A descoberta do DNA

DNA é uma sigla em inglês para ácido desoxirribonucléico, ADN em português. O DNA é uma macromolécula, assim classificada devido a seu tamanho e sua elevada massa molecular. Essa molécula enorme é formada por outras menores, os nucleotídeos, que, por sua vez, são constituídos de outros três tipos de moléculas: um fosfato, um açúcar e uma base nitrogenada. O fosfato possui átomos de fósforo e de oxigênio em sua molécula e está ligado ao açúcar, que ocupa a região central no nucleotídeo. A molécula de açúcar do DNA é a desoxirribose, composta por átomos de carbono, oxigênio e hidrogênio. As bases nitrogenadas – adenina, guanina, citosina e timina – são formadas por átomos de nitrogênio, carbono, hidrogênio e oxigênio. Estão na outra extremidade do nucleotídeo e se alternam ao longo de toda a cadeia de DNA.

Estrutura dos nucleotídeos. (Acessar a referência)

Essa molécula estruturada em dupla hélice é uma das mais impressionantes moléculas biológicas e já inspirou a arquitetura de pontes, edifícios e muitos outros objetos.

Esta ponte em Marina Bay, Cingapura, possui design em formato de dupla hélice, inspirado na famosa estrutura do DNA.

 

O edifício AgoraGarden, em Taipei, Taiwan, também foi inspirado na molécula de DNA. (Acessar a referência)

A descoberta do DNA foi um marco na história da ciência, pois é a macromolécula que, em forma de sequências genéticas (os chamados genes),  carrega todas as características de um ser. O conjunto de genes de um indivíduo forma o seu genoma.  A sequência de DNA completa de cada genoma é única e funciona como uma “ carteira de identidade” de cada ser vivo. Rosalind Franklin,cientista da Universidade de Cambridge e do King’s College de Londres,  estava desenvolvendo uma pesquisa sobre estruturas moleculares, referente a porosidade do carvão, que foi muito útil na Segunda Guerra Mundial. Depois disso, Rosalind decidiu observar melhor outras estruturas. Foi quando, em meados de 1951, ela descobriu que a molécula de DNA apresentava duas formas e não apenas uma, como antes se acreditava. Com a técnica de cristalografia de raios-X, que servia para criar imagens de elementos microscópicos, conseguiu fotografar essa estrutura nova, onde apareciam as duas hélices do DNA, assim como a conhecemos hoje. Esse registro ficou conhecido como Photo 51.

Imagem de Rosalind Franklin durante uma análise de seu estudo sobre estruturas moleculares. (Acessar a referência)

O biólogo Maurice Wilkins, que trabalhava no mesmo laboratório de Rosalind, de posse da descoberta, mostrou a foto para James Watson e Francis Crick, cientistas que também  buscavam desvendar a estrutura do DNA. Por volta de 1953, James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkings, anunciaram a descoberta da dupla hélice de DNA e acabaram recebendo todo o crédito. Rosalind decidiu mudar sua pesquisa para outra área, desta vez ligada aos vírus, por acreditar que os três cientistas já tinham feito a grande descoberta.

James Watson e Francis Crick com sua proposta do modelo de DNA. (Acessar a referência)

Na época em que Rosalind atuava, a sociedade era ainda mais preconceituosa, e não reconhecia o papel de destaque da mulher, tanto na ciência como em várias outras áreas. Alguns anos depois, Rosalind Franklin veio a falecer, vítima de um câncer muito agressivo no ovário. Somente décadas após sua morte, ela foi reconhecida por seu estudo e por sua grande descoberta. Em 2015, foi homenageada em uma peça de teatro escrita por Anna Ziegler, que contou sua história nos palcos. O espetáculo recebeu o nome de Photograph 51.

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