamente não haja impedimentos visíveis no acesso as mulheres à essas áreas – por mais que ainda existem, camuflados, mas vigentes –, essas áreas ainda percebem as mulheres como estrangeiras em seus territórios, e é percebida por muitas como um lugar intimidador, ao qual não querem se vincular, nem se aproximar. Em sua percepção, “as mulheres que fizeram grandes contribuições às chamadas ciências duras não são muito conhecidas, nem divulgadas, nem estudadas”. Marlene ressalta também a prática de utilizar apenas o sobrenome nas publicações científicas dessa área, que torna essa invisibilidade ainda mais difícil de ser desvelada. 

Em conclusão, Marlene acredita que “a área STEM é lugar de mulheres e necessita delas. Necessita das mulheres que têm muito a contribuir para o seu desenvolvimento. As meninas e mulheres necessitam que mulheres ali estejam como modelos a serem seguidos, indicando que lugar de mulher é onde ela/elas quiserem estar. E, para quererem ali estar, necessitam que muitas mulheres apontem essa possibilidade a partir de sua participação naquele lugar”. 

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