As inscrições de turmas devem ser feitas por professores da rede pública
Oficina Puli-Pulá, oferecida pelo Grupo Cerco / Foto: divulgação
Em paralelo à agenda de espetáculos do 29º Porto Alegre em Cena, o festival oferece um programa educativo, dividido entre oficinas voltadas ao público escolar da rede pública e oficinas voltadas ao público espontâneo. Abrangendo áreas como teatro, circo, dança e música, as atividades são gratuitas, para diferentes idades e com vagas limitadas.
As oficinas escolares são destinadas exclusivamente a escolas da rede pública. Professores interessados em inscrever sua(s) turma(s) devem enviar e-mail para o endereço: [email protected]
Confira, a seguir, a programação voltada para o público escolar:
Ministrada desde 2017 pelo Máscara EnCena, a oficina tem o objetivo de compartilhar os princípios técnicos e expressivos do trabalho de atuação desenvolvido no grupo. O curso aborda os princípios de atuação com a máscara inteira expressiva por meio de exercícios de improvisação e composição dramatúrgica, percorrendo conteúdos como escuta, respiração, foco, interesse, desequilíbrio, ação, reação e qualidades de movimento.
Alexandre Borin, Camila Vergara, Fábio Cuelli e Mariana Rosa fazem parte do grupo Máscara Encena, que integra a programação do festival com o espetáculo 2068. Além de realizer espetáculos, o grupo pesquisa experiências que colocam a máscara na rua através de performances urbanas como BANDO (2021), com direção de Mauricio Casiraghi, além de práticas que relacionam a linguagem teatral com o audiovisual, através dos filmes 206820 e Imobilhados na Quarentena. Paralelamente aos projetos de criação, o grupo realiza projetos pedagógicos como a Residência Artística Territórios da Máscara e diversas edições do Curso Corpo-Máscara.
A oficina acontece no pé do Morro Santana, na retomada Gah Reh, e é guiada por Iracema Gah Teh, Angélica Kaingang, Nayane Gakre e Geórgia Macedo. Ao longo da atividade, serão contadas histórias sobre as águas redondas e as águas compridas. Aquelas que, na língua Kaingang, se chamam goj ror e goj tej. Como elas brotam e correm pelo território. Como elas também possuem as marcas clanicas Kame e Kainru. Além disso, ouvindo histórias e sentindo o território, será compartilhada a maneira como surge a ideia de criar um espetáculo de dança contemporânea, um pouco do processo de pesquisa e criação.
Angélica Kaingang, Iracema Gah Teh, Nayane Gakre e Geórgia Macedo se conhecem e atuam juntas desde 2015 para fortalecer os conhecimentos do Povo Kaingang. A parceria entre elas para a criação do espetáculo Agua Redonda e Comprida nasce da vontade de trocar ferramentas artísticas em artes cênicas, bem como da necessidade de voltar o olhar para as águas, descolonizando os conhecimentos sobre elas. Nasce na caminhada de demarcar os palcos com narrativas Kaingang, mostrando que esse também é um território indígena, local para se estar, disseminar e fortalecer o conhecimento do Povo Kaingang.
A oficina de Dança Aérea em Tecido tem como objetivo explorar a experiência artística circense e a vivência de uma atividade física a partir de sua linguagem. Utilizando o tecido acrobático como equipamento, a atividade trabalha ritmo, coordenação motora, flexibilidade, força e consciência corporal. A proposta é vivenciar a dança e a arte circense, construindo um ambiente saudável para a prática segura de uma atividade física e artística, respeitando os limites de cada corpo.
Tainá Borges é artista e educadora, pesquisando e atuando em linguagens de circo e dança desde 2001. É integrante fundadora do grupo Circo Híbrido, trabalhando na produção, gestão e coordenação geral, além de atuar como parte do elenco, coreógrafa e diretora dos espetáculos e performances. É professora de Dança Aérea na Escola Circo Híbrido, dirigindo e atuando em seus trabalhos cênicos. Em 2021, ganhou o Prêmio Açorianos de Melhor Direção na categoria Circo.
A oficina é dividida em dois momentos. Primeiro, uma conversa sobre as águas, desde a perspectiva e conhecimento do povo Kaingang, falando sobre as nascentes, as goj ror, e os rios, as goj tej, sobre a sua leveza e a sua força. Depois, com a prática de movimentos, serão compartilhados os jogos utilizados na composição coreográfica do espetáculo Água Redonda e Comprida, que faz parte da programação do festival. É uma oficina aberta a amadores, iniciantes e profissionais na dança e nas artes cênica.
Angélica Kaingang, Iracema Gah Teh, Nayane Gakre e Geórgia Macedo se conhecem e atuam juntas desde 2015 para fortalecer os conhecimentos do Povo Kaingang. A parceria entre elas para a criação do espetáculo Água Redonda e Comprida nasce da vontade de trocar ferramentas artísticas em artes cênicas, bem como da necessidade de voltar o olhar para as águas, descolonizando os conhecimentos sobre elas. Nasce na caminhada de demarcar os palcos com narrativas Kaingang, mostrando que esse também é um território indígena, local para se estar, disseminar e fortalecer o conhecimento do Povo Kaingang.
