Por Michel Flores, produtor cultural
Foto: Marcelo Soares
No início da pandemia, quando ainda pensávamos que o isolamento social iria durar apenas alguns meses, a equipe da PUCRS Cultura adaptou e criou diversos projetos para seguir promovendo sua agenda. No Meu Canto foi a primeira iniciativa lançada, e consiste na realização de lives com artistas cantando e conversando no improviso de suas casas. Na participação de Vitor Ramil em uma das edições da série, quem assistia queria que o artista e seu entrevistador continuassem falando e tocando por mais tempo que a hora permitida no Instagram. Foi durante esse momento que o professor Ricardo Barberena, diretor do Instituto de Cultura da PUCRS e mediador de Ramil em todas as lives, teve a ideia de fazer um novo encontro com o artista, falando da relação de sua obra com a poesia de Jorge Luis Borges.
Dois meses depois, esse encontro aconteceu e foi mais uma demonstração da grande obra que Ramil construiu ao longo de sua carreira e do quanto ele e Barberena têm assunto para conversar. Pra quem assiste, fica nítida a maestria que Ramil tem para se expressar não somente pela música, mas também pela fala. É muito bom ouvi-lo tocar, cantar, lembrar e falar como suas músicas e livros aconteceram e de que em 2021 completa 40 anos de trabalho na música. Esse aniversário e o bom entrosamento descoberto pela dupla para conversar os levou a fazer mais quatro lives, dessas vezes, para falar, de dez em dez anos, dos quarenta anos de carreira de Ramil.
E assim, enquanto enfrentamos a pandemia e todas as limitações que ela coloca para a arte e a cultura, Ricardo Barberena e Vitor Ramil seguiram seus encontros virtuais para falar de uma das obras mais significativas da música brasileira, construída em grande parte “na estética do frio”, no sul do nosso país. Desde outubro de 2020, foram realizadas três lives que trataram dos anos 1980, 1990 e 2000. Infelizmente, agora, em março de 2021, a pandemia ainda não terminou, mas a série que homenageia tantos anos de carreira desse artista chega ao final. São quarenta anos de história contados em uma quarentena. Para celebrar, convidamos vocês a estarem conosco na live que Ramil vai conversar e tocar o que fez a partir dos anos 2010. Até lá!
