Mesmo com a situação de pandemia, estudantes estão conseguindo avançar em suas pesquisas no exterior
Julia Couto está em Newcastle, UK / Foto: Arquivo pessoal
Mesmo diante dos desafios que 2020 apresentou, três doutorandos conseguiram iniciar seus períodos de doutorado sanduíche no exterior pelo Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt). As pesquisas estão sendo realizadas em importantes universidades europeias e os estudantes foram contemplados com bolsas de estudos que variam de 6 meses a 1 ano.
Andrelise foi contemplada com uma bolsa de doze meses para desenvolver o Projeto de Pesquisa intitulado “Seja na metrópole seja em África o importante é que seja salazarista: Teatro Português durante o Estado Novo (1933-1950). ”, na conceituada Universidade de Coimbra, em Portugal.
O objeto deste estudo aborda questões no âmbito do tema prioritário Mundo em Movimento: Indivíduos e Sociedade e bolsa de estudos foi concedida pelo projeto de cooperação internacional A matriz oculta da Violência na Modernidade: Crise da Alteridade, da Moral e da Ética, coordenado pela Profa. Ruth Gauer.
Confira abaixo o depoimento da doutoranda:
“O meu doutorado sanduíche iniciou dia 1º de novembro de 2020. Neste primeiro mês em Portugal eu tive reuniões eventuais na Universidade de Coimbra, com o meu orientador daqui, o Prof. Dr. Rui Cunha Martins, e uma série de atividades de investigação em Lisboa. Na primeira semana, fiz uma visita preliminar aos arquivos onde estão localizadas as minhas fontes. O objetivo foi conhecer estes espaços e principalmente compreender qual é a logística de funcionamento destes arquivos históricos agora durante a pandemia. Após este primeiro momento, iniciou o trabalho de investigação propriamente dito, que consiste em pesquisar na base de dados dos arquivos as fontes históricas que eu necessito consultar para a minha pesquisa de tese, realizar antecipadamente o pedido de consulta presencial destes documentos, e então me dirigir até cada um dos arquivos, em dia e horário definidos por estas entidades, para consultar e digitalizar (fotografar) estes documentos. Estou tendo contato com um acervo de fontes históricas bastante rico! Encontrei documentos muito importantes para o desenvolvimento da minha pesquisa de tese. O trabalho de pesquisa é intenso e, ao mesmo tempo, muito prazeroso.”
Julia está desde setembro de 2020 desenvolvendo o projeto de pesquisa intitulado A data profiling management approach for Hadoop-based data lakes: experiments with bioinformatics data” na Universidade de Newcastle, no Reino Unido.
O objeto deste estudo aborda questões relacionadas ao tema prioritário Saúde no Desenvolvimento Humano, e a bolsa de estudos de seis meses foi concedida pelo projeto de cooperação internacional Avanços no desenvolvimento de fármacos, diagnóstico e epidemiologia de doenças negligenciadas, coordenado pelo Prof. Cristiano Bizarro.
Confira abaixo o depoimento da Julia sobre o estudo:
“A pesquisa está sendo desenvolvida em cooperação com o grupo de pesquisa Interdisciplinary Computing and Complex BioSystems (ICOS), da Escola de Computação da Universidade de Newcastle, sobre a orientação do Prof. Dr. Anil Wipat. A pesquisa tem por objetivo o desenvolvimento de um data lake com dados de bioinformática que facilite a integração automática dos datasets para posterior análise. Data lake é uma arquitetura composta por diferentes ferramentas para lidar com big data, desde a ingestão dos dados, passando pelo armazenamento, processamento, visualização e segurança. Os datasets em análise incluem dados de medicamentos, doenças, proteínas, genes humanos, entre outros dados. Os resultados desta pesquisa poderão ser utilizados como base para outros projetos de análises de dados de bioinformática, como projetos de reposicionamento de medicamentos, que tentam prever novos usos para medicamentos existentes”.
Lucas iniciou seus estudos na Universidade de Barcelona em setembro de 2020, onde sob a supervisão da Profa. María del Pilar Folgueiras Bertomeu, está investigando os aspectos relacionados ao projeto de pesquisa intitulado Educação em contextos migratórios: Interculturalidade e Inovação na Inclusão da Diversidade.
O estudo desenvolvido se insere no contexto do tema prioritário Mundo em movimento: Indivíduos e Sociedade e a bolsa de estudos de seis meses, foi concedida pelo projeto de cooperação Internacional Formação humana: saberes e práticas para um mundo em movimento.
Abaixo, Lucas relata como está sendo esta experiencia no exterior:
“Sou da área da Educação e estou na Universitat de Barcelona, realizando trabalho de campo etnográfico em uma escola de educação básica sobre os efeitos da pandemia no trabalho docente e no cotidiano escolar. Na universidade as aulas estão remotas na minha área e, por isso, tenho usado mais a biblioteca. Faço uma disciplina online, além das visitas à escola onde faço o trabalho de campo. Também sigo tendo reuniões de trabalho aí no horário do Brasil.”
