Conexões Internacionais incentiva a internacionalização do ensino e da pesquisa

Evento contou com conferências, bate-papos e muitas trocas de experiências

28/09/2018 - 18h44
Conexões Internacionais, Jorge Audy

Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento, abriu o evento / Foto: Bruno Todeschini

Pesquisadores, professores e alunos da pós-graduação estiveram reunidos, no dia 26 de setembro, para a primeira edição do Conexões Internacionais. Promovido pela Assessoria de Cooperação Internacional, com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq), o evento teve como tema a cooperação internacional na pesquisa. Pesquisas de excelência, internacionalização do ensino superior e a participação da professora Holly Cowman, diretora de Relações Internacionais da Mary Immaculate College (MIC), na Irlanda, foram os principais destaques da programação, que se encerrou com uma feira gastronômica.

A abertura contou com a fala do diretor de pós-graduação da Propesq, Christian Kristensen, que destacou a cooperação nas pesquisas internacionais realizadas na PUCRS, que tem sido fator importante para a conquista de avaliações positivas para os programas. O docente ainda lembrou que a Universidade foi uma das 25 contempladas no Programa Institucional de Internacionalização (Capes/PrInt), que deverá contribuir ainda mais para a inserção mundial da pós-graduação.

A assessora-chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, Heloísa Delgado, deu as boas-vindas aos participantes, reforçando a importância da internacionalização do ensino superior. Para a docente, a conquista do Capes/PrInt foi a consolidação de planos estratégicos da Universidade e será positivo para o aperfeiçoamento da pesquisa e do ensino da PUCRS.

Conexões Internacionais

Foto: Bruno Todeschini

O pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, falou sobre a consciência da Universidade quanto à atração de talentos e reforçou a missão institucional de promover e difundir o conhecimento. Para Mentges, o Conexões Internacionais proporcionou um relevante espaço de compartilhamento e reflexões sobre uma temática relevante e latente no cenário atual.

Pesquisas de excelência

A primeira palestra foi do superintendente de Inovação da PUCRS, Jorge Audy. Com ampla atuação na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o pesquisador fez reflexões sobre a visão da agência de fomento para o tema do Conexões Internacionais, destacando a os conceitos de inovação, internacionalização e interdisciplinaridade. “Podemos dizer que tudo que é relevante no mundo hoje é interdisciplinar. Além disso, pensar internacionalização é pensar conexões globais e pesquisas colaborativas”, afirmou.

Audy fez uma análise sobre os critérios de avaliação do Capes/Print, reforçando a as prioridades de cada instituição. O superintendente comemorou que cinco instituições gaúchas foram selecionadas no edital, refletindo o trabalho de qualidade que está em andamento nas universidades do Rio Grande do Sul.

Por fim, apresentou detalhes sobre o Programa de Excelência em desenvolvimento na Capes. No novo financiamento, o objetivo é eleger áreas estratégicas alinhadas com o Plano de Desenvolvimento Nacional, no qual poucas instituições serão contempladas. A ideia é criar núcleos de excelência, acoplados a uma temática específica.

Para Audy, os principais desafios à internacionalização giram em torno da rigidez dos currículos. Com mais flexibilidade e abertura para talentos, ele considera que novos modelos permitirão maior interação global, inclusive com outras instituições.

Internacionalização no ensino superior

Conexões Internacionais, Marcelo Távora

Marcelo Távora Mira, da Diretoria de Internacionalização da PUCPR / Foto: Bruno Todeschini

O diretor da Diretoria de Internacionalização da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Marcelo Távora Mira, apresentou a conferência Avanços e desafios da pesquisa internacional. Ele expôs dados embasando que o fator de impacto das pesquisas aumenta conforme o aumento da colaboração internacional.

Para Mira, uma pesquisa de qualidade é sempre internacional. Ainda que o impacto seja local, o professor afirmou que a fundamentação, o desenho, o rigor de execução e outros detalhes da teoria devem ser globais. E ainda aconselhou: “para internacionalizar a pesquisa é preciso focar na qualidade, superar o ‘complexo de vira-latas’ e ultrapassar a barreira de língua”.

