27/05/2020 - 10h28

Quando nos enxergamos

Por Giovanna Robalo, graduanda em Relações Públicas da PUCRS

EAD, empatia, ensino à distância, relações acadêmicas

Foto: Alexandra Koch / Pixabay

*texto originalmente publicado no jornal Zero Hora em 27 de maio de 2020

Se no primeiro dia de aula nos contassem que em uma semana estaríamos isolados em casa, não acreditaríamos. Por mais que as previsões fossem certeiras, não imaginávamos a rotina alterada tão drasticamente. Esse turbilhão afetou todos: amigos, parentes, professores e alunos. A modalidade EAD passou a ser uma imposição, nos fazendo rever hábitos, prazos e, principalmente, relações.

O novo cenário nos obriga a perceber o outro com mais empatia, capacidade a partir de então indispensável. Precisamos uns dos outros! Nas salas de aula virtuais, separados por telas, nos vemos, quem diria, com mais profundidade. O professor, figura de mestre, intocável, quase inabalável, ganhou uma faceta mais humana. Os filhos também lhes cobram atenção, a louça na pia, o almoço por fazer, os cachorros latindo ao fundo. Percebemos que o professor é também um aprendiz. Se antes a metodologia era expositiva, hoje é o diálogo que prevalece. As aulas tornam-se quase sessões de terapia em grupo, já que, além de aprender, precisamos todos sobreviver.

As relações acadêmicas estão mais amorosas. Talvez era disso que precisávamos. A compreensão e a amizade cresceram, vimos, enfim, que estamos todos no mesmo barco, tentando entender nosso papel na sociedade e nos adaptar à nova realidade. Os professores esforçam-se para ensinar; os alunos, para aprender. Revela-se, com mais ênfase, a honrada missão educativa: formar o aluno cidadão, com senso crítico, empatia e humanidade.

Já que o mundo não para, e o aprendizado deve ser constante, nos adaptamos. É um alívio saber como aluna que, do outro lado da tela, o professor, disposto a dar o seu melhor, também precisa de ajuda – não carrega a verdade absoluta. Estamos todos aprendendo. Como seremos depois dessa? Difícil prever, mas aprendemos que o processo de ensino-aprendizagem passa pelo amor, pela empatia e pelo carinho, sendo assim, estaremos juntos e com nossos laços fortalecidos.

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