Tumor cerebral em estudo

Tese foi defendida em janeiro, na PUCRS

Por: Greice Beckenkamp Pires

21/03/2016 - 10h22
Fernanda Bueno Morrone e Marina Petersen Gehring

Fernanda Bueno Morrone e Marina Petersen Gehring
Foto: Camila Cunha – Ascom/PUCRS

Auxiliar médicos na decisão sobre qual o melhor tratamento para pacientes com glioblastoma multiforme, considerado o mais letal tumor cerebral, é a proposta da tese da aluna Marina Petersen Gehring, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Biociências da PUCRS. A pesquisa, publicada no The International Journal of Biochemistry & Cell Biology, teve orientação da professora Fernanda Bueno Morrone e foi feita em parceria com o serviço de radioterapia do Hospital São Lucas da PUCRS.

Cérebro com fios

Foto: Arquivo – Ascom/PUCRS

No trabalho, a biomédica analisou, dentro do tumor, o receptor purinérgico P2X7 (P2X7R), presente em todas as células vivas e tecidos de vertebrados. A conclusão foi de que, quanto maior a presença desse receptor no glioblastoma, mais sensível o tumor se torna ao tratamento radioterápico. Segundo a pesquisadora, pacientes com pouca presença do gene não tiveram uma boa resposta quando submetidos à radioterapia. “Observamos também que pacientes têm uma sobrevida maior nos casos em que o P2X7R é mais expresso e funcional, quando comparados a pessoas com menor presença do gene”, afirma.

A pesquisa foi realizada com testes in-vitro (cultura de células), in-vivo (com camundongos) e também através de biópsias de 48 pacientes com tumor cerebral. Para chegar ao resultado, foram comparados com outros 343 pacientes de todo mundo, por meio de um banco de dados on-line. Marina salienta que o glioma é um tipo muito agressivo de tumor, de difícil tratamento e com pouca sobrevida. Acomete principalmente homens, idosos e raramente geram metástases, porém sua infiltração no tecido cerebral normal torna a remoção cirúrgica difícil.

Segundo Fernanda, orientadora do estudo, devido a todas as características apresentadas pelos glioblastomas, à sua localização, ao seu alto índice de proliferação, à sua agressividade, e, principalmente, devido à presença de receptores purinérgicos, torna-se importante uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos envolvidos na resposta à radioterapia: “Isso poderá trazer uma nova abordagem de tratamento desses tumores”, afirma.

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