Uma breve história das pandemias

Embora passemos por um situação inédita – o decreto de isolamento social (ou similares) em grande parte dos países do globo para frear a evolução da Covid-19 –, as pandemias estão longe de ser uma novidade.

PESTE BUBÔNICA
peste bubônica, também conhecida como peste negra, é considerada a mais devastadora pandemia de todos os tempos, sendo responsável pela perda de 200 milhões de vidas, especialmente na Europa e na Ásia do século XIV. Causada por uma bactéria (Yersinia pestis), a doença se propagou por picadas de pulgas (portadoras do microrganismo) que tinham como hospedeiro inicial os ratos, animais muito comuns nas cidades e em porões de navios, embarcações que dominavam o transporte de grandes cargas na época.

Sintomas:
-inchaço do corpo e manchas na pele;
-bolhas no corpo com pus e sangue, as quais, após um tempo, se rompiam e tornavam-se feridas   na pele;
-inchaço dos gânglios linfáticos, especialmente na região das virilhas e axilas.

peste

Roupas utilizadas pelos profissionais da saúde na época para tratar pacientes com peste bubônica.

CÓLERA
A Cólera (ou o cólera) marcou a história da humanidade no século XIX, propagando-se das regiões de Bengala e do Delta do Ganges para toda a Europa e a América.
Doença que ataca o intestino humano, a cólera é causada pela bactéria patogênica Vibrio cholerae. O contágio acontece quando a bactéria entra no sistema digestivo pela ingestão de água e alimentos contaminados ou pelo toque de mãos não higienizadas na boca.

Sintomas:
-diarréia;
-náuseas e vômitos;
-perda de fluidos corporais, o que leva à desidratação.

VARÍOLA
A Varíola faz parte da história humana há séculos. Pesquisas arqueológicas mostram que a múmia de Ramsés V (1.156 a.C.) trazia na pele cicatrizes das lesões características da doença. Na China também se encontrou evidências do vírus causador da infecção, cujo gênero é Orthopoxvirus, no mesmo período da história.
A varíola também foi criminosamente usada como arma biológica em guerras. É atribuída a ela a extinção de muitas civilizações indígenas nas Américas, depois da chegada dos colonizadores europeus.

Sintomas:
– inicialmente, aparecem febre elevada, mal estar e prostração, acompanhados de forte dor de cabeça e dor lombar;
-na sequência, surgem erupções na pele, primeiro na boca, face e braços, progredindo para o tronco e membros;
-possível ocorrência de lesões nas palmas das mãos e pés.

GRIPE ESPANHOLA

Causada pelo vírus Influenza A do subtipo H1N1, a gripe espanhola atinge as vias respiratórias superiores se espalhou pelo mundo entre 1918 e 1920. É lembrada como a mais severa das doenças do século XX, pois infectou mais de seiscentos milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram entre vinte e quarenta milhões.
Ao contrário do que o nome diz, a doença não surgiu na Espanha. Na época, as grandes potências estavam envolvidas com a Primeira Guerra Mundial e, para evitar uma imagem negativa, não permitiam que a imprensa divulgasse a real situação da doença em seus territórios. A Espanha, que estava numa situação de neutralidade na Guerra, foi a primeira a divulgar informações sobre a gravidade do problema e, por isso, teve seu nome associado ao da doença.

Sintomas:
-dor de cabeça,
-febre,
-calafrios,
-fraqueza,
-dor muscular,
-tosse,
-espirros,
-secreção nasal.

Dica genial
Você sabe a diferença entre surto, epidemia, endemia e pandemia?
Ocorre um surto quando há um aumento acima do esperado na ocorrência de casos de uma doença em uma área ou entre um grupo específico de pessoas, num período específico.
A epidemia se caracteriza pela ocorrência de um grande número de casos de uma doença Geralmente o aparecimento ocorre de forma rápida e, ao contrário do surto, se propaga em larga escala geográfica.
Contudo, se a epidemia atinge várias regiões do globo terrestre, ela se torna uma pandemia. Melhor dizendo, pandemia é a disseminação mundial de uma doença.
Já a endemia é a presença típica de uma doença dentro de uma população definida, dentro de uma zona geográfica específica.

Referências:
https://saude.gov.br/saude-de-a-z/colera
https://www.who.int/csr/disease/swineflu/frequently_asked_questions/pandemic/en/
 https://www.bbc.com/portuguese/geral-51363153
 https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/3285.pdf
 http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742007000200006
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf
https://www.scielo.br/pdf/physis/v4n1/05.pdf
https://sbmicrobiologia.org.br/cientistas-investigam-origem-de-bacteria-pandemica-causadora-do-colera/
https://www.scielosp.org/article/csp/2001.v17n6/1525-1530/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_ll.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702008000400004
https://saude.abril.com.br/blog/boa-pergunta/a-peste-bubonica-pode-voltar-a-ameacar-o-mundo-e-o-brasil/