Pelo Mundo

Próxima parada: América Latina

Países latino-americanos destacam-se pela riqueza cultural e possibilidade de aprimorar um segundo idioma

POR MARIANA HAUPENTHAL

No Chile, Isadora atuou nos Centros de Salud Familiar

Fotos: Arquivo Pessoal

A experiência de viver no exterior é sempre enriquecedora. O que muitas vezes passa despercebido é que o contato com uma nova cultura e a vivência de um novo idioma podem estar mais perto do que imaginamos. Os destinos da América Latina têm se tornado cada vez mais cobiçados pelos estudantes interessados em mobilidade acadêmica. Aqueles que foram indicam: há muito o que viver nos países coirmãos.

A América Latina tem se popularizado, principalmente, por oferecer a possibilidade do aprendizado de um segundo idioma com um investimento mais em conta do que em alguns destinos da Europa ou América do Norte. Apesar da proximidade geográfica, aqueles que embarcam para países como Colômbia, Argentina e México se deparam com uma imersão cultural riquíssima e bem diferente do Brasil.

Isadora Teixeira, aluna do 5º ano da Escola de Medicina, foi bolsista do Programa Bolsas Ibero-Americanas do Santander Universidades e participou do internato (também chamado de estágio curricular) na PUC do Chile, na área de Medicina de Família e Comunidade. Para a estudante, poucos dias foram suficientes para se apaixonar pela cidade de Santiago.

Além de um transporte público eficiente e de qualidade, praças e parques para aproveitar em segurança, Isadora destaca a hospitalidade do povo chileno como um dos principais pontos positivos. “Incansáveis em ajudar os estrangeiros e sempre disponíveis para dar informações, os chilenos refletem a verdadeira energia do país, fazendo com que o visitante se sinta em casa”, completa.

Durante o estágio, Isadora atuou nos Centros de Salud Familiar, equivalentes aos postos de saúde do Brasil. Para a estudante, o relacionamento com residentes e pacientes foi o mais enriquecedor, aliado às aulas teóricas que possibilitaram discussões sobre similaridades e diferenças no campo da saúde no Chile e no Brasil.

Relações interculturais

Reconhecimento: Julia recebeu a medalha de mérito acadêmico no México

Foto: Arquivo Pessoal

A aproximação com a América Latina também pode ser percebida no próprio Campus da PUCRS. Alunos internacionais latino-americanos são recepcionados todos os semestres pela equipe da Mobilidade Acadêmica e pelos voluntários do Programa Amigo Universitário, promovendo a chamada internacionalização em casa (IeC) e permitindo experiências interculturais.

Julia Ourique Valim, do curso Comércio Internacional da Escola de Negócios, foi uma das alunas inspiradas a conhecer os encantos dos países vizinhos a partir da convivência com os próprios colegas de outras nações em mobilidade na PUCRS. “O convívio com estrangeiros amplia muito a visão sobre as possibilidades que temos enquanto estudantes e as alternativas que a universidade nos oferece – e de que, muitas vezes, não nos damos conta”, comenta Julia.

A estudante optou pela Universidade de Celaya, no México, para seu período de mobilidade acadêmica. A vivência no exterior não só rendeu boas histórias, mas conquistas acadêmicas. Em em fevereiro, Julia foi homenageada com uma medalha de mérito acadêmico, devido ao seu excelente desempenho nos estudos na universidade mexicana. O período foi tão positivo, que ao término do primeiro semestre em mobilidade, a aluna renovou por mais seis meses, permanecendo um ano na cidade de Celaya.

Experiências na pós-graduação

Ana Claudia (E) e Aline viveram boas experiências de pesquisas no Uruguai e na Argentina

Foto: Bruno Todeschini

Doutora pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação Social, Aline Bianchini também optou pelo continente latino-americano para seu doutorado-sanduíche. A pesquisadora permaneceu quatro meses na Universidad de la República, em Montevidéu, Uruguai, onde apoiou dinâmicas e grupos de pesquisa, além de participar de eventos e seminários.

A experiência na América Latina foi uma oportunidade de se aproximar da identidade latino-americana que, muitas vezes, parece algo mais distante do Brasil do que dos outros. “Principalmente para nós, do Rio Grande do Sul, ter uma experiência na região do Rio da Prata é algo incrível. Acabamos descobrindo como somos mais parecidos culturalmente com o ‘povo rio-platense’ do que, muitas vezes, com o restante dos estados brasileiros”, comenta.

Ana Claudia Cifali escolheu a Universidad del Litoral, em Santa Fé, Argentina, onde permaneceu seis meses. Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais, ela destaca os contextos semelhantes como vantagens para diálogos interessantes sobre a realidade de cada país. “Mesmo cada um tendo suas particularidades, ainda assim é possível encontrar muitos pontos de contato, pois somos capazes de compreender o que se passa nestes lugares”, comenta.

Para a estudante, o intercâmbio também rendeu importantes redes de pesquisa internacionais. “A partir da inserção da Argentina, me uni ao Grupo de Trabalho em Infâncias e Juventudes do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, importante rede de construção e intercâmbio de conhecimentos no âmbito latino-americano”, conta Ana Claudia.

Ensino de excelência

PUC do Chile é a melhor universidade do continente em ranking de 2018

Foto: Divulgação

 

Diferentes indicadores evidenciam cada vez mais as instituições de ensino superior da América Latina por sua excelência acadêmica. A PUC do Chile, uma das 45 instituições latino-americanas conveniadas à PUCRS, foi eleita a melhor universidade do continente pelo QS World University Rankings em 2018. Outro destaque fica por conta do Instituto Tecnológico de Monterrey, no México – ocupando o 4ª lugar no continente –, reconhecido especialmente nas áreas de Negócios e Economia, Engenharia e Tecnologia e Ciências.

De acordo com o ranking Times Higher Education (THE) Latin America 2018, Equador e Chile são os países latino-americanos de melhor desempenho quando se trata da influência de pesquisa de suas universidades e perspectivas internacionais. A Argentina, por sua vez, destaca-se especialmente na qualidade do ensino oferecido em suas instituições de ensino superior.

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Os movimentos de aproximação com a América Latina têm sido pauta constante na Universidade. Novos convênios de cooperação não só possibilitam o fomento da internacionalização por meio da mobilidade acadêmica discente e docente, mas incentivam a colaboração no âmbito da pesquisa e do desenvolvimento.

Na Assessoria de Cooperação Internacional, a coordenadora administrativa Sandra Mino é responsável pelas estratégias de aproximação com os países latino-americanos. Ela destaca os novos convênios assinados com a Fundación Universitaria Autónoma de las Américas, da Colômbia, com a Universidad Técnica de Machala, do Equador, com a Universidad Católica de Trujillo Benedicto XVI, do Peru, e com a Universidad Nacional del Noroeste de la Província de Buenos Aires, da Argentina, como ações para estreitar laços com os países vizinhos nas diversas áreas do conhecimento.

“Sabemos da qualidade e do potencial de instituições da América Latina e os rankings estão aí para confirmar. Por isso, estamos voltados a fomentar contatos e ações com esses países”, comenta. A Assessoria, por meio da mobilidade acadêmica e do setor de negócios e prospecção, reúne esforços para aumentar o fluxo das atividades que atraiam a cooperação mútua com os latino-americanos. Além disso, os eventos internacionais proporcionam possibilidades para contatos e acordos, conhecimento e tendências, proporcionando encontros com universidades de diversas partes do mundo e com ótimas oportunidades de cooperação internacional.