Aprendizagem permanente é enfatizada aos bolsistas de Iniciação Científica

Salão foi aberto nesta segunda-feira, e segue com apresentações até 5 de outubro

02/10/2018 - 19h13
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Renato Cunha, da Singularity University / Foto: Camila Cunha

Ter disposição para aprendizagem permanente e desenvolver habilidades para trabalhar em grupo, com criatividade e colaboração. Essas são características fundamentais para os futuros profissionais na nova economia, tanto no meio acadêmico quanto empresarial, de acordo com Renato Cunha, embaixador do Capítulo Porto Alegre da Singularity University. Ele e o diretor do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), Rafael Prikladnicki, foram os palestrantes na abertura do 19º Salão de Iniciação Científica da PUCRS (SIC), ocorrida nesta segunda-feira, 1º de outubro. Com o teatro do prédio 40 lotado de estudantes e professores orientadores, do Rio Grande do Sul e de outros estados, a atividade contou com a presença do vice-reitor Jaderson Costa da Costa e do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do RS (Fapergs), Odir Dellagostim. O evento segue até sexta-feira, 5 de outubro, em paralelo com o Espaço Jovem Cientista.

Novo modelo mental

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Vice-reitor Jaderson Costa da Costa destacou lado empreendedor e analítico da pesquisa/ Foto: Camila Cunha

Com o tema Visão de futuro e trabalho na nova economia, a apresentação inicial trouxe uma série de propostas para os jovens pesquisadores da plateia planejarem suas carreiras, ou melhor, seus “ciclos de crescimento e aprendizagem”, como prefere destacar Cunha. “No contexto de life long learning (aprendizagem permanente), os novos profissionais não terão carreiras, mas ciclos de atualização constante. É preciso desenvolver um novo modelo mental, quebrar paradigmas e estar pronto inovar”, destacou o embaixador da Singularity University. Ele enfatizou que a velocidade é algo cada vez mais presente na rotina das pessoas, especialmente na era da tecnologia exponencial. “Em 2023 teremos máquinas com capacidade de processamento similar ao cérebro humano. Em 2045, elas poderão processar o equivalente a todos os cérebros do Planeta. O que vamos fazer com os postos de trabalho a serem eliminados? Isso é uma incógnita, mas quando avaliamos a evolução tecnológica, podemos ver alguns caminhos”, refletiu o palestrante.

Para Cunha, a sociedade está indo em direção à revolução pós-digital, na qual tudo é tecnologia. “Não é uma escolha que possamos fazer. Isso está acontecendo agora. No paradigma digital, tudo está conectado, é multidisciplinar, não linear e acontece em escala global. Por isso, precisamos ter um pensamento colaborativo, disruptivo e exponencial”, recomendou. Entre os benefícios da tecnologia, o palestrante projeta a redução do custo da energia – devido à ampliação do uso de fontes limpas (solar e eólica), a robótica e a inteligência artificial. Também alerta para a necessidade de inovar e agir, para superar o choque ainda existente de visão de futuro tanto no mercado como nas universidades. “Atuar com propósito é fundamental para trabalhar na era das máquinas inteligentes”, reforçou.

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Rafael Prikladnicki, diretor do Tecnopuc / Foto: Camila Cunha

O diretor do Tecnopuc iniciou sua fala lembrando que também foi bolsista de Iniciação Científica, no ano de 1999, e mencionou o quanto essa experiência o ajudou a evoluir profissionalmente. Com uma dinâmica interativa junto à plateia, convidou a todos para responder, em tempo real, sobre questões envolvendo as características necessárias ao profissional do futuro e quais ocupações seriam automatizadas mais rapidamente. As pessoas apontaram a atividade de modelo/manequim na última posição. Porém, o professor destacou que a marca italiana Dolce Gabbana expôs suas bolsas, em 2018, usando drones na passarela, no lugar de modelos. Sua ideia foi provocar e mostrar a importância de repensar e traçar novas possibilidades para tudo. “Transformar, inovar e agir: esses são os três pilares para termos presentes hoje ao falarmos de trabalho. A transformação sempre existiu. A diferença é que agora acontece de forma mais rápida. Os ciclos de aprendizagem e a necessidade de reaprender são cada vez mais curtos”, afirmou.

Incentivo aos jovens na pesquisa

Além do vice-reitor e do presidente da Fapergs, a cerimônia de abertura do SIC contou com a participação da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Carla Bonan, e do pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Metges. Ambos destacaram e incentivaram a presença dos jovens em atividades de investigação acadêmica. “Atuar na iniciação científica, um dos programas de fomento à pesquisa mais bem-sucedidos do País, estimula o desenvolvimento da capacidade de análise e a visão crítica”, ressaltou Carla. Já Mentges reforçou a IC como um “espaço de investigação e aprendizado colaborativo no qual a juventude contribui para a construção de um país melhor”.

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Plateia lotou teatro do prédio 40 / Foto: Camila Cunha

Formado em medicina veterinária, Odir Dellagostim, da Fapergs, revelou que também foi bolsista de IC. “Esse é um importante passo para o estudante que vai seguir na atividade acadêmica ou no mercado, especialmente em áreas tecnológicas, que exigem habilidades de pesquisador”, afirmou. Já o vice-reitor Costa da Costa pontuou que a iniciação científica é caminho para inovação e o empreendedorismo. “A observação independente e a pesquisa alicerçam a mais sublime ocupação que possa existir”, citou, inspirado no físico alemão Max Planck.

Apresentações de trabalhos

As apresentações do SIC ocorrem de 2 a 5 de outubro. A ideia do evento é promover o intercâmbio de conhecimento e dos resultados de pesquisas, além de divulgá-las no âmbito da graduação. Estão sendo oferecidas oficinas de diversos temas para os bolsistas inscritos. O trabalho que obtiver a pontuação média máxima de cinco pontos será destaque na área. Haverá premiação para o melhor trabalho em sete grandes áreas. A premiação ocorre no dia 25 de outubro, às 17h, no auditório térreo do prédio 50.

Espaço Jovem Cientista

A programação contará também com o Espaço Jovem Cientista, no qual estudantes de educação básica estão apresentando, no saguão da Biblioteca Central Ir. José Otão, os projetos de pesquisa realizados nas escolas. Dentre os trabalhos apresentados, serão escolhidos 12, que receberão certificação de destaque do Espaço Jovem Cientista – PUCRS.


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