Institucional

Seminário de Desenvolvimento Institucional promove debate sobre identidade, inovação e impacto social

quarta-feira, 21 de fevereiro | 2024

Edição foi pautada em temas relacionados à identidade, inovação e impacto. / Foto: Giordano Toldo

O início do ano acadêmico na PUCRS foi marcado por um dos eventos mais importantes para a comunidade universitária: o Seminário de Desenvolvimento Institucional. Com o objetivo de garantir integração, conexão e novas aprendizagens, o evento – que segue pelos próximos dois dias – contou com uma edição pautada em temas relacionados à identidade, inovação e impacto.  

Nesse primeiro dia (21), docentes, pesquisadores e técnicos administrativos tiveram a oportunidade de assistir a palestras de convidados com atuação notável nas áreas em questão, como Santiago Uribe, professor da Universidade de Antióquia (Colômbia) e assessor do Pacto Alegre; Fernanda Bombardi, vice-diretora do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE); Rui Oppermann, diretor de Relações Internacionais da Capes e responsável pelo edital de Extensão e Impacto; Ir. Carlos Alberto Rojas, secretariado de Educação e Evangelização (Casa Geral); além do pró-reitor de Identidade Institucional da PUCRS, Ir. Marcelo Bonhemberger, e do vice-reitor da Universidade, Ir. Manuir Mentges, que realizou a palestra de abertura.  

Identidade: um olhar crítico sobre presente e futuro 

Ao relembrar parte das iniciativas, conquistas e reconhecimentos da Universidade no período que marcou seus 75 anos de história, Ir. Manuir reforçou a importância de nos atentarmos à identidade e posicionamento da PUCRS para o período de 2023-2027. “Precisamos olhar para o que nós somos e para o que queremos ser”.  O vice-reitor destacou ainda as políticas institucionais e recapitulou todos os pontos que representam a missão, a visão e os direcionadores estratégicos da Universidade, que apontam os caminhos para uma atuação cada vez mais ousada, integral e de impacto.  

Ir. Carlos Alberto Rojas e Ir. Marcelo Bonhemberger. /Foto: Giordano Toldo

A partir do tema Missão Educativa Marista na Educação Superior, o pró-reitor Ir. Marcelo Bonhemberger e o convidado Ir. Carlos Alberto Rojas provocaram os participantes sobre a visão da Universidade, representada pelo desejo de Ser uma nova universidade para uma nova sociedade. Ir. Carlos Alberto trouxe os questionamentos “que nova universidade é essa que queremos ser? Ela é diferente da que já existe? A nova sociedade é esta que já estamos vivendo ou será uma que ajudaremos a construir?”.  

Os palestrantes também discutiram os aspectos de uma educação marista que introduza elementos da política e da cidadania – motivada pelo exemplo de Marcelino Champagnat

“A essência da nossa instituição transcende os valores individuais. Quais outros sinais precisamos receber para entender que o mundo está no seu limite? Assim como Champagnat, precisamos dar uma resposta”, provocou Ir. Carlos Alberto.  

Inovação e impacto social 

Mediado pela pró-reitora de Graduação e Educação Continuada, Adriana Kampff, e pelo vice-reitor, Ir. Manuir Mentges, o painel Inovação e impacto social tratou sobre o que nos impulsiona enquanto Universidade – tudo o que é realizado aqui cotidianamente e que gera impacto real no mundo.  

Santiago Uribe, professor da Universidade de Antióquia (Colômbia) e assessor do Pacto Alegre. / Foto: Giordano Toldo

O antropólogo colombiano Santiago Uribe, que participou da coordenação do projeto Cidades Resilientes, contou como o projeto transformou a cidade colombiana Medelín, considerada a capital mais violenta do mundo, em uma metrópole referência em desenvolvimento e inovação social. Uribe contou com detalhes como foi desenvolvido o projeto, mostrou dados sobre homicídios, e como a investigação sobre algumas taxas, como de empregabilidade, educação e média de renda das famílias trouxe respostas sobre o perfil das pessoas mais atingidas – no caso, mulheres, jovens e empresários. 

“O problema não estava na violência, mas sim no desenvolvimento das pessoas. Elas precisavam ter acesso à educação para conseguir bons empregos. A maior riqueza de Medelín, e do mundo todo, são as pessoas e elas estavam morrendo devido ao alto índice de violência”, pontuou.  

Uribe usou este exemplo para pontuar que, das 50 cidades mais perigosas do mundo, 17 são do Brasil, além de questionar “qual é o papel da universidade nesse contexto”. Ele explicou que para mudar este cenário é necessário trazer os estudantes, os jovens e a comunidade para as discussões estratégicas da universidade, além da união com demais instituições de ensino, empresários e agentes governamentais. 

“O ativo mais importante da universidade são os/as estudantes, por isso, precisamos de uma universidade com convicções concretas. Precisamos reimaginar a universidade e sonhar grande. A PUCRS tem todo o potencial para ser a melhor universidade do mundo”, declarou.

Painel Inovação e impacto social. / Foto: Giordano Toldo

Fernanda Bombardi defendeu a importância de uma economia sustentável, que tenha o impacto social e ambiental no centro. Explicou que, segundo dados levantados pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), atualmente, o cenário está muito mais favorável aos negócios de impacto do que há dez anos, e trouxe o questionamento:  

“Como direcionar esforços para o desenvolvimento de soluções que endereçam desafios reais da população em situação de vulnerabilidade? Temos muita potência, mas as soluções ainda não chegam a quem mais precisa”.

Entusiasta da economia sustentável, Fernanda afirma que é preciso posicionar a Universidade em um espaço catalítico de ideias:

“Precisamos estimular negócios frutos de pesquisas que buscam soluções para problemas da sociedade. Uma forma é fortalecer programas de pós-graduação que criem condições para que pesquisadores possam se transformar em empreendedores, ou que pesquisadores se conectem com empreendedores para fazer as soluções chegarem a quem mais precisa”, defende.  

Durante sua fala, Rui Vicente Opperman denunciou a precarização da docência no País, reforçou a importância da PUCRS nesse cenário e ressaltou a importância da existência de programas de extensão e inovação nas universidades em todo o mundo.  

“Não existe inovação, ciência e tecnologia sem as universidades. E, mais do que nunca, é fundamental superarmos alguns desafios, como a burocracia na produção científica”.  

O encontro também contou com a benção do capelão da Igreja Cristo Mestre, Padro Gustavo, e com a apresentação do grupo Trivial. No dia 22, a programação segue com oficinas para professores e técnicos, ministradas pelos próprios colaboradores da universidade. Já no dia 23, as oficinas são exclusivas para os professores e acontece diretamente nas escolas. 

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