O livro Não vão nos matar agora é discutido em grupo de leitura no Ateliê PUCRS Cultura 

A obra de Jota Mombaça é a sexta leitura do grupo, que busca debater a escrita de autoria negra 

O grupo de leitura Ateliê PUCRS Cultura – Literatura Negro-Brasileira: ontem, hoje e amanhã, conduzido pelo professor e escritor Tônio Caetano, se reúne na próxima quinta-feira para o sexto encontro da programação. Desta vez, o livro escolhido é Não vão nos matar agora, de Jota Mombaça, publicado em 2021. 

A partir da pergunta como desfazer o que me tornam?, a obra de Jota Mombaça tenta descontruir a engrenagem colonial rumo ao que é novo. Numa reflexão sobre a liberdade dos corpos, o livro mostra a importância que a arte pode ter na libertação de um indivíduo dos estereótipos coloniais. 

A atual edição do grupo de leitura do Ateliê PUCRS Cultura tem como objetivo debater a escrita de autoria negra, trazendo uma seleção de livros com olhares diversos sobre a questão racial e as questões de classe e gênero brasileiras.  

As vagas para participar já estão esgotadas, mas você pode acompanhar a programação através das páginas oficiais da PUCRS Cultura.   

 

“Não vim aqui para cantar a esperança. (…) 

À revelia do mundo, eu as convoco a viver apesar de tudo. Na radicalidade do impossível. Aqui, onde todas as portas estão fechadas, e por isso mesmo somos levadas a conhecer o mapa das brechas. (…)  

Aqui, onde não somos a promessa, mas o milagre. Aqui, onde não nos cabe salvar o mundo, o Brasil ou o que quer que seja. Onde nossas vidas impossíveis se manifestam umas nas outras e manifestam, com sua dissonância, dimensões e modalidades de mundo que nos recusamos a entregar ao poder. Aqui. Aqui ainda. 

(…) eles virão para nos matar, porque não sabem que somos imorríveis. Não sabem que nossas vidas impossíveis se manifestam umas nas outras. Sim, eles nos despedaçarão, porque não sabem que, uma vez aos pedaços, nós nos espalharemos. Não como povo, mas como peste: no cerne mesmo do mundo, e contra ele.” 

(trecho de Não vão nos matar agora, de Jota Mombaça) 

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