Um peixe de 100 anos!

Os celacantos são peixes marinhos que tem sua origem no Devoniano, período geológico da Terra datado de mais ou menos 416 a 359 milhões de anos atrás. São raras as aparições de animais dessa classe. Os indivíduos ainda existentes foram encontrados pela primeira vez em 1938 e são os únicos membros que sobreviveram de uma linhagem já extinta. Por isso são popularmente chamados de “fósseis vivos”.

Celacanto Latimeria chalumnae Smith, 1939 exposto no Australian Museum. Fonte da imagem: Australian Museum.

Em um estudo recente, pesquisadores descobriram que a espécie de celacanto africano de nome científico Latimeria chalumnae, habitante do Oceano Índico Ocidental, pode viver até 100 anos! Para essa descoberta, os cientistas analisaram anéis que se formam nas escamas dos celacantos. Essas estruturas são linhas anuais de crescimento e são semelhantes aos “anéis de crescimento” que encontramos nos troncos de árvores.

Através desses anéis calcificados, os pesquisadores puderam contar e determinar a idade aproximada de 84 anos de um espécime, um dos mais velhos já registrados. Os cientistas ainda sugerem que alguns indivíduos podem ter uma vida útil muito longa, chegando a ultrapassar cem anos. Essa descoberta ajuda a entender o motivo desses animais possuírem poucos indivíduos com raras aparições. Por serem animais centenários, seu ciclo de vida é mais lento, com metabolismo reduzido.  Isso faz com que, por exemplo, sua primeira maturidade sexual seja na faixa de 40 a 69 anos. Além disso, outro fator que contribui para a falta de surgimento de novos indivíduos é a duração da gestação apresentada pela espécie:  cerca de cinco anos.

Os fatores ambientais também dificultam o aumento de sua população, sendo a sobrepesca e a destruição ambiental alguns dos mais relevantes. A história de vida do celacanto é uma das mais misteriosas dentre os peixes atuais. Ao visitar nossa exposição “Marcas da Evolução”, você entenderá as relações de parentesco do celacanto e sua origem.

Referências:

https://www.sciencemag.org/

https://www.cell.com/

http://www.cprm.gov.br/

https://australian.museum//