28 de Outubro de 2020
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Maioria dos servidores públicos gaúchos já foi vítima de tentativa de corrupção, diz pesquisa

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Mais da metade dos funcionários públicos gaúchos já foram vítimas de tentativa de corrupção. A informação foi revelada em pesquisa do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Rio Grande do Sul (Sintergs), divulgada nesta quarta-feira (28), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS.

Ao menos 366 associados participaram do estudo, que coletou dados através de um questionário online entre fevereiro e maio de 2020. Desses, 52% afirmaram que, em algum momento, foram provocados a realizar atos ilícitos no exercício de suas funções. A oferta de presentes é a forma mais comum de corrupção e corresponde a 33% dos casos.

A oferta de propina aparece logo na sequência da lista, com 30%. Apesar disso, quase todos relatam que nem eles nem ninguém das suas famílias tiveram de pagar alguma forma de suborno nos últimos 12 meses. Somente 3,3% dos entrevistados admitiram ter sido vítimas da prática no período.

"A pesquisa deixa clara a baixíssima tendência dos funcionários públicos à corrupção. Os resultados se contrapõem às narrativas construídas contra os servidores públicos. Faz-se necessária a constante atenção do Estado e dos próprios servidores, no intuito de manter o enfrentamento da corrupção", afirma o presidente do Sintergs, Antonio Augusto Medeiros.

Estagnação

Os dados coletados pelo Sintergs revelam, ainda, que o problema é histórico e não apresenta sinais de redução com o passar do tempo. Para 61,6% dos funcionários públicos "nada mudou" na oferta de corrupção nos últimos dois anos e 8,2% relatam que a prática "aumentou um pouco" a partir de 2018.

O estudo também questionou quão eficientes têm sido as medidas anticorrupção que os governos têm adotado. Para 30,7% dos servidores, as ações foram "muito ineficientes". 11,5% classificam o combate à corrupção como "pouco ineficiente" e 22,5% dizem que "nada mudou". Apenas 4,9% dos funcionários responderam "muito eficientes".

Pessimismo

Outro cenário da pesquisa questionou os entrevistados sobre a prevalência da corrupção no Brasil: 47% deles concordam totalmente que "a corrupção sempre existe em diferentes áreas". Por outro lado, a maioria acredita que nem todas as pessoas que tiverem oportunidade de ser corruptas, serão corruptas.