Os gafanhotos não são prejudiciais aos seres humanos, contudo podem afetar as plantações e pastagens, já que, por possuírem um aparelho bucal do tipo mastigador, são capazes de se alimentar rapidamente de folhas e caules. Por isso, a nuvem de gafanhotos que surgiu nos últimos dias no Paraguai causou tanta preocupação e discussão.
As nuvens de gafanhotos são fenômenos naturais cujos registros remontam à antiguidade. Quando se encontram em condições ambientais desfavoráveis para a sua reprodução, eles reúnem-se em grandes grupos (em média milhões de indivíduos por Km²) para longos deslocamentos (até 150 Km por dia).
Com grande cobertura da mídia a nuvem de gafanhotos formada em território paraguaio pela espécie Schistocerca cancellata seguiu até a Argentina, passando a cerca de 150 Km da fronteira com o Rio Grande do Sul. Porém, o risco de invasão da nuvem de gafanhotos no Brasil diminuiu devido à chuva e à queda de temperatura, o que levou os insetos a permanecerem nas províncias argentinas de Corrientes e de Santa Fé.

Nuvem de gafanhotos na Argentina (junho de 2020).

Gafanhoto da espécie Schistocerca cancellata em sua fase adulta.

Os indivíduos da espécie Schistocerca cancellata são conhecidos popularmente como “gafanhotos migratórios sul-americanos”, apresentando cor marrom escura. Na fase adulta, a fêmea pode medir 6 cm e o macho 4 cm. Podem viver, aproximadamente, até três meses. Possuem hábitos migratórios e formam bandos para buscar alimento e se reproduzir.
Segundo alguns pesquisadores, a formação da nuvem de gafanhotos Schistocerca cancellata nesta região teria surgido – e migrado -, provavelmente, devido à combinação de alguns fatores como: elevada temperatura, baixo índice de chuvas, aumento dos ventos, busca por alimento e condições para sua procriação.
Outro fatore que levariam ao aumento da população de gafanhotos seriam a diminuição de espécies que predam esses animais. Em alguns casos, a presença excessiva de agrotóxicos no ambiente pode prejudicar populações de espécies de aves, anfíbios, fungos e bactérias, que atuam de forma natural no controle biológico das populações de gafanhotos.
Contudo, caso a nuvem de gafanhotos volte a se formar e migre para o estado do Rio Grande do Sul, o governo do estado analisa utilizar uma frota de 426 aviões aeroagrícolas para combatê-lacom o uso de pesticidas.
Por fim, vale ressaltar que esses insetos também possuem seu papel para o equilíbrio ecológico, visto que fazem parte de uma cadeia alimentar. Isto é, se alimentam de vegetais, e servem de alimento e nutrientes para outros animais. Além disso, suas fezes geram nutrientes para o solo, sendo um adubo natural.

Fontes das imagens e referências:
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional
http://www.ecoregistros.org/site_br/imagen.php?id=70073
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia
https://www.embrapa.br
https://www.agrosoft.com.br/
https://www.bbc.com
https://www.cnnbrasil.com.br
https://www.canalrural.com.br
https://economia.uol.com.br