Ricardo Trentin, formando em Medicina: interesse pelos avanços que a ciência proporciona

Sou PUCRSFOTO: CAMILA CUNHA

Para entender melhor o mundo

Jovens pesquisadores aprofundam conteúdos de aula e contribuem para o avanço da sociedade

Graduandos que participam de programas de pesquisa encontram muito mais do que soluções para questões de sua área. A iniciação científica proporciona espaços de diálogo, de aprendizado e de trocas de experiências, permitindo que os alunos atuem em projetos de diversas áreas do conhecimento. Os bolsistas, orientados por professores ou pesquisadores da Universidade, aprendem novos métodos e técnicas de pesquisa e desenvolvem o pensar científico na busca pela resolução de problemas.

A coordenadora de Iniciação Científica da PUCRS, Fernanda Morrone, diz que o programa é uma oportunidade para aprofundar conhecimentos e se preparar para o futuro acadêmico. “Os resultados das pesquisas são percebidos na vida do estudante por meio do seu rendimento, das obras publicadas coletivamente e da divulgação dos trabalhos em eventos como o Salão de Iniciação Científica, que ocorre anualmente na PUCRS”, explica. “O processo também promove a inserção dos resultados das pesquisas fora da Universidade, estimulando o contato dos alunos com a sociedade”, observa.

FORÇA DE MUDANÇA

O diretor de pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento, Carlos Graeff Teixeira, segue a mesma linha. “Para a nossa Instituição, é uma prioridade que a pesquisa científica enriqueça a formação dos futuros profissionais, constituindo um dos aspectos de uma formação integral do ser humano”, afirma. Para Teixeira, a PUCRS se destaca neste campo, pois faz pesquisas que atendem à curiosidade e a demandas urgentes da comunidade local e internacional.

O objetivo é que a expansão do conhecimento em vários campos, aliada à missão de formação integral, crie uma força de mudança positiva. “O aprender pela pesquisa é uma experiência única. As instituições que não promovem isso apenas reproduzem o que está sendo dito”, constata. A importância de incentivar a investigação científica desde o início da vida acadêmica, segundo o diretor, está na grande capacidade dos jovens. “Eles têm mais curiosidade, dinamismo e disposição para se arriscar na busca do novo. Estes são combustíveis indispensáveis à inovação e formação de um espírito empreendedor e crítico, próprio da abordagem científica.”

TRABALHO PREMIADO

Ricardo Trentin, 30 anos, é graduando do 11° semestre de Medicina na PUCRS. Em junho deste ano, recebeu o Prêmio Lundbeck de Incentivo à Pesquisa pelo trabalho Functional connectivity of the hippocampus and maintenance of memory in Superagers: preliminary results. Desenvolvido com pesquisadores do Instituto do Cérebro (InsCer), o projeto estuda os chamados Superidosos, que mantêm preservadas suas funções cognitivas e possuem capacidade de memória acima da média para a idade. A premiação é promovida pelo laboratório dinamarquês Lundbeck, em reconhecimento aos quatro melhores trabalhos científicos submetidos ao World Congress on Brain, Behavior and Emotions (Brain Congress) 2017, onde o prêmio foi entregue.

Além deste, Trentin participa de outros dois projetos: Uso de mídias sociais e funcionamento cerebral, também do InsCer, e uma pesquisa do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trauma e Estresse, no qual foi bolsista de iniciação científica e, atualmente, participa como colaborador, que envolve análises de cortisol, sintomas clínicos e cognições pós-traumáticas em crianças vítimas de maus-tratos.

O futuro médico conta que sempre nutriu interesse pela ciência e pelos avanços que ela proporciona. Seu primeiro contato com pesquisa ocorreu na graduação. “Para exercer adequadamente a função de pesquisador, que quero seguir, é necessário um bom preparo. A graduação proporciona oportunidades de aprender com profissionais que trilham este caminho há mais tempo”, justifica. No futuro, Trentin pretende seguir uma carreira como pesquisador no campo da neurociência.

Jovem inovadora

Aluna de Biociências, Bruna Andrade (E) conquistou o prêmio Pesquisador Gaúcho

DIVULGAÇÃO/FAPERGS

Ao terminar um curso técnico na área de Biotecnologia, em 2014, Bruna Andrade, 22 anos, interessou-se pela pesquisa. A graduanda do 8º semestre em Biociências receberia, dois anos depois (dezembro de 2016), o prêmio Pesquisador Gaúcho, na categoria de Pesquisadora Jovem Inovadora. A premiação da Fapergs valoriza pesquisadores que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do RS e escolheu Bruna pela participação no projeto Produção da enzima β-galactosidase recombinante na forma livre e imobilizada visando sua aplicação industrial.

Atualmente, entre outros estudos, Bruna faz parte do Purificação e imobilização da enzima β-galactosidase recombinante visando sua aplicação industrial, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RS, em parceria com a empresa Quatro G Pesquisa & Desenvolvimento, localizada no Tecnopuc. A jovem pretende seguir o caminho da pesquisa na área da Biotecnologia, fazendo mestrado e doutorado. “Muitas pessoas entram na graduação sem saber definitivamente do que gostam. A pesquisa possibilita a vivência de um ambiente que estimula a busca por novas informações, instiga a curiosidade e oferece muita experiência”, avalia.

“O aprender pela pesquisa é uma experiência única. As instituições que não promovem isso apenas reproduzem o que está sendo dito.”
Carlos Graeff Teixeira, diretor de pesquisa

PORTAS PARA O FUTURO

Pesquisadores juniores não conhecem novos horizontes apenas figurativamente. É o caso de Paulo Henrique Hoeckel, 28 anos, doutorando em Economia do Desenvolvimento na Escola de Negócios da PUCRS e selecionado para participar da 6ª Reunião de Lindau sobre Ciências Econômicas, que ocorre em agosto de 2017, na Alemanha. O evento reúne 20 ganhadores do Prêmio Nobel para conhecerem a próxima geração de cientistas, representada por 400 estudantes escolhidos ao redor do mundo. Entusiasmado, ele define a oportunidade como “um intercâmbio aberto de expertise econômica, além de encontros interculturais e inter-geracionais”.

Natural de Caibaté, interior do Rio Grande do Sul, Hoeckel graduou-se em Ciências Econômicas em 2011 e seguiu no mestrado em Economia e Desenvolvimento, ambos na Universidade Federal de Santa Maria. Atualmente, realiza um doutorado–sanduíche na PUCRS e na Lisbon School of Economics & Management, da Universidade de Lisboa (Portugal).

Ainda durante a graduação, foi convidado pelo futuro orientador de pesquisa a ser bolsista de Iniciação Tecnológica Industrial A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Participou de um estudo que pretendia identificar o custo de produção de diferentes categorias de vinhos da Serra gaúcha e resolveu seguir o caminho da pesquisa. “Vi uma possibilidade de expandir o conhecimento visto em aula e aplicá-lo na prática”, conta.

O doutorando conta que o sucesso obtido na aplicação o estimulou mais ainda a dedicar-se à pesquisa. “Minha motivação em participar do evento está em poder interagir com pesquisadores que são referência em diversos campos de pesquisa de Ciências Econômicas. Na discussão de temas e ideias relevantes, receberei contribuições para futuras pesquisas que podem vir a atender demandas de questões latentes no Brasil”, explica.

Quero ser pesquisador
Interessados em ser bolsistas de iniciação científica podem realizar um cadastro, disponível para os pesquisadores da Universidade no site (pucrs.br/pesquisa/iniciacao-cientifica/). Também podem entrar em contato diretamente com os professores de sua área de preferência.