Protagonistas na aprendizagem
Reunir-se com colegas ou professores e debater assuntos recorrentes sobre as profissões pode ser o pontapé inicial para aprofundar conhecimentos e ter um diferencial no currículo. Na PUCRS, os grupos de estudos estão cada vez mais populares entre os graduandos. E são muitas as motivações: praticar teorias aprendidas em aula, adquirir experiência, aperfeiçoar habilidades, conhecer outros pontos de vista…
O coordenador de ensino da Pró-Reitoria Acadêmica, João Harres, observa que a aprendizagem em qualquer nível é ampliada e aprofundada com a participação ativa do estudante. “O envolvimento em grupos de estudos atende a contextos mais específicos de dificuldades de compreensão, oferecendo uma extensão mais prática ou inovadora da sala de aula”, argumenta. Afirma ainda que vivências extracurriculares são de extrema importância, citando o conceito de lifelong learning (aprendizado por toda a vida), muito discutido hoje. A sala de aula é apenas um estágio do desenvolvimento da carreira.
Estar inserido em um grupo de estudos pode potencializar competências relacionais, emocionais e de resolução de problemas em conjunto. “Em contextos informais, os alunos acabam se conhecendo mais e colocando em prática a criatividade”, avalia Harres.
Maratona de aprendizado

Alunos de Engenharia de Software na hackatona
Na Agência Experimental de Engenharia de Software (Ages), ocorrem alguns dos primeiros desafios dos alunos do bacharelado em Engenharia de Software. Neste ano, o espaço abrigou também dois grupos de estudos. O primeiro durou três meses e reuniu quatro alunos para o desenvolvimento de um site. Já o Grupo de Estudos Android precisou fazer um aplicativo do zero. O Eu Quero! busca facilitar trocas e doações de roupas, remédios e livros – como diz o slogan, “de quem tem para quem precisa”. Os encontros duraram três semanas, nas férias de inverno. Os seis alunos ficavam das 18h às 21h na agência. O final foi uma hackatona (maratona hacker) de 24 horas.
Foi a primeira experiência de Bruno Mazzardo, Gabriel Löff, Guilherme Maluf, Ricardo Borges e Vitor Edgar com o desenvolvimento de aplicativos no sistema Android. Apenas Alan Quadros tinha noções do que deveria ser feito. “Se algo dava errado, voltávamos atrás e tentávamos consertar”, conta Mazzardo, do 4º semestre. O aplicativo está disponível na loja do Google Play. O feito levou os participantes a conseguirem estágios na agência. “Acho que 80% da minha experiência veio disso”, conclui Löff, do 3º semestre. O processo foi supervisionado pela coordenadora da Ages, Alessandra Dutra, e pelo arquiteto de software Cássio Trindade.
Atendimento personalizado
Em visita aos EUA, o professor Cristiano Baldi, da Escola de Humanidades, notou que os cursos de Escrita Criativa norte-americanos têm turmas pequenas, o que possibilita discussões mais aprofundadas. Ao voltar, resolveu replicar o modelo por aqui, no Ciclo Muito Literário.
Neste semestre, o terceiro em que o projeto ocorre, seis doutorandos conduzem encontros de roteiro audiovisual, edição e reescrita, crônica, novela e romance. São no máximo sete alunos para cada gênero. O professor Paulo Angelini, que também coordena o Ciclo, diz que essas reuniões oxigenam a academia, agrupando estudantes de graduação e de pós e estimulando a produção acadêmica.
Nicole Didio, 22, do 4º semestre, opina: “Para quem está começando, discussão e feedback estão entre as coisas mais importantes”.
Diferentes pontos de vista

Eventos do Geped lotaram o auditório da Escola de Negócios
Sentindo a necessidade de um espaço para discussões, Dário Neto, Henrique Andras, João Pedro Maffessoni e Kim Narvas, do curso de Economia da Escola de Negócios, resolveram inovar. Em abril de 2016, criaram o Grupo Econômico e Político de Estudos e Debates para a comunidade da PUCRS expressar suas opiniões sobre a crise no Brasil.
“Tentamos sempre trazer pontos de vista diferentes, para mostrar que o ‘outro lado’ não tem tantos problemas quanto pensamos”, conta Maffessoni, 21, do 8º semestre. Cada um dos três eventos realizados pelo grupo atraiu cerca de 350 participantes. A ideia inicial era focar nos aspectos econômicos. Com o tempo, perceberam que seria impossível não envolver outras áreas. Abordaram temas como o papel do Estado e da mídia na crise, sempre convidando professores da PUCRS.