22/10/2018 - 09h32

Pesquisadora atua na proficiência do inglês voltado à prevenção de acidentes aéreos

Estudo é realizado em cooperação internacional com a Embry-Riddle Aeronautical University

Foto: Mariana Haupenthal

Foto: Mariana Haupenthal

A elaboração de material didático de inglês para aviação dentro da perspectiva Language as a Human Factor in Aviation (LHUFT) (A língua como fator humano na aviação) é o tema da pesquisa da professora da Escola de Humanidades e da Escola Politécnica, Aline Pacheco. A pesquisa tem consultoria da professora Elizabeth Mathews, da Embry-Riddle Aeronautical University (ERAU), instituição parceira da PUCRS, e está direcionada a alunos do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade e a estudantes estrangeiros da ERAU. As investigações se concentram em duas linhas: análise de acidentes aeronáuticos em que a língua inglesa possa ser um fator contribuinte e na compilação de corpora específicos. A análise engloba bancos de dados sobre situações comunicativas de emergência reais e erros comuns de aprendizes de inglês para aviação.

A importância da proficiência linguística

De acordo com Aline, Aviation English (ou Inglês para Aviação) é uma área de uso e estudos da língua inglesa dentro do que conhecemos como English for Specific Purposes (ESP) (Inglês para Fins Específicos). A língua inglesa é, desta forma, utilizada e trabalhada com seu vocabulário e estruturas regulares dentro de um contexto aplicado à aviação. “Sabemos que a comunicação deve ser entendida como um fator humano de maior relevância e impacto na segurança das operações aeronáuticas”, esclarece.

Nesse sentido, a ERAU criou, recentemente, o LHUFT Center, que está sendo estruturado como um centro de referência para estudos da linguagem na aviação. Este centro é coordenado pela professora Elizabeth, profissional com grande contribuição à área por ser uma das autoras do Manual of Language Proficiency Requirements, o documento da International Civil Aviation Organization (ICAO), da Organização das Nações Unidas, que determina todos os critérios para a proficiência de pilotos no mundo.

Apesar de a necessidade de comunicação aeronáutica em inglês não ser recente, a exigência de uma prova é, o que aumentou muito a procura por esse tipo de serviço em nível global. “Infelizmente, há carência de material fundamentado em pesquisas com dados reais e, também, de profissionais capacitados para o ensino dessa modalidade linguística específica”, explica Aline.

Materiais didáticos qualificados

Aline em visita à Embry-Riddle Aeronautical University. Foto: Arquivo pessoal

Aline em visita à Embry-Riddle Aeronautical University. Foto: Arquivo pessoal

De acordo com a docente, no cenário mundial há uma concentração muito maior em conteúdos elaborados somente para a aprovação nos testes. Memorização das questões e até mesmo obtenção de certificados sem a devida aprovação fazem com que as operações aeronáuticas sejam ameaçadas pela falta de proficiência linguística adequada dos pilotos.

Com o desenvolvimento do material, será possível ter programas de treinamento e credenciamento destes programas, formação de instrutores de inglês para aviação e examinadores para a prova e, então, testes de qualidade, que possam efetivamente atestar a proficiência linguística de um piloto e promover a segurança nas comunicações aeronáuticas.

Inserção internacional

Aline é pesquisadora do International Civil Aviation English Association (ICAEA), uma associação vinculada à International Civil Aviation Organization (ICAO) e do grupo de Estudos em Inglês Aeronáutico (GEIA) do Instituto do Controle do Espaço Aéreo (ICEA) no Brasil. Já foi professora visitante no Campus de Daytona da ERAU, na Flórida (EUA), onde permaneceu de janeiro a fevereiro de 2017. O material tem previsão de lançamento em plataforma digital até 2020.

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