Os curiosos besouros que degradam isopor

De acordo com diversos estudos, calcula-se que aproximadamente 10 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos a cada ano. Além de afetar a nossa biodiversidade marinha, os plásticos afetam também a espécie humana. Cada vez mais os pesquisadores têm afirmado que é possível encontrar micropartículas de plásticos (com até 5 milímetros) em todos os ambientes, inclusive dentro de nosso organismo. Esses microplásticos podem ser ingeridos ou até mesmo inalados em grandes quantidades, tornando-se assim um problema de saúde pública.

 


Uma pessoa pode ingerir de 74 mil a 121 mil partículas de microplásticos por ano. Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-48518601

Uma pessoa pode ingerir de 74 mil a 121 mil partículas de microplásticos por ano.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-48518601

Contudo, é possível que uma equipe de pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na Coréia do Sul, tenham encontrado uma solução curiosa, que pode auxiliar na degradação do plástico. A ideia surgiu a partir do estudo com larvas do besouro da espécie Plesiophthalmus davidis, nativo do leste da Ásia. Essas larvas permaneceram por 14 dias se alimentando de poliestireno expandido, um tipo de plástico, conhecido popularmente como isopor, que pode levar até 150 anos para se degradar naturalmente.

 


Larvas da espécie Plesiophthalmus davidis se alimentando de isopor. Fonte: https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/besouro-decompor-isopor/

Larvas da espécie Plesiophthalmus davidis se alimentando de isopor.
https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/besouro-decompor-isopor/

Ainda segundo o estudo, a degradação do isopor só é possível devido a bactérias que vivem no sistema digestivo dessas larvas. Essas bactérias, que pertencem ao gênero Serratia, podem se tornar uma importante solução para a degradação dos plásticos em nosso ambiente.

O MCT dispõe de uma coleção de insetos que é referência para diversas pesquisas.  As coleções são ferramentas metodológicas que servem de apoio para a construção de trabalhos científicos. Como uma grande fonte de conhecimento, nos ajudam a entender a importância e a pluralidade de nossa biodiversidade.

 

Referências:
https://revistapesquisa.fapesp.br/a-ameaca-dos-microplasticos/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-42308171
https://www.bbc.com/portuguese/geral-48518601
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151026_larva_poluicao_lab
https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/besouro-decompor-isopor/
https://www.ajudaily.com/view/20200715160553247
https://www.researchgate.net/publication/342759153_Fast_and_facile_biodegradation_of_polystyrene_by_the_gut_microbial_flora_of_Plesiophthalmus_davidis_larvae
https://aem.asm.org/content/early/2020/06/29/AEM.01361-20