Proposta é fomentar políticas públicas para o setor
O perfil do turista que participa de eventos em Porto Alegre e Região Metropolitana será traçado pelo Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo, vinculado à Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS (Face). O estudo é uma parceria com o Conventions & Visitors Bureau, fundação de apoio e fomento ao setor de eventos e turismo na cidade. A pesquisa Perfil da demanda do turismo de eventos em Porto Alegre irá atualizar os dados de participantes nessas áreas e apresentar os resultados para governantes e empresários do meio, no intuito de estimular a criação de políticas públicas na área, pouco explorada.
Serão acompanhados eventos relacionados à saúde, administração, esporte e do setor coureiro calçadista. Em cada atividade, estudos vão abordar desde idade e gênero até a média de gastos com hospedagem, alimentação e transporte dos visitantes, questões influentes na economia do turismo. Com o resultado, um infográfico do perfil de turista de cada segmento será elaborado. O coordenador do curso, Maurício Schaidhauer, explica que também serão abordados pontos como a geração de tributos e impostos que o turista gera para o município. “Em parceria com o curso de Economia, vamos avaliar onde os visitantes realmente gastam o seu dinheiro e o impacto desse processo”. Ao final, serão elaborados mais dois infográficos, um apresentando a análise econômica do turismo e o outro mostrando o perfil do turista de eventos. Após os levantamentos e a elaboração do material da pesquisa, haverá uma apresentação pública aos gestores, mantenedores, órgãos e associações ligados à área.
A última análise sobre o público participante de eventos na região foi realizada em 2010, e, desde então, o cenário econômico e a infraestrutura dos municípios mudaram bastante. “Queremos que essa pesquisa seja anual, para fazermos comparativos de um ano para o outro, avaliando o que melhorou, o que pode mudar e como podemos avançar para trazermos turistas de eventos. Não adianta fazermos um novo levantamento só em 2020”, afirma o professor. Ele ainda ressalta que, para haver investimentos no setor, as empresas precisam saber mais sobre o público-alvo e entender o que buscam nessas atividades. “Se um empresário vem hoje a Porto Alegre para entender um pouco mais do perfil dos participantes, não encontrará informações suficientes”, avalia.
A falta de dados atualizados sobre o setor de turismo de eventos também interfere na arrecadação de investimentos pelo poder público. “Os governantes precisam entender que os investimentos feitos no setor, por meio de políticas públicas, retornam para a cidade por meio de receitas geradas nos eventos”, explica Schaidhauer.
A equipe e o Bureau de Negócios
A equipe que está por trás da elaboração e execução da pesquisa é composta por alunos, ex-alunos e professores dos cursos de Gestão de Turismo e Economia da Face. Será a primeira iniciativa do Bureau de Negócios, que a Faculdade inaugura em 10 de novembro. No Bureau, graduandos e diplomados poderão elaborar projetos e ações para a comunidade; professores, alunos e ex-alunos poderão trabalhar juntos. “A ideia é que os próprios ex-alunos criem projetos para continuarem em contato com a Universidade. Vamos ajudá-los na criação e no desenvolvimento de trabalhos, até estarem preparados para abrir o próprio negócio”, finaliza o professor.
Afinal, quem é considerado turista?
Segundo Schaidhauer, o turista é quem que se desloca do seu ambiente natural para ir a um outro local. Os moradores de uma cidade também podem ser considerados turistas-cidadãos. “Dentro de uma cidade, quando um morador que, por exemplo, mora no Centro de Porto Alegre, mas tem que se deslocar até outro local, executando algo diferente do seu dia a dia, visitando outro ambiente e gerando renda, é considerado turista-cidadão”, diz.
