O que é um ciclone bomba?

Nos últimos dias, os veículos de comunicação do sul do Brasil, em sua maioria, voltaram a atenção para o que chamaram de “ciclone bomba”, noticiando os estragos causados pelo vendaval de mais de 100 km/h que passou pela região deixando vítimas fatais e muita destruição.

O nome oficial desse fenômeno é ciclogênese explosiva, podendo ser chamado também de bomba meteorológica ou bombogênese. A ciclogênese explosiva ocorre com a queda drástica de pressão em um ciclone extratropical.

Ciclones, são quaisquer sistema de ventos que circundam um centro de baixa pressão atmosférica. No hemisfério norte, os ciclones giram no sentido anti-horário e no hemisfério sul, no sentido horário.

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Ciclone extratropical atingindo a costa da Região Sul.


Ciclones extratropicais, especificamente, têm a tendência de se formar em latitudes médias e altas, em contraste aos ciclones ou furacões que ocorrem nos trópicos. De acordo com a teoria da frente polar, os ciclones extratropicais se desenvolvem quando uma onda se forma em uma superfície frontal que separa uma massa de ar quente da massa de ar frio. À medida que a amplitude da onda aumenta, a pressão no centro da perturbação diminui, intensificando-se eventualmente até o ponto em que uma circulação ciclônica começa.

Ao observar a imagem acima podemos ver o ciclone extratropical atingindo a costa da Região Sul do Brasil. O centro do ciclone é uma área de baixa pressão, sendo ali a origem do fenômeno.

Segundo os meteorologistas, um ciclone bomba se diferencia dos demais quando a queda apresentada na pressão atmosférica é de 24 hPa em um período de 24 horas. Essa variação pode parecer pequena, mas é o suficiente para causar uma instabilidade no sistema, permitindo que o ciclone se fortaleça drasticamente. O decréscimo necessário para a ocorrência do fenômeno pode variar de acordo com a latitude onde se encontra o ciclone. Em regiões mais próximas aos polos, essa variação teria de alcançar 28 hPa. Já em regiões mais próximas à Linha do Equador, precisaria chegar apenas a 12 hPa.

Quanto menor a pressão maior será a força do ciclone, que pode atingir intensidades similares a de um furacão, caso a pressão caia drasticamente. A escala Saffir-Simpson classifica a velocidade do vento desses sistemas, partindo da categoria 1, com ventos de 119 a 153 km/h, até categoria 5, com ventos de mais de 252 km/h. Ciclones tropicais e extratropicais geralmente têm ventos na faixa de 63 a 118 km/h.

O nome “bomba” surgiu informalmente entre os anos 40 e 50, quando meteorologistas se referiam a grandes tempestades marítimas cujo rápido crescimento e ferocidade raramente se observava em terra. O termo se popularizou nos anos 80, em periódicos acadêmicos de meteorologia. O fenômeno é comumente relacionado a grandes tempestades, ventanias e ressacas marítimas.
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