Pesquisador da PUCRS utiliza filtros de redes sociais para ensino de Química em sala de aula

Tecnologia de realidade aumentada se tornou uma aliada na compreensão de matérias mais complexas

12/05/2023 - 16h30

Os filtros do Instagram e do TikTok estão cada vez mais inseridos no cotidiano das pessoas. Eles são ferramentas com diferentes utilidades, como a realização de quizzes, desafios, testes de maquiagem ou cor de cabelo e, até mesmo, para alterar o cenário em que o usuário se localiza. Na PUCRS, o professor e pesquisador da Escola Politécnica André Arigony Souto propôs uma nova função para os filtros: ensinar Química Orgânica de uma forma mais didática.

Durante a pandemia de Covid-19, o docente sentiu a necessidade de apresentar aos estudantes em sala de aula virtual uma nova forma de compreender como funcionam as estruturas moleculares. Com suas pesquisas, Souto criou filtros de realidade aumentada para representar os modelos moleculares em 3D, em interação com o mundo real.

De acordo com o pesquisador, a representação tridimensional de moléculas é sempre um grande desafio no aprendizado de química. Desta forma, além de atuar como uma aliada nos estudos da disciplina, a realidade aumentada também ajuda a difundir e popularizar a ciência, assim como a resolver problemas mais complexos.

“A pedagogia já comprovou que o ensino através de realidade aumentada proporciona maior conexão com o tema e facilita no entendimento de matérias mais complexas, como química orgânica”, destaca.

Como funcionam os filtros

A realidade aumentada (RA) permite a interação entre o mundo real e o mundo virtual criando objetos digitais. A tecnologia é possível por meio de de programas de computador que capturam a imagem real e a transformam na sua versão digital, geralmente ampliada, de fácil visualização e compreensão.

Os recursos já têm uso prático em setores de móveis e decoração, roupas, cinema, jogos, turismo, arquitetura e muitos outros. Um exemplo recente é o jogo Pokémon GO, que surgiu em 2016 e baseado nessa tecnologia para criar a imagem do Pokemón que precisa ser capturado pela cidade.

Quando aplicada a tecnologia, os filtros tornam-se interações digitais aplicadas aos rostos ou ambiente dos usuários para adicionar ou alterar o que estão vendo no mundo real. O professor da PUCRS explica que usando software livre, é possível criar facilmente filtros para diferentes assuntos, inclusive química. Em sua pesquisa intitulada Passo a Passo para Fazer Filtros de Realidade Aumentada para Modelos Moleculares são apresentadas formas de como criar estes filtros e publicá-los nas mídias sociais.

Um dos filtros criados pelo professor em suas redes sociais com a ajuda da realidade aumentada apresentou a estrutura molecular dos Complexos de poros nucleares, que desempenham papéis centrais como guardiões do transporte de RNA e proteínas entre o citoplasma e o nucleoplasma, veja na imagem

“Os filtros de realidade aumentada podem se tornar uma poderosa ferramenta na construção de material didático para o ensino médio e superior, bem como para a divulgação e popularização da ciência”, finaliza.

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