22/05/2019 - 10h06

Pesquisador canadense desenvolve estudo no IPR

Daniel Praeg é bolsista da Marie Skłodowska-Curie Actions e pesquisa sobre os hidratos de gás

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Foto: Thais Gonçalves

Nascido no Canadá e com passagens por instituições na Escócia, Irlanda e Itália, o pesquisador Daniel Praeg está desde 2018 no Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais da PUCRS. Seu projeto de colaboração franco-brasileiro com laboratório Géoazur na França (Nice), chamado SEAGAS, faz parte do Marie Skłodowska-Curie Actions (MSCA) Global Fellowship, sistema de bolsas para mobilidade internacional, financiado pela União Europeia.

Praeg visitou a PUCRS pela primeira vez em 2010 para uma conferência internacional sobre o carbono. Acabou voltando em 2011 e 2012 para outros projetos de cooperação internacional. A atual pesquisa do canadense é baseada sob a parceria entre PUCRS e Géoazur, mas envolve outras instituições brasileiras e europeias. Isso incluiu uma colaboração entre a PUCRS e universidades no Rio de Janeiro (UFF e UERJ) sob o Foz do Amazonas.

“Para poder seguir estes temas, eu pedi uma suspensão do projeto europeu desde abril de 2018 para passar um ano na UFF como pesquisador visitante. Voltei para Porto Alegre no início de abril 2019 para continuar com o projeto SEAGAS”, conta.

O projeto SEAGAS

O projeto SEAGAS propõe uma comparação da dinâmica dos sistemas de hidratos de gás nas margens continentais do Brasil e do Mar Mediterrâneo. Hidratos de gás são uma forma de gelo de água (H2O) contendo quantidades notáveis ​​de gás (principalmente metano, CH4) que se formam a altas pressões e baixas temperaturas, e então são estáveis ​​nos oceanos em profundidades maiores que 300 metros.

Estima-se que os hidratos de gás congelados dentro dos sedimentos submarinos formam a maior reserva de carbono da Terra. Eles não são um recurso comercial hoje em dia, embora alguns países estejam testando a possibilidade. No entanto, eles são de interesse científico porque mudanças em sua estabilidade podem levar à liberação de metano nos oceanos (um poderoso gás de efeito estufa), o que teria implicações para o clima global, bem como para a estabilidade de sedimentos nas margens continentais.

“No projeto SEAGAS, estamos comparando fenômenos de vazamento de gás do fundo do mar de áreas de hidratos de gás no Mediterrâneo (um mar semifechado) e na margem do Brasil (no Atlântico aberto). Nossa ideia original era usar as diferentes histórias climáticas dessas áreas para testar as mudanças na estabilidade do hidrato de gás impulsionadas de cima, por mudanças nos oceanos. Em vez disso, nossos resultados fornecem evidências de como a dinâmica do hidrato de gás em mar profundo pode ser controlada a partir de baixo, em particular pela migração de fluidos dentro dos leques”, conta Praeg.

Sobre o MSCA

O MSCA é um programa de bolsas (fellowships) para mobilidade internacional, financiado pela União Europeia e aberto a pesquisadores em todos os países, inclusive no Brasil. Vários esquemas MSCA estão disponíveis, permitindo que pesquisadores de doutorado e pós-doutorado realizem projetos de pesquisa e treinamento, envolvendo a mobilidade do Brasil para a Europa, ou da Europa para o Brasil. Em abril, Praeg realizou uma palestra sobre as oportunidades do programa para professores e doutores da PUCRS. O prazo para a próxima chamada anual é 12 de setembro de 2019.

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