Como surgiu o prêmio Nobel?

O químico e inventor sueco Alfred Nobel trabalhava com o pai em sua fábrica de ferramentas e explosivos, quando fez sua maior invenção: a dinamite. Alfred ficou milionário com o patenteamento desse produto e de outros explosivos. Em 1888, quando seu irmão Ludwig faleceu, um jornal francês publicou a notícia: “o mercador da morte morreu”. O jornal publicou essa notícia por engano, achando que era Alfred quem havia morrido. A notícia o descreveu como o homem que enriqueceu inventando meios para matar mais pessoas o mais rápido possível. Isso devido aos inúmeros acidentes e mortes de trabalhadores que seus inventos com explosivos causaram durante anos. Dando-se conta da forma negativa pela qual poderia ser lembrado no futuro, Alfred Nobel resolveu mudar sua imagem, deixando sua fortuna para premiar pessoas que prestassem grandes serviços à humanidade. O químico morreu em 1896 e quase toda a fortuna (cerca de 94%) foi aplicada na criação do prêmio Nobel. A Fundação Nobel só surgiu em 1900 e a primeira edição da premiação, em 1901. A Fundação Nobel premia oficialmente cinco categorias: Química, Física, Fisiologia ou Medicina, Literatura e Paz.

 

Prêmio Nobel de Química

No início do mês foram anunciados os prêmios Nobel de 2020. Na área da Química, especificamente, as cientistas Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna foram premiadas por desenvolver o método CRISPR-Cas9 para edição de genomas, uma grande contribuição para a engenharia genética. CRISPR é a sigla em inglês para Conjunto de Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Espaçadas. É uma tecnologia que permite cortar e editar o DNA de qualquer ser vivo. As cientistas iniciaram as suas pesquisas estudando esse sistema em bactérias e observaram que quando um vírus invade o microrganismo, este produz enzimas capazes de cortar especificamente o DNA viral para inibir que ele se multiplique. Uma dessas proteínas é chamada de Cas9. Posterirormente, as pesquisadoras propuseram uma modificação do sistema, com o intuito se torná-lo uma ferramenta de edição do genoma de qualquer ser vivo. Ao invés de cortar o DNA viral invasor, a Cas9 é direcionada para cortar uma parte específica do DNA do ser vivo que os cientistas querem modificar geneticamente. Depois que ocorre o corte na fita de DNA, a célula começa um processo de reparo, descaracterizando a informação contida na antiga sequência e inutilizando o gene. Esse processo pode ser usado para “destruir” genes causadores de doenças, como a hemofilia, por exemplo, que é hereditária. Há também outras aplicações possíveis para o sistema CRISPR-Cas-9. Em uma delas, um novo pedaço de DNA, que traz novas informações, pode ser incorporado para ligar as duas pontas que foram desconectadas pela ação da Cas9, possibilitando inserir características de interesse nos organismos, como tornar espécies agrícolas mais resistentes a condições climáticas ou mais produtivas. E esses são só alguns exemplos de todo o potencial que essa nova tecnologia apresenta. As pesquisadoras trabalharam desde 2011  nesse que é o método mais preciso, eficiente, rápido e fácil de editar o DNA (código genético). O MCT-PUCRS, possui diversos espaços com experiências que envolvem a Química para você  explorar e, quem sabe um dia,  tornar-se também um vencedor do prêmio Nobel!