Full Stack Social: projeto aproxima jovens da área de TI

Iniciativa é fruto da parceria entre o Tecnopuc e o Centro Social Marista (Cesmar)

02/08/2022 - 10h55
full stack

Foto: Divulgação

Com foco em capacitar jovens de 16 a 22 anos em situação de vulnerabilidade social para ingressarem na área de desenvolvimento web, a segunda temporada do projeto Full Stack Social teve início em julho. Vinculado ao programa Jovem Aprendiz, o projeto foi criado pelo Centro Social Marista (Cesmar) em parceria com o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). Com a participação de cerca de 50 voluntários e mais de 20 empresas parceiras, o projeto contou com quase 200 inscritos. Entre eles, 19 jovens foram selecionados/as para participarem do projeto e assinaram contrato com empresas de Porto Alegre da área de web.  Segundo Márcia Broc, coordenadora de projetos sociais do Cesmar e responsável pelo Full Stack, a iniciativa já vem rendendo bons frutos.  

“Consideramos a primeira temporada um sucesso: tivemos duas turmas, sendo que uma delas já concluiu o curso e a maioria dos jovens foi efetivada por suas empresas. A segunda turma da primeira temporada está em atividade prática nas empresas até dezembro deste ano”, conta.  

Já os jovens eleitos na segunda temporada passarão por um período de formação técnica e comportamental até fevereiro de 2023. Ao final dessa etapa, reunidos em times indisciplinares, construirão produtos digitais e apresentarão em evento no formato de pitch. Logo em seguida, iniciarão o módulo prático nas empresas contratantes até o final do contrato especial de aprendizagem profissional. 

Full Stack: conhecimento que transforma 

O projeto tem suas raízes em 2012, época em que o Cesmar já formava jovens aprendizes na área de programação de software. O curso foi modificado em 2020, em meio à pandemia, a fim de ficar mais alinhado com o atual cenário do mercado: apesar dos altos índices de desemprego, a área de desenvolvimento web segue em constante crescimento.  

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Entre os motivos para isso estão a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o crescimento exponencial do e-commerce e a ampliação das startups. “O mercado nacional disputa mão de obra qualificada com empresas do exterior, e o mercado demanda mais trabalhadores do que a universidade consegue formar”, destaca Márcia.  

A grade curricular repaginada do curso foi construída com o apoio de profissionais de mercado atuando como consultores voluntários. Além disso, a reformulação foi pautada em pesquisas com empresas da área e em vagas de emprego anunciadas em plataformas online como LinkedIn e Google Empregos. 

“Assim nasceu o projeto Full Stack Social: uma proposta de desenvolvimento de habilidades técnicas, comportamentais e exercícios práticos em três trilhas – back-end, front-end e produtos. Isso tornou o curso de desenvolvimento web uma estratégia de qualificação de pessoas para atuar nas vagas que estão disponíveis nas empresas”, explica a coordenadora do projeto. 

Além de contribuir ainda mais com o crescimento da área de desenvolvimento web no Brasil, o programa também ajuda a promover a inclusão de jovens, principalmente os que vivem com baixa renda, no mundo do trabalho. 

“O programa é direcionado a uma parcela da população que enfrenta maior dificuldade de acesso à qualificação profissional, inclusão social e acesso à renda. Nós, do Cesmar, priorizamos os jovens em situação de vulnerabilidade social e todos os dias buscamos honrar o nosso lema e propósito de acreditar nos jovens acima de tudo. Essa atitude é transformadora, pois esses jovens possuem muitas habilidades e competências, e compreendemos que a eles só faltam oportunidades.” 

O que dizem os alunos 

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Roger Carvalho, que está entre os selecionados da segunda temporada e foi contratado como Jovem Aprendiz na PUCRS, conta que já está aprendendo muito sobre a área web. 

“Eu conheci o Full Stack Social através da minha irmã, que participou da primeira edição. Por morar e conviver com ela, pude notar todo o crescimento pessoal e profissional que ela adquiriu durante o período em que participou do projeto. A partir disso, busquei me inscrever e hoje estou adquirindo conhecimentos, experiências e competências que poderei aplicar na área da tecnologia”, conta Roger. 

Já Leticia Fonseca, que assinou contrato com a empresa DB Server, diz que o Full Stack Social é uma grande oportunidade e sairá transformada ao fim do projeto. 

“O projeto vem superando as minhas expectativas. Logo que o professor nos apresentou nossa grade curricular e tudo o que aprenderíamos, percebi todo o amor e dedicação da equipe em nos passar um ensinamento diferenciado nesse lindo projeto. Esse curso é uma grande oportunidade para jovens que, assim como eu, saíram do Ensino Médio perdidos e sem perspectivas.”   

A estudante também conta que Full Stack é uma oportunidade de aprender uma nova profissão em ascensão no mercado, promovendo uma inserção mais rápida no mundo do trabalho. “Para mim, em particular, é muito importante, pois terei minha primeira experiência em uma empresa e na área da tecnologia. Com certeza sairemos diferentes deste curso, mais preparados para lutarmos por nosso espaço no mercado de trabalho”.  

Sobre o projeto 

O Full Stack Social é um projeto de inclusão social voltado para jovens de 16 a 22 anos em situação de vulnerabilidade e que moram próximo à PUCRS ou em comunidades da Zona Norte de Porto Alegre. Para participar, é preciso estar estudando ou ter o Ensino Médio concluído, ter carteira de trabalho e estar dispensado do serviço militar, em caso de homem com 18 anos ou mais. O curso tem duração de 14 meses. 


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