Tecnopuc faz parte do tripé de cooperação entre as universidades

InovaçãoFoto: Bruno Todeschini

Um pacto para Porto Alegre

Pacto para a Inovação será o primeiro projeto da Aliança para Inovação da Capital

O s meses de novembro a março de 2019 marcarão avanços na Aliança para Inovação de Porto Alegre, criada em abril pela PUCRS, UFRGS e Unisinos. É quando deverá ser assinado o Pacto para a Inovação, o primeiro grande projeto da parceria entre as três instituições voltadas à articulação de ações de alto impacto que pretendem transformar a Capital numa referência de ecossistema de inovação de classe mundial.

Na prática, significa o começo de um grande trabalho de motivação e união para o futuro da cidade. “Nossa meta é que Porto Alegre seja cada vez mais conectada e global, capaz de motivar e inspirar o desenvolvimento de startups e atrair novos investimentos. É uma tentativa de construir uma visão de futuro moderna e compartilhada”, resume o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e representante da Universidade no comitê estratégico da Aliança, Jorge Audy.

Entre novembro de 2018 e março de 2019, será criada a Mesa do Pacto, formada por até 60 representantes dos segmentos acadêmico, empresarial, de governo e da sociedade. A Mesa é parte da metodologia criada pelo espanhol Josep Piqué, assessor da Aliança, e que traz na bagagem a participação em projetos de revitalização bem-sucedidos em Barcelona, Medellín e Florianópolis. No contexto do Pacto, a missão da Mesa será articular, definir e priorizar os principais desafios, projetos e ações necessárias para Porto Alegre.

UNIÃO DE FORÇAS

Segundo Audy, entre os grandes desafios que devem ser priorizados pela Mesa, o 4º Distrito e o Arroio Dilúvio são potenciais candidatos. O primeiro envolve constituir uma região de vocação tecnológica na Zona Norte – projeto idealizado há décadas e não concretizado. O segundo é o de despoluição do riacho que corta a Av. Ipiranga. “Nunca ocorreu uma união de forças que priorizasse isso. Até agora, a Capital não conseguiu reunir condições mínimas de consenso para realizá-las”, observa.

Quando a Mesa definir os desafios, o próximo passo será identificar quais projetos serão desenvolvidos e implementados. Cada um deles terá um responsável na sua condução. Não caberá à Aliança realizá-los, mas monitorá-los, na lógica de buscar consensos para que se tornem viáveis, ajudando a criar as condições e as oportunidades.

As atividades da Aliança, desde o lançamento, além de mobilizar a sociedade em torno da proposta de transformar Porto Alegre em um polo gerador de novos empreendimentos de base tecnológica e startups, têm sido, por meio de grupos de trabalho, realizar levantamentos de demandas e expectativas em diversos segmentos, em um sistema de cocriação. Relatórios técnicos são gerados para embasar as futuras reflexões e decisões.

Cooperação

A agenda de cooperação prevê o compartilhamento de estruturas dos parques tecnológicos das três universidades – Tecnopuc, Zenit e Tecnosinos – entre todas as empresas e incubadas e instaladas, além do início de trabalhos de pesquisa conjuntos. Por exemplo, uma empresa instalada em um prédio centenário da Faculdade de Engenharia da UFRGS poderá fazer uma dinâmica de cocriação para um produto no CriaLab, do Tecnopuc. O objetivo é gerar sinergia, colaboração, atuação conjunta e compartilhamento de recursos. O reitor Ir. Evilázio Teixeira observa que toda essa mobilização se encaixa perfeitamente no posicionamento estratégico da PUCRS. “A sociedade deve conciliar as suas diferenças e atuar de maneira alinhada e cooperada. Chegou a hora de termos ousadia e construir um ecossistema global de inovação, com forte visão de atuação internacional”, conclui.

Mil startups em dez anos

O projeto da Aliança para Inovação de Porto Alegre é desafiador. Mas também ousado é o desafio que o Tecnopuc lançou ao completar 15 anos em 2018: gerar mil startups em dez anos. Para alcançar esse objetivo, a PUCRS pretende aproximar seus estudantes das iniciativas do Parque Tecnológico.

Um projeto está sendo elaborado para que todos os alunos das Escolas Politécnica, de Negócios e de Medicina vivenciem a experiência de montar uma empresa. Nos próximos anos, também serão aprofundadas iniciativas como o Torneio Empreendedor e o Startup Garagem, além de novas ações visando motivar e apoiar a geração de novos empreendimentos por parte de estudantes de graduação, mestrado e doutorado junto aos docentes e pesquisadores. “Significa despertar a chama do empreendedorismo e oferecer a esses jovens condições para exercitar uma atitude proativa e inovadora, gerando empresas, oportunidades e contribuindo para o desenvolvimento da cidade e do País ”, prevê Jorge Audy.