Inaugurado o Living 360°, novo espaço de aprendizagem e convivência da PUCRS

Espaço para uso de metodologias de ensino inovadoras foi apresentado durante Seminário de Desenvolvimento Acadêmico

21/02/2019 - 09h05
Reitor fala a professores e funcionários na inauguração do Living 360°

Reitor destaca trabalho coletivo na concepção do Living 360°/Foto: Camila Cunha

Com grande presença de professores e técnicos administrativos, foi inaugurado nesta quarta-feira o Living 360°, transformando o prédio 15 em um espaço diferenciado para apoiar o uso de metodologias inovadoras de ensino. “Não é um cartão-postal ou uma vitrine apenas. Trata-se de um marco do movimento PUCRS 360° que transforma e vislumbra o futuro do ensino superior”, destacou o reitor Ir. Evilázio Teixeira. São 10 mil metros quadrados divididos em 16 salas de aulas com mobiliário flexível, adaptáveis a diversos formatos e possibilitando diferentes cenários.

O Living 360° tem ainda um auditório para 190 pessoas e uma arena para 110. Convivência, lazer e descanso são outras possibilidades. O prédio conta com amplo espaço para refeições, incluindo mesas, cadeiras, bancada com pias e micro-ondas, mesas de jogos, piano e mobiliário próprio para estudo e relaxamento.

“São espaços que ajudam os estudantes e funcionários e viver intensamente o ambiente da Universidade”, complementou o reitor, lembrando que o Living 360° está no mesmo eixo da Rua da Cultura e da Biblioteca Central.

Manifesto

Ir. Manuir fala para o público na inauguração do Living 360°

Ir. Manuir classifica Living 360° como um espaço plural e global para o encontro de ideias e saberes/Foto: Camila Cunha

Depois de dizer que a reformulação do prédio resulta de um trabalho coletivo e que agora todos são corresponsáveis pelas relações que se estabelecerão nele e pela formação dos alunos com base em novas metodologias, Ir. Evilázio leu o manifesto inaugural:

“Uma proposta educativa 360° que postula uma visão integral do ser humano compreendido na sua singularidade e pluralidade. Um conceito de educação como meio privilegiado de transformar as pessoas, para que elas melhorem o mundo. Um espaço criado no presente que antecipa o futuro. Um ambiente que aproxima e conecta, onde não há limites para o pensamento, para a criatividade, para a inovação. Um lugar de encontro de saberes, de ideias, de vidas. Um espaço para viver, conviver e aprender em todos sentidos. Esse é o Living 360°Onde ideias se encontram.”

O pró-reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, qualificou a inauguração como um marco recente na história da Universidade. “É um espaço plural e global que se justifica quando ganha vida a partir do encontro de ideias e saberes e da convergência de docentes, técnicos e estudantes.”

Depois de uma bênção do padre Gustavo Haas, o evento se encerrou com o convite à comunidade para que explorasse os espaços do novo prédio. Os técnicos participaram da atividade Reconhecer, celebrar e sonhar: um caminho para anfitriar a si mesmo, com Daniela Medeiros.

Nesta quinta e sexta, uma série de oficinas está programada, com temas como Experimentando a sala de aula invertida, Gamificação e engajamento na sala de aula, Empregabilidade e ensino superior: desafios e estratégias e Dialogando sobre acolhimento: Jeito PUCRS de Acolher e Servir.

Competências docentes

Miguel Zabalza faz palestra no Seminário de Desenvolvimento Acadêmico

Miguel Zabalza debate o significado de ser professor universitário no século 21/Foto: Camila Cunha

O principal convidado do Seminário de Desenvolvimento Acadêmico, o professor Miguel Ángel Zabalza Beraza, da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), falou sobre o que significa ser professor universitário no século 21. Para um auditório lotado, no Centro de Eventos, tratou sobre as mudanças que afetam o ensino superior, a começar pela ideia de profissionalismo e pela necessidade de atualização constante. “Ensinar na universidade não é contar o que se sabe. Não bastam um título e um contrato de trabalho. É preciso ter disposição para aprender ao longo da vida. Alguns ainda dão aula com os materiais que usavam quando estudantes”, enfatizou. Doutor Honoris Causa pela PUCRS (2018), Zabalza centrou sua palestra na importância dos planos de formação docente como uma questão estratégica para as instituições, o que terá grande peso nas avaliações em cinco anos e será vista como indicador de qualidade.

Hoje os professores são especialistas em disciplinas, adverte, tendo de lidar com diferentes perfis de estudantes (idades, experiências e capacidades). Os aspectos pessoais são os mais levados em conta por sua turma. “Eles ensinam pelo que sabem e pelo que são.” Zabalza citou pesquisa realizada na PUCRS que mostrou esse quesito como o principal quando se fala em bons ou maus professores (recebendo 52% e 57% dos respondentes, respectivamente), enquanto os aspectos didáticos tiveram apenas 13% e 7% e os disciplinares, 34% para os dois casos.

Ideias a serem superadas

“Ensinar se aprende ensinando.” “Para ser bom professor, basta ser bom pesquisador.” “Aprender é tarefa do aluno e depende de suas capacidades.” Para derrubar esses ditados populares, Zabalza lembrou que a docência não pode ser confundida com outras atividades de investigação científica, extensão ou gestão. Também defendeu que a universidade esteja aberta a todos os estudantes e não apenas aos bem preparados e motivados.

Em busca da qualidade de ensino, acredita que é preciso superar o individualismo (grupos de disciplinas ensinadas por grupos de professores), a competição excessiva, a opacidade (não visibilidade das ações e projetos) e a ideia de “liberdade de cátedra”, de que ninguém pode ir contra seus critérios e rotinas, impedindo um trabalho coletivo.

Entre as competências docentes, baseado no modelo da Inglaterra, nomeou organização, relações interpessoais, orientação e avaliação. Como caminhos, sugeriu a mentoria a docentes iniciantes, a participação em programas de pesquisa-ação (como elaboração de guias e estudo do impacto das novas tecnologias no ensino) e reflexão sobre as próprias aulas (com a gravação e posterior observação e autocrítica), além de iniciativas de aprendizagem ativa e incentivo à cooperação entre professores e estudantes.

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