PUCRS celebra os 10 anos do InsCer

Contribuições à sociedade, produção de radiofármacos e pesquisas de alto impacto. Confira os principais avanços do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul em sua primeira década de atuação

06/06/2022 - 16h19

Foto: Camila Cunha

Mesmo após séculos de estudos, ainda há muito a desvendar e compreender sobre o cérebro humano. Atenta às necessidades da população e ao futuro da saúde, há dez anos a Universidade deu início à trajetória do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e celebra a primeira década de uma atuação que já impactou milhares de vidas, seja por meio da pesquisa ou da assistência. 

“O InsCer é um consolidado polo de desenvolvimento, pesquisa e inovação na busca de soluções às doenças que acometem o cérebro e orientado às demandas do paciente. Seguimos com orgulho da história que construímos nesta década e com a missão de manter a nossa essência: inquieta e apaixonada por ciência que traga benefício para a sociedade”, destaca o diretor do Instituto, o neurologista Jaderson Costa da Costa. Conduzido por um time de neurocientistas renomados, está localizado no Campus da Saúde da PUCRS e posiciona o Rio Grande do Sul como referência nacional e internacional no tema. 

As pesquisas desenvolvidas no InsCer têm foco no paciente, e sua estrutura reúne centro clínico, ambulatório e produção de radiofármacos. “É uma estrutura dedicada a resolver problemas centrados nas pessoas, com novas tecnologias, maiores possibilidades de formar e trazer profissionais de pesquisa da área de Medicina e, por fim, prevenir e colaborar para tratamentos que possam salvar vidas. Encerramos uma década com muitas conquistas e serviços prestados às pessoas, que venham as próximas”, destaca o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira.  

À serviço das demandas da população 

A transformação no perfil da população traz a necessidade de adaptar os serviços de saúde para que estejam aptos para prevenir e tratar as doenças que assumem o topo da lista, como a demência de Alzheimer, doenças neurodegenerativas e a gravidade de sequelas neurológicas decorrentes de acidentes vasculares cerebrais. A estrutura do InsCer está entre as mais inovadoras e de maior impacto no País.   

O Instituto conta com sete laboratórios altamente equipados que representam um avanço para as pesquisas translacionais, com espaços que favorecem a interação entre cientistas e estudos pré-clínicos do cérebro. O Centro de Pesquisa e Investigação Clínica, inclui espaço diferenciado para registros de polissonografia e moderno simulador de exame de ressonância magnética para que o paciente se familiarize com o procedimento. Também como assistência, em seu Centro de Imagem, além de ressonância, tomografia, PET/CT, o InsCer oferece à população o serviço de exames e tecnologia de diagnóstico e reabilitação, como a estimulação magnética transcraniana e as avaliações neuropsicológicas e multidisciplinares. 

Além disso, se destaca a produção de radiofármacos – substâncias utilizadas na identificação de doenças neurodegenerativas e oncológicas – que ocorre dentro do InsCer, desde a pesquisa básica para descobrir novos biomarcadores, até a aplicação em pacientes. Recentemente, como pioneiro no Brasil, o Instituto passou a produzir a substância Florbetabeno, radiofármaco usado para diagnóstico da Doença de Alzheimer. 

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Respostas qualificadas à sociedade 

Em abril de 2022, o InsCer lançou o Florbetabeno, radiofármaco utilizado no diagnóstico diferencial de Doença de Alzheimer / Foto: Victor Dutra

Entre os estudos realizados no InsCer está o projeto Superidosos, que investigou o cérebro de idosos acima de 80 anos para descobrir as razões pelas quais algumas pessoas conseguem atingir idades longevas sem ter nenhum comprometimento neurológico; e o estudo sobre Zika Vírus, que acompanhou crianças com microcefalia cujas mães foram infectadas pelo Zika durante a gestação. 

Durante a pandemia de coronavírus, além de um teste para identificar a doença que foi desenvolvimento com agilidade, pesquisadores/as do InsCer desenvolveram diferentes pesquisas a fim gerar aprendizados e conhecimento sobre o período. A pesquisa Estresse, trauma e percepção de risco durante e após a pandemia, que busca entender o impacto traumático da pandemia do novo coronavírus na população brasileira e outra pesquisa que investigou os efeitos do confinamento domiciliar na qualidade do sono de adultos e de seus filhos/as são exemplos disso.  

Estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado da PUCRS também podem desenvolver seus projetos de pesquisa nos laboratórios do Instituto do Cérebro dedicados às pesquisas pré-clínica e clínica. 

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Programação especial 

Como se forma a memória e por que ela pode falhar? Quando a perda da capacidade de lembrar pode ser considerada uma patologia, como a Doença de Alzheimer, e qual a relação disso com os radiofármacos? Existe alguma nova forma de prevenir o declínio cognitivo? Essas questões são o ponto de partida da palestra “Conectando Cérebros: da memória à radioatividade”, promovida pelo InsCer em alusão aos seus 10 anos.  

Para responder as perguntas, três pesquisadores da instituição estarão presentes: Cristiane Furini, Louise Mross Hartmann e Eduardo Zimmer. O encontro ocorre na quinta-feira, 9 de junho, às 12h30, no Anfiteatro do InsCer (prédio 63). O evento é gratuito e aberto ao público. Não é necessário realizar inscrição prévia. 

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InsCer: uma década de impacto no RS e no País 

2010: Em março desse ano, é lançada a pedra fundamental do Instituto do Cérebro da PUCRS, local idealizado em 2004 para ser dedicado à pesquisa translacional em neurociência. 

2011: Começa a ser erguido o espaço para abrigar o cíclotron, acelerador de partículas utilizado na produção de radiofármacos. Uma das particularidades desse local é a espessura das paredes, que medem cerca de dois metros. Para acessar o ambiente, uma porta de três metros disposta sobre trilhos precisa ser acionada. 

2012: O sonho virou realidade. No dia 6 de junho desse ano, a primeira etapa do Instituto do Cérebro da PUCRS foi inaugurada, ocupando uma área superior a 2,5 mil metros quadrados – cerca de 40% do previsto no projeto inicial. 

No mesmo mês, o InsCer organizou o Primeiro curso hands-on de Neuroimagem e Medicina Nuclear em uma parceria com a Georgetown University, dos Estados Unidos. 

2013: Foi nesse ano que o InsCer deu início à produção do radiofármaco 18F-FDG, utilizado para a realização de exames neurológicos e oncológicos. Até hoje, a produção feita pelo Instituto abastece hospitais, clínicas e centros especializados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e alguns municípios do Paraná. 

2015: Produção do radiofármaco 11C-PK11195, utilizado em pesquisa com pacientes com esclerose múltipla. 

Nesse mesmo ano, o InsCer organizou o evento “Escola de Altos Estudos – Ciclo de Palestras Biomarcadores em Doenças Neurodegenerativas”. 

2016: Em pronta resposta ao surto de microcefalia, relacionada à infecção por zika vírus, o InsCer deu início ao projeto Zika Vírus, em parceria com o Hospital Escola da Universidade Federal de Alagoas. Mais de 40 crianças que nasceram com a malformação participaram do estudo. 

Também em 2016, o Instituto do Cérebro passou a produzir o radiofármaco de meia-vida curta 11C-PIB para diagnóstico diferencial de Doença de Alzheimer. 

2018: O Conselho Geral do Instituto Marista, de, Roma, na Itália, autoriza, em março desse ano, a construção da segunda etapa do Instituto do Cérebro. Três meses depois, em agosto, começam as obras de ampliação. 

2019: Em janeiro desse ano, as fundações das obras de ampliação começam a ser instaladas. 

2020: Mais uma vez, em resposta a um problema da sociedade, desta vez, à pandemia de coronavírus, o InsCer passa a oferecer à população o teste diagnóstico RT-PCR, desenvolvido por pesquisadores da própria instituição. 

Também nesse ano, o Instituto do Cérebro recebe autorização excepcional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção e a comercialização do radiofármaco PSMA-1007 (18F), utilizado para diagnóstico do câncer de próstata. 

Ainda em 2020, no mês de novembro, o InsCer entrega para a sociedade a Fase II, finalizando o projeto original de 9.335 metros quadrados. 

2021: No dia 16 de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o Instituto do Cérebro a comercializar o Flobertabeno, radiofármaco usado para diagnóstico diferencial da Doença de Alzheimer. Foi a primeira vez que a Anvisa permitiu a produção e comercialização de um radiofármaco para este fim. 

2022: Comprometido em dar respostas à população, o InsCer lança, em abril, o Florbetabeno, radiofármaco utilizado no diagnóstico diferencial de Doença de Alzheimer. Junto do lançamento do produto, a instituição oferta a realização do exame. 

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