Universo ou Multiverso

Em 1952, Erwin Schroedinger, grande contribuinte da Física Quântica, alertou em uma de suas palestras, num tom jocoso, que suas próximas palavras poderiam ser consideradas “lunáticas”. Schroedinger apresentou então a “interpretação dos muitos mundos”, com a qual, a grosso modo, explicitava que todas as possibilidades dentro das ramificações das medições quânticas, se faziam “reais” simultaneamente, criando assim um multiverso de infinitas possibilidades.

Dentro do que se tem registro, essa foi a primeira vez em que o conceito de “multiverso” foi apresentado ao mundo. Ao longo dos anos, a Ficção científica adotou em peso essa ideia, tornando-se uma marca registrada do gênero.

Estudos recentes no campo da cosmologia podem estar chegando a conclusões que possam tornar essa ideia um pouco menos “lunática” e remover o estigma de “ficção” desse conceito.

Observações cosmológicas mostram que até onde nossos telescópicos alcançam, o universo é muito uniforme estando sob as mesmas leis físicas. Contudo, a teoria que explica essa uniformidade também prediz que, considerando uma abrangência extremamente grande, a situação pode ser completamente diferente.

Ao invés de ser um “balão” simétrico e esférico, nosso universo pode assemelhar-se a um multiverso – uma coleção de muitos “balões” exponencialmente grandes sob diferentes leis físicas operando. As recentes descobertas no campo da cosmologia inflacionária, física de partículas e teoria das cordas, têm reforçado a concepção desse novo paradigma.

Embora seja um tópico ainda bastante divisor na comunidade cientifica, avanços dessa magnitude são cada vez mais esperados no objetivo de elucidação dos mistérios do universo (ou multiverso).

Saiba mais em: Andrei Linde Universe or Multiverse

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