Ciência e empreendedorismo: doutorando uniu caminhos na PUCRS

Desenvolvida a partir do projeto de pesquisa do estudante Henrique Dias no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, startup NoHarm.ai já impactou mais de 90 mil vidas

08/12/2021 - 14h37
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Startup NoHarm.ai ganhou vida a partir do projeto de pesquisa deHenrique Dias no PPG em Ciência da Computação / Foto: Luciana Marques

Um sistema de Inteligência Artificial capaz de ler milhares de exames, prescrições médicas e textos clínicos em segundos. Com essa tecnologia, a NoHarm.ai auxilia profissionais de saúde da área de Farmácia Clínica Hospitalar na tomada de decisão, trazendo maior agilidade nos processos e segurança para os pacientes. Presente em mais de 30 hospitais de todo País, a startup sem fins lucrativos já impactou mais de 90 mil vidas através do cuidado com pacientes. 

A NoHarm.ai ganhou vida a partir da pesquisa do estudante Henrique Dias no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica da PUCRS. Orientado pela professora Renata Vieira, o projeto Validação da Identificação de Eventos Adversos por Aprendizado de Máquina em Ambientes Reais foi o impulso para Henrique unir a pesquisa científica e o empreendedorismo. Por meio dos caminhos proporcionados pelo Track Startup, o projeto saiu da sala de aula e ganhou novos espaços. Atualmente, a startup está instalada no ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). 

“Realizar o doutorado na PUCRS foi essencial para a NoHarm se tornar um negócio de impacto social. A Universidade possui diversos programas que possibilitam empreender e permitem que estudantes possam se engajar no ecossistema de inovação”, conta o estudante. 

A solução promovida pela startup foi pensada em conjunto com Ana Helena Ulbrich, farmacêutica do Grupo Hospitalar Conceição, e contou com a participação de diversos voluntários para o desenvolvimento do projeto.  

Inovação impulsionada pela pesquisa científica 

A tecnologia com base em IA utilizada pela NoHarm atua a partir de dois algoritmos para automação da triagem farmacêutica. Enquanto um faz a priorização das prescrições fora do padrão, o outro trabalha na identificação de pacientes críticos. O sistema indica onde estão os potenciais erros de prescrição, aumentando a qualidade assistencial e a eficiência hospitalar. 

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Projeto integra o Navi, hub de inteligência artificial no Tecnopuc / Foto: Luciana Marques

Durante o doutorado, Henrique publicou 25 artigos científicos com foco no projeto. “Recebi muito incentivo da minha orientadora para realizar as publicações. A pesquisa científica agregou valor não só para a minha trajetória acadêmica, mas também contribuiu para aprimorar e validar a NoHarm, entregando ainda mais valor para a sociedade”, comenta.  

Por três anos consecutivos, a pesquisa realizada por Henrique foi vencedora do Google Latin America Research Awards (Lara). A premiação tem como objetivo impulsionar a inovação e destacar projetos acadêmicos da América Latina que visam identificar e propor soluções tecnológicas para problemas reais do cotidiano das pessoas. 

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“O Henrique chegou para o doutorado com o propósito de fazer uma pesquisa com contribuição social. Ele estudou métodos, adaptou e criou novas soluções, levando em consideração dados reais. O ecossistema da Universidade proporcionou condições para inovação e o Henrique teve habilidade para construir algo novo com contribuição social, como tinha intenção, desde o início”, conta a professora Renata Vieira, orientadora dos estudos. 

Em junho, a NoHarm iniciou a atuação no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), e já atende 500 leitos na instituição. “O HSL sempre foi uma consequência natural do desenvolvimento desse projeto dentro da PUCRS. Nossa expectativa é trazer mais eficiência para o serviço de farmácia, avaliando 100% das prescrições no Hospital, oferecendo mais segurança para os pacientes”, conta Henrique Dias. 

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A startup também participou do Rocket 2021, reality show promovido pela RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Na sua terceira temporada, o programa teve 48 episódios durante seis semanas. Como a única representante gaúcha, das 50 startups do Brasil todo, a NoHarm ficou em 3º Lugar na Órbita Vida.

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Reconhecimento e conexão internacional 

Entre as premiações recebidas pela NoHarm.ai, está o destaque no Innovation Awards, promovido pela Grow+ e divulgado nesta terça-feira, 30 de novembro. A startup conquistou o 2º lugar na categoria Inovação Corporate, em colaboração com o Hospital Mãe de Deus. Com o uso da ferramenta, o HMD alcançou um índice de 93% das prescrições revisadas nas Unidades de Internação na primeira semana da Central de Avaliação de Prescrição.  

Além da parceria com diferentes hospitais brasileiros, a NoHarm também já gerou conexões internacionais. Em novembro deste ano, Henrique representou o Tecnopuc no Web Summit 2021, em Lisboa, um dos maiores eventos de inovação do mundo. Entre os frutos da viagem, estão a aproximação com parques tecnológicos e ambientes de pesquisa de países como Portugal e Estônia.  

“Temos uma tecnologia capaz de impactar vidas no mundo todo. Queremos estar conectados globalmente com a área da saúde, da inteligência artificial, e da economia de propósito. A participação no Web Summit, por meio do Tecnopuc, contribuiu para nos aproximar ainda mais desses tópicos”, conta Henrique. 

A startup também está entre os projetos que integram o Navi, hub de inteligência artificial liderado pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS e pela aceleradora Wisidea Ventures. 

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