O representante da PUCPR reforçou também que as conexões entre pesquisadores são essenciais para uma comunidade acadêmica internacionalizada, destacando o trabalho de apoio da Diretoria de Internacionalização da Instituição. “Buscamos mostrar aos docentes que estamos preparados para auxiliá-los no que for preciso. Nosso trabalho é promover e orientar no que for necessário”, afirma. No escritório, valores de interculturalidade, inclusão, inovação e presença solidária regem o trabalho. Com base neles, estratégias de internacionalização dentro e fora da PUCPR são pensadas para promover a internacionalização de forma transversal.

Experiências internacionais

Conexões Internacionais, Holly Cowman

Holly Cowman, diretora de Relações Internacionais da Mary Immaculate College / Foto: Bruno Todeschini

O turno da tarde promoveu trocas de experiências em dois momentos: primeiro, na sessão do Speak Out, onde os doutorandos Daniel Leonhardt dos Santos, Manoela Prado e Talita Pereira falaram sobre suas experiências no exterior durante o período de doutorado sanduíche. Os pesquisadores puderam compartilhar desafios e benefícios de se inserir em uma rede internacional de pesquisa e como esse relacionamento contribuiu para a produção científica e se refletiu na vida pessoal.

Posteriormente, os três painéis temáticos simultâneos (Saúde no desenvolvimento humano, Mundo em movimento: indivíduos e sociedade e Tecnologia e biodiversidade: sustentabilidade, energia e meio ambiente) reuniram docentes e pesquisadores da PUCRS para descrever seus projetos com cooperação internacional. Para a docente Marilia Morosini, coordenadora do Centro de Estudos em Educação Superior (Cees), vinculado à Escola de Humanidades da PUCRS, a pesquisa internacional está relacionada com conexões e relacionamentos, com olhares que vão além do ambiente onde o pesquisador está inserido. “A construção de pesquisas se origina de forma muito mais abrangente e intercultural”, ressaltou a mediadora de um dos debates.

Conexões Brasil e Irlanda

A última palestra do dia foi proferida pela convidada Holly Cowman, diretora de Relações Internacionais da Mary Immaculate College (MIC), em Limerick, Irlanda. A representante apresentou a vida universitária da cidade irlandesa e os programas de graduação e pós-graduação na instituição. Depois, detalhou o plano de internacionalização da universidade, no qual acredita que a presença de alunos internacionais e pesquisas de cooperação interinstitucional trazem diversos benefícios para a comunidade acadêmica. “Acredito que os brasileiros e os irlandeses tenham personalidades muito parecidas e isso contribui para uma colaboração ainda mais forte”, comenta.

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Pratos de 5 continentes foram preparados pelo Curso de Gastronomia / Foto: Camila Cunha

De acordo com Holly, o Brasil é considerado um parceiro-chave para a Irlanda. O programa do governo federal Ciência sem Fronteiras marcou o início da cooperação entre os dois países no campo da educação e até hoje rende bons frutos. As pesquisas em desenvolvimento foram tema de um evento realizado no Rio de Janeiro, neste ano, organizado pela Irish Higher Education Authority em parceria com a Embaixada da Irlanda no Brasil e outras instituições, como forma de apresentar boas práticas em curso e conectar pesquisadores interessados em trabalhar em parceria.

A representante da MIC comentou ainda movimentos para a criação de programas de dupla titulação com instituições brasileiras, permitindo que alunos dos dois países possam se conectar. Além disso, as novas estratégias também visam o incentivo à mobilidade discente e docente entre os países.

O final do evento contou com a Feira Gastronômica Internacional, realizada com apoio do curso de Gastronomia, da Escola de Ciências da Saúde. Seis pratos representando os cinco continentes foram preparados pelos alunos do curso sob orientação da docente Marianna Pozzatti: bobotie (África do Sul), paella (Espanha), fish and chips (Nova Zelândia), suspiro limeño (Peru), frango satay (Tailândia) e shepherd’s pie (Irlanda).


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