Uma pessoa jogando enquanto milhares assistem: 5 passos para se tornar streamer
A área de streaming de jogos tem ganhado cada vez mais espaço entre quem decide começar a trabalhar com a internet
A área de streaming de jogos tem crescido e gerado bilhões de reais todos os anos / Foto: Pexels
Streaming é a distribuição de conteúdo ou dados via internet. No mundo dos games, quem trabalha nessa área é conhecido como streamer, uma profissão que ficou ainda mais popular nos últimos anos graças às transmissões de pessoas jogando ao vivo enquanto conversam com a audiência. E essa atividade se tornou algo tão sério que, além de profissão, também já virou tema de pesquisa e eventos acadêmicos. Conheça mais sobre a área e como ingressar nela:
Primeiro, é importante saber que também existem outros formatos de streaming, como as plataformas de séries, filmes, vídeos, podcasts e até mesmo exposições virtuais. No caso dos jogos, o meio mais popular de assistir às lives é a Twitch.tv, muito utilizada pois o conteúdo é quase todo consumido ao vivo e não em uma biblioteca. Só em 2019, a plataforma gerou 1,54 bilhão de dólares de receita.
Mas o que é preciso para começar no mercado de streaming de jogos? Segundo a publicitária Letícia Dallegrave, que pesquisou sobre Streaming de jogos como sistema de performances durante o seu mestrado, na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, existem 5 pontos essenciais para isso:
1. O que levaria alguém a não jogar para assistir a sua transmissão?
Essa pergunta foi norteadora para o trabalho de dissertação de Letícia e também pode servir para pensar qual é o diferencial do seu canal ou projeto. Mas calma, pois com certeza existem muitos motivos para você alcançar um bom número de visualizações. Basta inverter a pergunta: o que você mais gosta de ver em outras transmissões? Com essas respostas, parta para os próximos passos: se preparar para as lives e construir a sua comunidade.
2. Teste as suas habilidades multitasking
Alysson Augusto, mestrando em Filosofia e YouTuber, em entrevista com Letícia Dallegrave no canal da PUCRS / Foto: Reprodução
Jogar, transmitir, interagir com quem tá assistindo, cuidar o enquadramento da câmera, performar bem… Uffa! São tantas tarefas realizadas ao mesmo tempo que para “bombar” como streamer a capacidade de ser multitasking precisa estar em dia. Mas lembre-se de respeitar o seu tempo, pois, com a prática, a pressão começará a diminuir e todo o processo ficará mais simples e intuitivo.
3. Construa a sua comunidade
Um dos principais pontos a serem pensados é a sua audiência. Para a transmissão fazer sentido, alguém precisar estar assistindo. Por isso é importante estudar sobre qual público ou nicho se quer atingir para construir a sua comunidade. Por exemplo: o Ninja, que é o maior streamer do mundo, com quase 17 milhões de seguidores na Twitch, ficou famoso jogando o game Fortnite.
4. Jogue melhor do que qualquer pessoa, ou, seja a melhor pessoa
Letícia ressalta que, apesar de muitos/as streamer ganharem fama por jogarem de forma excelente, nem sempre esse é o caso. Várias pessoas que se dedicam à profissão também acabam conquistando a audiência por saberem se relacionar muito bem com o público, terem carisma ou encontrarem novas maneiras de estabelecer essa identificação e conexão. Não ser o melhor jogador para alguns não significado que você não possa ser a melhor pessoa para outras <3
5. Atenção às questões técnicas
Após pensar sobre os tópicos anteriores, lembre-se de que, mesmo não sendo necessariamente o mais importante, ter qualidade estética e técnica na sua transmissão fará toda a diferença. Se coloque no lugar de quem assiste: que tipo de cenário e iluminação ou qualidade de áudio e vídeo você gosta mais? A partir disso, tenha em mente que em algum momento investir em equipamentos e/ou em ambientação pode ajudar a alavancar o seu canal.
Dicas bônus: o resumão e um convite especial
Para mandar bem na sua live você precisará:
- Escolher a plataforma de streaming. As mais conhecidas são Twitch, Youtube e Facebook.
- Criar um canal ou perfil oficial para realizar as transmissões.
- Do streamer em si, no caso você. Afinal, sem a persona nada aconteceria, certo?
- Do jogo. E esse pode ser online, offline e até de tabuleiro. Sim, até de tabuleiro!
- Por fim, do chat. E esse pode ser o ponto mais legal. Ele faz com que a audiência interaja entre si e com quem está jogando.
E para aprender com quem leva essa carreira a sério, no dia 25 de agosto, às 19h30, acontece um novo evento da série Papos PUCRS, dessa vez sobre eSports é coisa séria. Os eSports, em uma definição mais direta, são competições organizadas de jogos eletrônicos, principalmente entre profissionais.
O encontro reunirá o ex-jogador profissional de eSports Gabriel (Kami) Bohn e o empresário e produtor cultural Ricardo Chantilly para conversar sobre a profissionalização dos games, os desafios tecnológicos e a falta de oportunidades para jovens de baixa renda. O bate-papo será mediado pelo professor André Pase (Famecos) e transmitida pelo perfil da PUCRS Cultura no Facebook e no canal da PUCRS no YouTube – onde ficará disponível para acesso posterior.
Seja um ou uma Jedi você também
Jedi é o nome do Grupo de Pesquisa sobre Jogos e Entretenimento Digital Interativo da Famecos. Com a combinação entre a informação e o entretenimento sendo cada vez mais presente, o grupo se propõe a compreender estas produções, seus suportes e fluxos. Conheça os trabalhos realizados no projeto e seja Jedi você também!
Ah, e se quiser aprender mais sobre o tema, assista à entrevista com a Letícia e o @Squallzera sobre o mundo do streaming de jogos no canal da PUCRS no YouTube: