História da Universidade

 Casa de La Vallá, reformada, foi onde Champagnat abrigou os primeiros Irmãos

Casa de La Vallá, reformada, foi onde Champagnat abrigou os primeiros Irmãos

A história da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul tem como ponto de partida a vinda para o Brasil dos Irmãos Maristas – congregação religiosa fundada por São Marcelino Champagnat no ano de 1817, em La Vallá (perto de Lyon – França).

No ano de 1900, os primeiros Maristas chegaram à cidade de Bom Princípio (RS), a pedido de Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão, bispo do Rio Grande do Sul. A partir dessa data, muitos outros religiosos maristas vieram da Europa. Nas cidades em que se estabeleciam, foram abrindo escolas, conforme as necessidades de cada região.


O começo no Colégio do Rosário

Sede da Universidade até 1967. Praça Dom Sebastião, esquina Avenida IndependênciaEm 1904, usando as instalações da Igreja Nossa Senhora do Rosário, foi aberta a Escola Nossa Senhora do Rosário, sendo pároco o Monsenhor Hipólito Costabile. A transferência do Colégio Nossa Senhora do Rosário para a Praça Dom Sebastião, esquina com a Avenida Independência, ocorreu em 1927. A instituição destacava-se por seu Instituto Superior de Comércio, dirigido pelo Irmão Afonso (Charles Désiré Joseph Herbaux). Era o primeiro reconhecido no Sul do País e seria o embrião da PUCRS, da qual o Ir. Afonso foi o precursor com inigualável pertinácia, ardor e capacidade de ação. A instituição passou a se destacar na formação de peritos contadores. A pedido dos alunos que se formavam e desejavam continuar seus estudos em nível universitário, mas não tinham como fazê-lo pela inexistência dos mesmos, Ir. Afonso criou o Curso Superior de Administração e Finanças, em março de 1931, com nove estudantes. Três anos depois, o curso passaria a integrar a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.


A primeira Universidade Marista no mundo

Primeira turma do Curso Superior de Administração e FinançasA semente estava plantada. Assim como a criação do primeiro curso superior foi uma resposta ao apelo de jovens, atendendo a uma necessidade social, a caminhada dos Maristas, conduzidos pela visão do Ir. Afonso, seguiu pontilhada de progressos.

As exigências sociais geraram novas respostas e assim foram criadas a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1940), a Escola de Serviço Social (1945) e a Faculdade de Direito (1947).

Com as quatro Faculdades e a colaboração do Ir. Faustino João e dos professores Eloy José da Rocha, Elpídio Ferreira Paes, Salomão Pires Abrahão, Francisco Juruena, Ir. José Otão e Antônio César Alves, entre outros, a União Sul-Brasileira de Educação e Ensino, entidade civil dos Irmãos Maristas, solicitou ao Ministério da Educação a equiparação de universidade.

Irmão Afonso (Charles Désiré Herbaux) FundadorPelo decreto nº 25.794, de 9 de novembro de 1948, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, as Faculdades passaram a constituir a Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a primeira criada pelos Irmãos Maristas no mundo.

Em 8 de dezembro de 1948, o arcebispo de Porto Alegre e chanceler da Universidade, Dom Vicente Scherer, deu posse à primeira Administração para o triênio de 1948 a 1951, que teve à frente o reitor Armando Câmara e o vice-reitor Ir. José Otão.

 


Papa Pio XII outorga título de Pontifícia

Papa Pio XII outorgou o título de Pontifícia em 1950No dia 1º de novembro de 1950, o Papa Pio XII, por solicitação da Mantenedora e do Arcebispo Dom Vicente Scherer, outorgou à Universidade o título de Pontifícia. As obras dos Irmãos Maristas sempre foram pautadas pela obediência e pelo respeito às diretivas do Santo Padre, o Papa. A titulação recebida selou marca de união e de filial devotamento à Santa Sé. Em 7 de março de 1951, foi instalada solenemente a PUCRS, a terceira pontifícia do Brasil.

Na condição de Universidade Pontifícia, a PUCRS passou a ter o Arcebispo de Porto Alegre como seu Chanceler. O primeiro foi Dom Vicente Scherer, no período de 1948 a 1981, seguido por Dom Cláudio Colling, de 1981 a 1991, Dom Altamiro Rossato, de 1991 a 2001, e Dom Dadeus Grings, de 2001 a 2013. Desde 15 de novembro de 2013, a Universidade tem como Chanceler Dom Jaime Spengler.