A oficina tem como objetivo estimular o potencial lúdico e expressivo dos participantes e investigar as diferentes formas de expressão corporal, jogos teatrais em Libras e jogos de improvisação de cenas com trechos do texto traduzido para Libras do espetáculo Romeu e Julieta. Para participar, não há necessidade de experiência prévia em teatro.
Adriana Somacal é diretora de artes cênicas e audiovisual, doutoranda em Teatro pela UDESC, mestre e licenciada em Teatro pela UFRGS e professora de Teatro Bilíngue no Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Palhoça Bilíngue (Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa). Entre outras produções, dirigiu o curta-metragem híbrido Romeu e Julieta (2022), uma produção em Língua Brasileira de Sinais desenvolvida a partir de sua pesquisa de doutorado sobre Shakespeare em Libras. Atua há 13 anos como diretora de artes cênicas no Grupo Signatores, desenvolvendo peças de teatro e uma pesquisa na área das artes cênicas e audiovisuais com surdos.
Utilizando figuras geométricas variadas, coloridas, em diversos tamanhos, as crianças serão estimuladas a criar seus próprios bichos, tendo como inspiração os animais apresentados no espetáculo Bichológico, do Circo Teatro Girassol. Os animais ganharão nomes e vozes, relacionando-se uns com os outros em uma divertida brincadeira.
Débora Rodrigues é atriz, artista circense, da dança contemporânea e da comunicação, com mais de 25 anos de experiência. É graduada em Artes Cênicas, mestre em Criação Cênica pela UFRGS e possui formação avançada em Pilates Clássico. Coordenadora e sócia do Circo Girassol, atua e produz o espetáculo Bichológico, que integra a programação do festival e pelo qual recebeu o Prêmio Tibicuera de Melhor Atriz (2022) e o Prêmio Olhares da Cena de Melhor Atriz (2023).
A oficina tem como proposta observar poéticas negras vivas em territórios quilombolas do Rio Grande do Sul e estabelecer relações com a poética iorubá dos orikis, palavra sagrada e louvor aos orixás através da poesia praticada junto ao sopapo. A atividade também busca pensar a passagem dessa textualidade mítica e oral para o plano da escrita e do corpo e, ainda, conhecer os percursos percussivos negros no estado (Sopapo, Batuque de Nação Oyó Idjexá, Candombe, Maçambique e Quicumbi).
Richard Serraria é poeta, cancionista, tocador de Sopapo e doutor em Estudos Literários pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Participa da programação do 29º Porto Alegre em Cena com a performance Sopaporiki.
Unindo a brincadeira de pular corda a jogos teatrais a partir da improvisação e da criação artística, a oficina trabalha aspectos do desenvolvimento, como concentração, disponibilidade física, expressividade e trabalho coletivo — conteúdos que estimulam a sociabilidade entre as crianças, auxiliando na aceitação das diferenças e na inclusão social. Ao final da atividade, será realizada uma conversa sobre a experiência da oficina e as formas de relacioná-la com o cotidiano.
Philipe Philippsen e Martina Fröhlich são artistas do Grupo Cerco. Bacharéis em Teatro pela UFRGS, têm larga experiência no campo da música, lançando mão de diversas linguagens em seus trabalhos. A partir da técnica de pular corda, o Cerco iniciou uma pesquisa sobre as brincadeiras de rua e a ocupação do espaço público, que resultou no premiado espetáculo Puli-Pulá (2015). Desde então, o grupo utiliza a dramaturgia do espetáculo e atividades formativas paralelas para levantar debates sobre o brincar, as atividades físicas, o erro, a aceitação das diferenças e a coletividade. O Grupo Cerco tem 15 anos de trajetória e atualmente promove oficinas formativas e eventos culturais em sua sede no Espaço Cerco Cultural.
A oficina oferece às crianças experiências com circo partindo de elementos do malabarismo e da acrobacia de solo e coletiva. Serão trabalhadas as possibilidades de relação com os objetos, com o espaço e com os outros corpos. Todas as atividades partem da brincadeira, utilizando jogos imaginativos e explorando diversas possibilidades para entender os conceitos de manipulação de objetos (lançar, equilibrar, rolar, prender) e de acrobacias (saltar, esticar, rolar, equilibrar).
Gabriel Martins é formado pela Escola Nacional de Circo (2012) e mestrando em Artes Cênicas pela UFRGS. No campo da educação, ministra aulas regulares de Circo para crianças e cursos voltados para educadores e artistas das artes cênicas. Como artista criador, desenvolve pesquisas artísticas no campo do circo contemporâneo e na intersecção dessa linguagem com a dança, a performance e o audiovisual, com produções voltadas para o público adulto e infantil.
* Programação sujeita a alterações
