Estudo investiga receptores de canabinoide através de modelos computacionais

Pesquisa desenvolvida pela doutoranda Silvana Russo, no Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular, obteve destaque internacional

27/01/2020 - 15h16
receptor de canabinoide

Walter de Azevedo Jr e a doutoranda Silvana Russo / Foto: Camila Cunha

Os receptores de canabinoide no cérebro, os mesmos que reconhecem substâncias psicoativas derivadas da maconha, ao interagirem com medicamentos, podem trazer efeitos benéficos à saúde. Estudo publicado na revista científica Current Medicinal Chemistry, da Bentham Science Publishers, dos Emirados Árabes Unidos, com sede em vários países, avança nessa investigação ao integrar simulações computacionais. “Encontramos uma abordagem que consegue prever o encaixe da chave na fechadura, ou seja, dos possíveis fármacos com a proteína – o receptor. Isso de forma precisa, porque comparamos com informações experimentais, chegando a resultados próximos”, destaca o professor Walter de Azevedo Jr., da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, orientador da tese de doutorado sobre o tema, da médica anestesista Silvana Russo, no Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular.

Um alvo muito estudado para entender a relação com o sistema nervoso central ainda não tinha sido investigado computacionalmente. O trabalho obteve destaque mesmo com a pouca disponibilidade de dados biológicos sobre o receptor de canabinoide. Se houvesse um volume maior de informações, a confiabilidade aumentaria.

Um dos desafios, na visão de Silvana, é desmitificar o tema, visto com preconceito pelo uso da maconha. “Temos de mostrar que é um assunto sério e que há medicamentos importantes relacionados com esse receptor”. Já se sabe seu papel no tratamento da epilepsia e é estudado seu efeito na dor. Substâncias utilizadas para obesos alcançaram boa resposta, mas em alguns pacientes causaram depressão, sendo retiradas do mercado. O estudo de bioinformática incluiu esses fármacos – Taranabant e Otenabant. “Mostramos a interação entre as moléculas da proteína e do ligante – das drogas, o que pode servir de base a outros laboratórios na  investigação de modificações nos fármacos que não gerem o efeito colateral”, explica Silvana.

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Matéria completa na Revista PUCRS.

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