 

Chanceleres da Universidade: Dom Vicente Scherer, Dom Cláudio Colling, Dom Altamiro Rossatto, Dom Dadeus Grings, Dom Jaime Spengler


Os Reitores

Após o Reitor Armando Pereira da Câmara (1948-1951), estiveram à frente da Universidade os professores Cônego Alberto Etges (1951-1953), Irmão José Otão – José Stefani (1954-1978), Irmão Liberato – Wilhelm Hunke, que completou o último triênio do Irmão Otão (2/5/1978-29/12/1978), Irmão Norberto Francisco Rauch (1979-2004) e Irmão Joaquim Clotet (2004-2016).

Atualmente, o cargo é ocupado pelo Irmão Evilázio Francisco Borges Teixeira, empossado em dezembro de 2016.

os-reitores


Nasce o Campus

Terrenos da Cidade Universitária - década de 1930

Em 1954, Ir. José Otão assumiu como reitor (1954-1978) e recebeu uma PUCRS relativamente pequena e cheia de grandes problemas: na estrutura institucional, no espaço físico, na fixação e qualificação do corpo docente. Com seu método de trabalho claro e rápido, solidificou a estrutura, reafirmou a força da mantenedora e resolveu transferir a Universidade do Centro de Porto Alegre para o Campus, localizado numa chácara dos Maristas, no mesmo terreno do Colégio Champagnat, no bairro Partenon.

 

Lançamento da pedra fundamental - março de 1957

Em março de 1957, foi lançada a pedra fundamental da Faculdade de Odontologia e, 11 anos depois, o presidente da república Costa e Silva inaugurou a Cidade Universitária. A transferência das Faculdades para o Campus Central começou de forma gradativa em 1960. As primeiras turmas de estudantes enfrentaram a precariedade de transportes e os obstáculos das obras pioneiras. Em abril de 1962, foram inaugurados os prédios da Faculdade de Odontologia e da Escola de Engenharia. À medida que as construções ficavam prontas, outras unidades eram transferidas.


Nas décadas seguintes, a PUCRS cresceu e se firmou num ambiente rodeado de verde e sossego, incluindo o Hospital São Lucas. A Universidade difundiu sua imagem de instituição de ensino e pesquisa, qualificada entre as melhores do País, ponto de referência em várias especialidades e conhecida em cinco continentes.


Faculdades em Uruguaiana

Para atender à comunidade da Fronteira Oeste do RS, em 1966, a PUCRS implantou, em Uruguaiana, a Faculdade de Zootecnia, a primeira do Brasil e a segunda da América Latina. A seguir, foram criados os cursos de Ciências Contábeis (1968), Medicina Veterinária (1971), Administração de Empresas (1974) e Agronomia (1979). Em 1987, foram inauguradas as instalações do Campus Uruguaiana e incorporada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Com a expansão, em março de 1991, começaram os cursos de Matemática, Ciências Biológicas, Secretário Executivo e Direito. Em 1994, a PUCRS firmou convênio e protocolo de intenções com a Associação dos Municípios da Fronteira Oeste e com o Conselho Regional de Desenvolvimento para a implantação, no Campus Uruguaiana, do Polo de Modernização Tecnológica da Fronteira Oeste, priorizando a implantação de piscicultura em propriedades rurais, cultivo de hortigranjeiros por meio da plasticultura e desenvolvimento da bacia leiteira. Em 1996, foi criado o curso de Ciência da Computação. Em 2003, Sistemas de Informação e, em 2004, Licenciatura em Educação Física.

Em 2008, a PUCRS e a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) firmaram acordo de cooperação visando promover ainda mais o ensino superior na região. Assim, a Unipampa passou a compartilhar das instalações. Considerando a responsabilidade histórica da PUCRS no sentido de trabalhar pela educação superior brasileira com vistas ao seu desenvolvimento, a União Brasileira de Educação e Assistência (Ubea), instituição filantrópica e sem fins lucrativos que compõe a Rede Marista, e mantenedora da PUCRS, em decisão conjunta com os governos federal, estadual e municipal, no início do ano de 2009, firmou acordo para a transferência do terreno e dos prédios para a Unipampa, sendo que essa IES atua no local até hoje, continuando e desenvolvendo o Ensino Superior na região. 

