Ônibus do Bem realiza primeira viagem solidária

Mais de 50 voluntários ajudaram a revitalizar espaço comunitário

25/11/2019 - 17h29

O Centro Social De Cultura e Arte Padre Irineu, em Porto Alegre, quase ficou pequeno para toda a solidariedade que recebeu no último sábado, dia 23 de novembro. O local foi o destino surpresa do Ônibus do Bem, que partiu do Campus da Universidade, com 56 voluntários e uma missão: fazer o bem sem olhar a quem, literalmente. A iniciativa é do Centro de Pastoral e Solidariedade da Universidade, e, em menos de 12 horas, teve o dobro do número de inscritos do que o limite estipulado inicialmente. Alunos, diplomados, professores e técnicos administrativos da PUCRS participaram da atividade.

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Foto: Camila Cunha

Nenhum participante sabia o destino até o momento do embarque. Das 7h30min às 17h30min, todos aprenderam mais sobre o trabalho em equipe e praticaram o amor ao próximo durante o trabalho no Centro. A equipe fez a revitalização da área externa, organizando o jardim e uma horta de temperos. Também foi realizada a pintura externa do local. No dia anterior, os participantes estiveram em uma dinâmica para treinar habilidades e alinhar a proposta da ação.

Solidariedade na prática

Para Jaquelini que participou e coordenou todas as etapas da concepção do projeto, a iniciativa foi muito relevante para a comunidade local. “As pessoas querem algo que elas possam contribuir” ela afirma. Inspirada no Do Good Bus, ideia que surgiu nos Estados Unidos, o objetivo da iniciativa é que os participantes embarquem sem saber para onde estão indo, deixando preconceitos e outras barreiras de lado.

Assistente Social da Instituição, Jonas Pertile conta que a experiência foi única, tanto para o Centro, quanto para as crianças que estavam presentes. “Fizeram a solidariedade na prática, não ficaram só na teoria, afirma. Agora as crianças ganharam um espaço para aprender como funciona o plantio e o cuidado com tudo o que eles consomem na mesa durante o almoço, com uma abordagem pedagógica.

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Foto: Camila Cunha

Como voluntária, Nayara Brandão estava curiosa com a proposta do projeto. Ela veio de São Paulo para estudar na Escola de Direito e acredita no dever de ajudar. Após a atividade, mesmo já tendo participado anteriormente de outros projetos sociais, ela se sentiu realizada por ser parte de algo maior: “Engraçado que no fim do dia o corpo estava bem cansado, mas a sensação de gratidão foi maior que tudo. Tenho certeza que em cada lugarzinho que nós passamos, colocamos um pouquinho de nós e literalmente plantamos sementes que darão frutos” declara a estudante.

Nada se faz sozinho

Cerca de 100 crianças e adolescentes são acolhidas no Centro, com atividades e oficinas. Antes, a horta estava abandonada e as pessoas acabavam colocando lixo, materiais de descarte e sucata. Agora, após a revitalização que contou com capinagem, pintura e novas plantas, por exemplo, o espaço vai ser utilizado pelos jovens. Para Pertile, o principal aprendizado que fica para eles é de que nada se faz sozinho, tudo é interligado. Esse é o aprendizado do trabalho em equipeconta.

Cristiane Negreiros, que é funcionária da PUCRS, já havia participado do Mutirão da Solidariedade na Ilha da Pintada e acha esse tipo de iniciativa necessária. Ao ser voluntária no Ônibus do Bem, salienta a importância de ter empatia para se colocar no lugar dos outros: “Lembrei de um período da minha infância em que eu e minha família também fomos ajudados por outras pessoas” recorda. Ela conta que ficou muito satisfeita, pois não se trata apenas de materiais e uma estrutura, mas sim de “algo muito relevante para quem usufrui desse espaço”.

Crianças que participam de um conjunto musical da Instituição receberam os voluntários com muita música e cantoria. Flauta, cavaquinho e violão são apenas alguns dos instrumentos que elas aprendem a tocar. Provavelmente, cenas como essas devem se repetir, como explica Jaquelini: Temos planos para próximas edições, talvez com uma frequência maior. Ainda estamos estudando o desenvolvimento do projeto”, finaliza.


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