Alunos de Engenharia Mecânica criam e doam brinquedos para o Dia das Crianças

Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS recebeu artigos criados em disciplina do primeiro semestre do curso

11/10/2019 - 09h27
Alunos da disciplina com o professor Sérgio Garcia, à esquerda / Foto: Isadora Paranhos

Alunos da disciplina com o professor Sérgio Garcia, à esquerda / Foto: Isadora Paranhos

Alunos da Escola Politécnica do primeiro semestre do curso de Engenharia Mecânica, produziram brinquedos como atividade para a disciplina de Introdução à Engenharia Mecânica. Inicialmente, construíram protótipos que, com a troca de ideias e experiências junto aos colegas, foram aprimorados até obterem o projeto final, que conta com a produção e um artigo científico. Na conclusão da disciplina, seis brinquedos foram produzidos entre abril e junho de 2019 e, em contribuição ao Dia das Crianças, foram entregues ao Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS, no dia 7 de outubro, para doação a entidades beneficentes cadastradas.

O Pinball Extreme, criado pelos alunos Kelvin Klymus, Lorenzo Sühnel, Luís Felipe Ereno, Matheus Lima e Renato Martinez Machado, todos de 19 anos, foi confeccionado em madeira mdf. Sua montagem se deu com o auxílio de elásticos, parafusos e colas, e a modelagem de peças utilizou os softwares SolidWorks, Inventor e Sketchup. O carro-helicóptero, desenvolvido pelos acadêmicos Henrique dos Santos Rocha, de 19 anos, Thaíse Sonaglio, 18 anos e Vinícius Bombassaro, de 19 anos, trouxe uma visão mais criativa em relação aos modelos tradicionais.  O grupo adicionou uma hélice ao carro para que a criança, ao brincar, possa visualizar e compreender os mecanismos envolvidos. Utilizando o software SolidWorks para o desenho e a impressora 3D para a confecção geral, os materiais utilizados foram hastes de metal e plástico PLA.

Lorenzo Sühnel e Matheus Lima/ Foto: Isadora Paranhos

Lorenzo Sühnel e Matheus Lima/ Foto: Isadora Paranhos

O fusca baja à fricção, produzido pelos alunos Arthur Rios Münch, de 18 anos, Eduardo Niec Policarpo, 20 anos, Henrique Xavier Garcia, 19 anos, Nicolas Althaus, 19 anos, e Renato da Fonseca Forte, 19 anos, foi inspirado no modelo real do carro da marca Volkswagen. O desenho do projeto foi realizado a partir de ferramentas CAD e, em sua construção, foram utilizadas hastes de metal para confecção dos eixos, mola de aço para a montagem do mecanismo de fricção, reutilização de pneus de borracha sintética de brinquedos da marca Lego, chapas de polimetilmetacrilato (acrílico) para a base e plástico PLA na carroceria. Já o Multijogo, criado pelos acadêmicos Augusto Martins de Oliveira, de 19 anos, Henrique Kegler de Souza, 18 anos, Lorenzo Loureiro Dias, 18 anos, Lucas Molina Diefenthaler, 19 anos e Ryan Bitello, de 18 anos, teve seu modelo apresentado primeiramente em isopor, e, depois, produzido com madeira mdf com gravação no material a partir de impressora de corte a laser.

O Futebol de Mesa (ou Futebol de Botão), elaborado pelos acadêmicos Emerson Bertolo, de 29 anos, Francisco Feijó Targa, 18 anos, Robin Azevedo, 21 anos e Vitor Trindade Rosa, de 19 anos, reproduziu a criação de todos os componentes, em escala, do futebol de mesa oficial utilizando materiais sustentáveis. Os botões foram feitos com acrílico, as goleiras em plástico PLA e a mesa em madeira mdf. O Drift Trike Infantil, confeccionado pelos alunos Eduardo Konrad, de 19 anos, Leandro Nogueira, 20 anos, Luccas Paim, 19 anos e Thales Cordoni da Veiga, de 22 anos, trouxe uma proposta diferenciada. O grupo desenvolveu um triciclo modificado para fazer Drift (técnica de direção de carros que consiste em deslizar nas curvas escapando a traseira, girar o volante para que as rodas dianteiras estejam sempre em uma direção oposta a curva) com o objetivo de proporcionar atividade física ao ar livre, possibilitando um melhor desenvolvimento da criança. Para este brinquedo foram reutilizados materiais de doação de ferro-velho, oficinas e comércio de equipamentos usados.

Vivência prática de projetos

Nicolas Althaus e Renato da Fonseca Forte / Foto: Isadora Paranhos

Nicolas Althaus e Renato da Fonseca Forte / Foto: Isadora Paranhos

Preliminarmente, foi feita uma introdução sobre  todos os espaços de aprendizagem da Escola, e desta forma, para a confecção dos brinquedos, os grupos poderiam conhecer melhor os laboratórios e utilizá-los no projeto. O objetivo do exercício foi a compreensão dos alunos em relação aos processos de fabricação e prototipagem, bem como a aplicação de conceitos presentes em diferentes áreas de atuação do Engenheiro Mecânico na elaboração de um projeto. “Nós escolhemos colocar uma hélice em um carro para que a criança pudesse, enquanto brinca, observar o mecanismo em ação podendo ter um conhecimento geral da mecânica, ou seja, é um brinquedo também educativo. Além disso, nos desenvolvemos também. Ao chegar no curso, não tínhamos ideia de como utilizar SolidWorks nem outras ferramentas. Então, evoluímos bastante nesse sentido”, ressalta Thaíse Sonaglio. Para Vinícius Bombassaro, os brinquedos, além de proporcionarem o momento lúdico, estimulam a curiosidade e a criatividade das crianças.

Thaíse Sonaglio e Vinícius Bombassaro / Foto: Isadora Paranhos

Thaíse Sonaglio e Vinícius Bombassaro / Foto: Isadora Paranhos

O coordenador do Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica e professor da disciplina, Sérgio Boscato Garcia, realça o protagonismo dos acadêmicos no projeto e o incentivo à troca de experiências “A ideia é que os alunos identifiquem, instintivamente, ao longo do curso, disciplinas que podem agregar a qualquer uma das etapas que eles utilizaram agora, nessa primeira disciplina. Ao longo das atividades, além da prototipagem, os grupos apresentaram mais de uma vez o projeto aos colegas, que foram estimulados a apontar possíveis melhorias, de modo que, ao final do semestre todos os grupos apresentassem brinquedos funcionais”, reforça.

Para Lorenzo Sühnel e Matheus Lima foi uma prática enriquecedora, pois puderam colocar em prática os aprendizados e, também, tiveram a oportunidade de fazer uma boa ação no final. “Pensamos fazer um brinquedo que fosse divertido, que não tivesse gênero, fortalecendo um espírito de competição saudável. Nosso maior objetivo é que todos possam brincar”, salienta Lorenzo.

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