O Campus Uruguaiana encerrou sua operação em 2013. Ao longo de sua trajetória, os cursos de graduação foram protagonistas da história da educação superior na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, o que se reflete pelo elevado número de profissionais graduados. De 1987, quando começaram as atividades até seu encerramento, em 2013, colaram grau 1.424 alunos da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia, 1.403 alunos da Faculdade de Administração, Contabilidade e Informática, 900 alunos da Faculdade de Direito e 3.234 alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.


Um hospital-escola

Inauguração do Hospital São Lucas, em 1976

Inauguração do Hospital São Lucas, em 1976

Em 1970, com a criação da Faculdade de Medicina, surgiu a necessidade de construir um hospital-escola, campo de estágios para a graduação e pós-graduação. Depois de estudos de necessidades e do plano diretor, as obras começaram em 1971 e a inauguração do Hospital São Lucas (HSL) ocorreu em outubro de 1976. Foi o primeiro empreendimento do Instituto dos Irmãos Maristas no mundo. No final de 1988, a PUCRS lançou o Centro Clínico, espaço inovador que uniu o HSL e consultórios de médicos que também atuam como professores.


Obras grandiosas

 Tecnopuc é referência no ecossistema de inovação

Tecnopuc é referência no ecossistema de inovação

Sob a mão firme de seu novo reitor, Ir. Norberto Rauch, a Universidade começou a traçar o caminho seguro para realizar grandes projetos de futuro, hoje presentes. Com incrível capacidade empreendedora, Rauch levou a cabo obras grandiosas das quais os gaúchos se orgulham: o Tecnopuc, referência como Parque Tecnológico; o Museu de Ciências e Tecnologia, destaque por seus experimentos interativos em várias áreas do conhecimento; o Parque Esportivo, por sua capacidade de agregar inúmeras modalidades esportivas; a nova Biblioteca Central, uma das mais completas da América Latina, além de outros espaços destinados ao desenvolvimento do saber.


Mil para 2000

Nos seus 26 anos de reitorado (1978-2004), a PUCRS deu um salto qualitativo. O foco no quadro docente, de pesquisadores e técnicos administrativos foi outro fator decisivo. Depois de enfrentar um desequilíbrio financeiro no período do regime militar, foi possível corrigir a defasagem no salário dos colaboradores, proporcionar benefícios e avançar para uma profunda transformação.

Um programa de titulação e qualificação docente teve início na década de 1980. O movimento tomou grandes proporções e, em 1991, foi lançado o desafio Mil para Dois Mil. A meta era chegar ao ano 2000 com mil professores titulados mestres e/ou doutores. No livro Trajetória de um período: 1978-2004, Rauch comenta sobre o sucesso do plano. “A resposta do corpo docente foi ótima. Ultrapassamos a meta estabelecida antes do prazo estipulado.”


Mundo contemporâneo

Ao avistar o século 21, o esforço coletivo dos responsáveis pela formação dos que escolhem estudar na PUCRS passou a centrar-se também no compromisso por formar pessoas e não apenas profissionais. Pessoas capazes de respeitar princípios e valores imprescindíveis à construção de uma sociedade justa e fraterna, marca do fundador do Instituto Marista, São Marcelino Champagnat.

Em 2004, frente aos grandes desafios do novo milênio e com a missão de manter os fundamentos da instituição educativa, Ir. Joaquim Clotet assumiu como reitor (2004-2016) e começou a revisar prioridades, ajustadas ao mundo contemporâneo. Quatro linhas orientaram sua gestão: qualidade; empreendedorismo; integração ensino, pesquisa, extensão; e relacionamento com a sociedade.


Vigor aos 70 anos

Inauguração da Rua da Cultura faz parte do movimento PUCRS 360° – Universidade em Transformação

Inauguração da Rua da Cultura faz parte do movimento PUCRS 360° – Universidade em Transformação

Ao completar 70 anos, o reitor Ir. Evilázio Teixeira conduz uma PUCRS robusta, legado dos reitores que o antecederam e onde reside uma centelha do sonho dos fundadores.

Em 2017, ele lançou o movimento PUCRS 360º – Universidade em transformação, que busca mais autonomia para os estudantes durante sua trajetória universitária, novos eixos formativos para uma experiência acadêmica diferenciada e mais espaços de convivência e estudo no Campus, como a Rua da Cultura.